Pela saúde, pela igualdade, pelas mulheres

Andressa Warken
2 min readMar 1, 2016

--

No meio do trajeto que frequentemente faço até em casa, decidi entrar em uma rua qualquer e me deparei com esse grafitti. Olhei ao redor pra ver se era seguro parar ali, desci da bike e cliquei.

Mas uma mulher pedalando sozinha a essa hora, não é perigoso?

Talvez sim. Eu sou apaixonada por esporte, principalmente ao ar livre, e confesso que não é fácil sustentar essa minha paixão em um país com um índice de violência e preconceito tão grande.

Ter que lidar com o assédio, por exemplo, só por que você está com uma roupa mais justa, que na verdade é própria pra prática esportiva, é chato pra c***. Ter que ouvir que praticar determinado esporte é coisa de homem, de lésbica, de rico, de maconheiro, qualquer tentativa de criar estereótipos… isso tudo me cansa. Esporte é esporte.

Vamos deixar as pessoas serem felizes do jeito que elas quiserem? Obrigada.

Eu tomo todo o cuidado possível, mas não abro mão da minha corrida, pedalada, nem de jogar futebol com as minhas amigas. E repito pra mim mesma que não vou deixar que nada me abale. Mesmo se for uma piada sem graça, uma queda da bike ou aquela sensação de perigo.

Encarar de frente essa realidade, para mim, é também uma forma de protesto. É uma maneira de lembrar outras mulheres de que a gente deve fazer o que tiver vontade e ser mais forte do que qualquer obstáculo que tentem colocar no nosso caminho.

Se algo ainda impede você de praticar algum esporte, tome uma atitude!

Se alguém fizer piadinha, feche a cara. Se for assediada, denuncie. Se tem medo de correr sozinha, crie um grupo de corrida local. E faça dessa sua atitude um movimento pela saúde, pela igualdade e pelas mulheres.

Encare cada regra quebrada como uma pequena revolução.

--

--