Jogos de mundo aberto

Andrew Müller Stencel
3 min readAug 24, 2016

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No Man’s Sky (2016)

Nos últimos anos, com o avanço da tecnologia em geral, tanto em computadores pessoais, como em consoles de mesa e portáteis, o poder de processamento gráfico tem aumentado consideravelmente, podendo alcançar verdadeiros universos digitais cada vez maiores e com maior qualidade visual.

Alguns desenvolvedores ainda optam por alguma produção mais centrada e linear, focando em uma narrativa ou interação mais controlada, porém, um sub-gênero atualmente muito popular, é o de Jogos de Mundo Aberto, onde o jogador se vê inserido em um mapa sem limites para a exploração e total proveito do espaço. O segmento de mundo aberto “explodiu” de verdade no começo dos anos 2000, com o lançamento de Grand Theft Auto III, que apresentava uma cidade completamente funcional e inteiramente 3D, com cidadãos com inteligência artificial, muitas interações possíveis, e total liberdade horizontal e vertical, instigando o usuário a aproveitar ao máximo aquele mundo, sem a necessidade de seguir a trama principal (indicada por pontos de interesse). À partir deste ponto, vários títulos surgiram no decorrer dos anos, sendo que deles, não só as respectivas sequências da série Grand Theft Auto, como também outros jogos com outras propostas e temáticas.

Grand Theft Auto III (2001)

A variedade é grande, porém, infelizmente, este está ficando um mercado um tanto quanto saturado, com uma alta disponibilidade de obras medíocres todos os anos, sem uma demanda necessariamente grande. Em outras palavras, o que uma vez era novo e diferente, agora é “só mais um open-world”.

Claro, o conceito de “bom” e “ruim” depende da experiência de cada um, e por mais que haja títulos muito bem recebidos em geral, esses são poucos entre tantos disponíveis. Todos os meses são aprovados no serviço “Steam Greenlight” jogos independentes ou de pequenas empresas, e uma grande quantidade são de jogos de sobrevivência em mundo aberto, onde poucos recebem algum destaque em particular, e grande maioria peca em qualidade técnica. O grande problema é que estes títulos ainda são aprovados, e ainda têm um preço para serem adquiridos, e uma vez que as pessoas compram, mais e mais são motivados a produzir mais do mesmo.

Age of Survival (2015)

Falando em títulos de alta qualidade técnica e altamente apoiados pelo publico, temos o recente fiasco No Man´s Sky, que prometeu um universo completo e funcional,com bilhões de planetas para a exploração dos jogadores, e definitivamente, o cúmulo do conceito de mundo aberto. Inicialmente, a proposta foi muito chamativa, devido à alta variedade possível, porém, por mais que amado por uns, e odiado pela maioria, apesar de não cumprir grande parte das interações prometidas, o jogo ainda apresenta uma boa quantidade de conteúdo, denotando, portanto que a maior força do jogo, que é o tamanho de seu universo, também é sua maior fraqueza, uma vez que, considerando a escala total, seria praticamente impossível aos desenvolvedores atenderem a todas as demandas do público, a fim eliminar o fator repetição.

De um modo geral, este sub-gênero não precisa morrer, mas precisa conhecer seus limites, e focar mais na inovação, para não se prender na mesmice e ganhar novamente destaque dentre tantas outras opções no mundo digital.

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