1. Maternidade e TI — Tô grávida! E agora?

Esse é o primeiro post sobre minha jornada no mercado de TI quando descobri que estava grávida. Se você também trabalha no mercado de TI segura a minha mão e vamos juntxs!

Andressa Sivolella
3 min readJan 27, 2020

Por que falar sobre isso agora?

Fiquei um tempo sem escrever nada por aqui. Os motivos são muitos, mas o principal era… falta de tempo. Ano passado mergulhei tanto em um desafio que me foi proposto na empresa em que trabalho atualmente que agora que estou de Licença Maternidade me dei conta que estou um tempo sem compartilhar nada. Gosto de desafios e o projeto ainda é muito promissor. Mas isso é assunto pra outro post. Vamos (tentar) manter o foco ;-)

Resolvi então compartilhar o meu momento atual. Vou continuar publicando posts mais técnicos sim. Mas vou tentar também ter uma frequência pra compartilhar também o meu mais novo adjetivo: eu agora sou “mamãe” =)

Achei importante falar sobre isso principalmente porque existem muitos desafios para mulheres no mercado de TI. Se você tem dúvidas sobre isso, pode ler um pouco mais nesse artigo aqui ó.

A vida… essa sim é uma caixinha de surpresas…

Antes de mais nada, e pra matar a sua curiosidade: não, eu não planejava… Comecei a morar junto com meu atual marido e no final de 2018 decidimos parar com o método contraceptivo para eventualmente, no final de 2019 tentarmos.

As festas de final de ano passaram e aqueles quilinhos a mais estavam incomodando. Decidi cair dentro da dieta e das atividades físicas. O curioso é que quanto mais atividade física eu fazia, parecia que mais peso eu ganhava. Foi quando em Março do ano passado (2019) eu fui fazer então um exame de rotina (uma transvaginal) para monitorar um miominha pequeno que praticamente toda mulher tem.

De maneira resumida, a médica que ia conduzir o exame não conseguiu concluí-lo. Bastou 10 segundos com a câmera posicionada para ela dizer a seguinte frase que explodiu na minha cabeça:

“Não consigo fazer esse exame não: você está grávida! E está avançado, vou precisar chamar a médica que faz ultrassom”

Obviamente não tinha ainda digerido a notícia bombástica e a médica que faz o ultrassom chegou MUITO animada, colocando o gel na minha barriga e disse:

“Ih! São dois bebês! Parabéns mamãe, você está grávida de gêmeos” =D (emoji muito sorridente, que era como a médica estava)

E foi assim que descobri que estava grávida em 25/03/2019. Aparentemente eu estava com aproximadamente 13 semanas… E não, não senti enjôo. Não, o teste de farmácia não deu positivo. Não, meu ciclo menstrual não atrasou de maneira significativa… Meu único “sintoma” era o peso e nada mais.

Meu chefe vai me matar! Como contar no trabalho?

Muitas coisas vêm a cabeça quando se descobre que está grávida, principalmente de gêmeos: como vou conseguir criar duas crianças? Será que estou pronta? Como contar pro meu marido? (Ele vai se amarrar!) E no trampo? Meu chefe vai me matar! Será que vou ser demitida depois da Licença Maternidade? Isso certamente vai atrapalhar minha carreira…

Os hormônios nessa fase também não ajudam em nada. Você fica mais chorosa, mais insegura, mais esquecida. Tudo isso é normal, e vai passar. Acredito que a insegurança está muito relacionada a dificuldade que mulheres tem de avançar em uma carreira de TI…

No fim, descobri que minha rede de apoio no trabalho era fantástica. Mesmo tendo na equipe só homens todos ficaram verdadeiramente contentes com a notícia. Meus chefes me deram muito apoio e isso me deixou muito tranquila para seguir com a gestação.

Mas, nem todos os lugares são assim. Eu refleti muito antes de escrever esse post e cheguei a uma conclusão: hoje em dia, o empregador que não valoriza a criação de uma vida (que dirá duas!) é muito pobre de espírito e isso é muito triste. Você trabalha diariamente com pessoas e por incrível que pareça, elas tem vida fora do ambiente de trabalho! Se elas (principalmente mulheres, que passam por grandes mudanças, tanto no corpo como na mente) acabam tendo filhos isso deveria ser algo muito natural e leve.

E se elas também optam por não terem filhos, tudo bem! Nem toda mulher quer ser mãe e isso também é ok! O respeito tem que prevalecer e as escolhas são sempre muito individuais. Eu não tive muita escolha: o amor aqui em casa é tão grande que o universo nos enviou duas meninas… Mas elas também são assunto para posts futuros ;-)

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Andressa Sivolella

Engenheira no mercado de tecnologia há mais de 15 anos. Especialista em soluções de Data & Analytics. Mestre em Inteligência Artificial. Mãe de gêmeas!