“Resgatando a Partir da Natureza” Tenzin Wangyal Rinpoche

zhiOmn Ormando
“alayaspas”
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3 min readNov 14, 2018
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“Experimentar o mundo natural como sagrado é uma fonte de alimento para a alma.

Conectar-se aos elementos e resgatar a nossa alma desta maneira é uma abordagem respeitada no Bön.

Quando se cultiva a relação sagrada com a natureza, a verdadeira cura é promovida.

O que vem a ser uma relação sagrada com a natureza? Defino como sagrada qualquer coisa que o aproxime de si mesmo, para reconhecer a verdade de quem você é.

Imagine duas pessoas que visitam a montanha por razões muito diferentes. O primeiro é um xamã, o outro, um alpinista.

O xamã aproxima-se da montanha para enfraquecer o seu ego conscientemente e fortalecer a sua conexão com a sua sabedoria interior.

O atleta aproxima-se da montanha como um desafio a se conquistar.

Embora o alpinista possa estar imerso na natureza e sinta-se animado e estimulado enquanto escala, ao saborear a sua façanha, ele, inconscientemente, alimenta o seu ego. Ao experimentar o seu valor como algo que pode ser medido e alcançado, ele está se desconectando de si mesmo. Sua relação com a natureza não é uma relação sagrada.

Você pode experimentar a natureza como um professor que constantemente lhe transmite conhecimento e sabedoria, ou simplesmente como um lugar para ocupar o seu ego.

Quando você entra numa relação sagrada com a natureza, as qualidades dos elementos despertam dentro de você e você descobre e se conecta com o seu ser autêntico.

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Raízes Tibetanas

Tradicionalmente, a antiga prática de resgate da alma inclui cultivar uma relação sagrada com os espíritos da natureza.

A ideia de espíritos da natureza pode não estar plenamente em sintonia com você, mas o conhecimento desta perspectiva pode ajudar a aumentar a sua compreensão e motivação para a mudança, porque ele o ingressa numa relação com o mundo natural que é dinâmico e vivo.

Como muitas culturas indígenas, os tibetanos consideram que as forças da natureza estão vivas com seres invisíveis.

Para os tibetanos, cultivar uma relação com o espírito de uma árvore, rocha, ou riacho, não é menos importante do que honrar os relacionamentos humanos.

Quando se conecta à vivacidade da natureza, você não fica solitário.

Ao relaxar junto a uma lareira, sentindo o seu calor, você se torna consciente do espírito do fogo.

Ao se sentar perto de um rio, você poderá estabelecer uma relação com os espíritos da água.

Desenvolver um nível mais profundo de proximidade, comunicação e respeito por um elemento e seu espírito, ajuda-o a despertar a essência desse elemento dentro de você.”

Copiado do livro “A Verdadeira Fonte da Cura — Como a antiga prática tibetana de resgate da alma pode transformar e enriquecer a sua vida”, Capítulo 2: Resgatando a Partir da Natureza, páginas 49 e 50.

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