DIA DAS MÃES

Anne Carolina Festucci
3 min readMay 13, 2015

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A data comercial me fez refletir sobre a existência do tal “instinto materno”.

Meu instinto sempre me disse que eu teria um filho, hum, digamos diferente do convencional… Desde a adolescência, quando convivia com o filho de uma amiga da minha mãe com síndrome de down e o sobrinho da minha tia com deficiência mental. Tempo ia, tempo vinha, aquele sentimento ali, meio escondido, mas sempre latente.

Quando descobrimos a gravidez comemoramos como nunca. Era muita felicidade para um casal que na primeira tentativa conseguia materializar o sonho.

Um dos primeiros retratos do nosso bebêzinho

Aquela pulguinha me acompanhava a cada novo ultrassom. No exame da décima terceira semana de gestação passei o dia esperando pra ouvir do médico que o meu bebê pudesse ter alguma “anormalidade”. Enquanto o Xuxu não se aguentava de ansiedade para saber o sexo do bebê, a minha ansiedade era pelo ‘atestado de normalidade’.

Meu instinto continuava a me cutucar! Quando o Pedroca nasceu prematuro mesmo eu tendo uma gestão hiper tranquila sem incidentes. Quando ele teve alergia à proteína do leite. A cada vez que se jogava para trás, e tantas outras cutucadas…

Sir Pedroca em sua estadia de 5 dias no Hospital Pequeno Príncipe para uma bateria de exames

Quando o Pedro estava com quatro meses e meio e precisou ser internado para fazer uma bateria de exames fui colocada frente a frente com aquele sentimento escondido. E o que era uma pulguinha, de repente, virou um pulgão!

E, quando a neurologista falou “seu filho tem atraso motor”, “pode ter um erro metabólico grave”, “não sabemos se poderá andar, falar, correr (…)” o desespero pelo bem-estar e felicidade do meu filho me inundou e eu só conseguia pensar: “Pedro está bem. Ele vai ficar bem. Vou fazer o possível pra que ele esteja o melhor possível. Eu sou a mãe dele. Ele pode contar comigo”.

Esse é meu segundo dia das mães como mãe. O primeiro em que o Pedro já interage. Já que no ano passado ele não tinha nem um mês de vida. E o q posso dizer sobre ser mãe? Sem dúvida o melhor, mais difícil e mais lindo trabalho de todo o mundo!!!

O meu amor pelo Pedro cresce exponencialmente. É esse amor que me dá forças para suportar todas as incertezas que a medicina ainda tem sobre a saúde e futuro do meu filhote. É esse amor que faz com que todas as dificuldades que chegam, dia após dia, sejam encaradas com mais leveza e menos medo

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