Big Game BBB (beta) — Uma longa história…

…contada por alguém que vive o dilema da inovação há alguns anos.

Areta do Bem
7 min readJan 15, 2022

INOVAÇÃO: qualquer solução (produto ou serviço) que resolva o problema de alguém.

Vamos combinar que a definição é bem simples assim, tá?! E entender o que significa inovação é tranquilo, complicado é sair da teoria e ir para a prática…

Uma “ideia” não é inovadora até que ela saia do âmbito da ideia, uma “opinião” não é inovadora até que saia do âmbito de ser apenas uma opinião.

Inovação requer experimentação. Inovação requer processo (sim… eu já experimentei o contrário e não foi legal). Inovação requer “acabativa”.
E talvez o mais importante na minha visão e no contexto atual: inovação requer sponsor, precisa ser parte da estratégia da organização.

Nossa rotina no Lab sempre foi olhar para as tecnologias emergentes, para os desafios de negócio e para as necessidades dos usuários, e a partir daí:

Pesquisar → Idealizar → Definir → Prototipar → Experimentar + Medir = Pivotar, Abandonar ou Produtizar

E, assim como nas startups, nós também trabalhamos em condições de extrema incerteza, além de estamos inseridos em uma organização ainda hierárquica e complexa, mas que vem se reinventando e avançando em ações de fomento e cultura em prol da transformação em uma mediatech company.

Pesquisamos sobre a indústria de games há algum tempo e sempre fomos incomodados por termos tão poucas frentes nesse sentido. Atrelado a isso, temos um ativo de muito valor que é o nosso conteúdo. Que Vinícius me conceda essa licença poética, mas “que me perdoem as bonitas, mas conteúdo é fundamental!”.

E como usar um ativo tão rico, como o nosso conteúdo, atrelado às tendências de mercado com foco no pilar de inovação no negócio?

Experimentando!

E pensando alto por aqui, consigo facilmente levantar alguns movimentos em relação a esse desafio:

· Cheguei no Lab em 2017, e vou começar essa timeline por aqui tendo a certeza que existiram iniciativas com foco em gamificação, engajamento e conversão antes da minha existência no time. Nesse ano de 2017, nasceu no nosso Lab o “Little Big Brother”, com o foco no BBB18, onde a ideia era lançarmos um game cross/real time com insights do programa. Uma experiência em que o público poderia influenciar nos acontecimentos da Casa mais vigiada do Brasil e vice-versa. Uma inovação na maneira de engajar os fãs do programa, atingir um novo nicho de audiência, e ampliar a venda de mídia com ações no app.

Little Big Brother — Slide do deck que apresentamos em 2017

· Em 2018, nasceu o BBBet, que também era carinhosamente chamado de BBB Fantasy. Com foco no BBB19, o conceito era ser um jogo de apostas. As apostas seriam feitas em cima das provas e acontecimentos do programa. Toda semana, o jogador poderia realizar suas apostas. E, no final da semana, ele veria os resultados de suas apostas num dashboard onde poderia comparar com os resultados gerais, ou locais (uma liga em que ele chama amigos). As estalecas (dinheiro virtual utilizado no jogo), poderiam ser trocadas por descontos e até por tour pelos Estúdios.

· Fora os nossos eventos de Open House(1), em 2019 apresentamos um portfólio de inovação para o algumas áreas de interesse, onde compilamos iniciativas de pesquisa com foco em interatividade, gamificação, influência, presença e novos negócios. Dentre elas, o Audience Battle, o BBBet (trouxemos ele novamente em 2019 por acreditar muito no conceito), o Epicmap, o Globuzz e o Laços BBB compunham o deck de soluções criativas.

BBBet — Slide do deck que apresentamos em 2019

E, após esses ciclos, praticamente rodadas de pitches pela empresa, transitávamos entre a empolgação de ver que alguns stakeholders tinham curtido algumas soluções e a frustração de acompanhar o insucesso das mesmas. E essa é a realidade de um Laboratório de Inovação, a mesma realidade da famosa estatística de que 90% das startups falham (estatística essa que já não é tão realidade assim, pesquisas já apontam 70%, pois tem uma diferença dependendo do tipo de negócio (link)). Nosso senso de missão sempre foi altíssimo. Nosso time se adaptou ao conceito construir-medir-aprender. E todas as iniciativas que falharam, nos prepararam para estarmos prontos nos momentos dos 10% bem-sucedidos (e temos alguns outros cases, tá!? 😏)

Em paralelo, ainda em 2019, nasce o Ide/Ação. Um programa lançado pelo time de Estratégia, onde todos os colaboradores podem enviar propostas de novos negócios para as lideranças. Mais um movimento bem-sucedido de fomento à inovação. Durante a edição 2021, um grupo de colaboradores inscreveu o projeto de um fantasy game para o BBB, e depois de passar por todas as etapas do programa, o projeto foi selecionado.

Mas, para tudo! Opa!

“Nossa, essa ideia é muito parecida com algo que o time do Lab já apresentou em algum Open House desses!” Pensou um dos executivos da empresa

E nesse momento acontece o match perfeito ❤️: sinergia, reconhecimento, a engrenagem da inovação acontecendo como lemos em diversos livros e cases pelo mundo. O "palpite" de que trazer uma experiência imersiva e gamificada para um dos programas de maior audiência no Brasil continuou evoluindo ao longo dos anos até o momento em que a organização precisou estar "pronta". Aconteceu uma espécie de “liquid networks”, o Lab transitando por todas as áreas levando suas ideias e o programa Ide/Ação promovido pelo mesmo ecossistema em que estamos inseridos. Poderíamos ter nos encontrado em uma cafeteria do século 18, mas o cafezinho da firma também é bem honesto, acreditem! 😋

“What oftentimes turns the hunch into something bigger than a hunch is when your hunch collides with someone else’s hunch,” Steven Johnson

As ideias poderiam continuar existindo e tendo como único resultado uma coleção de slides. A partir do incentivo top-down, foi possível transformar a "colisão de palpites" em realidade. A inovação precisa ser um ativo da alta liderança, precisa de sponsorship.

“This combination of inventive, bottom-up ideas and focused, top-down decision making has guided Google’s growth over the past 16 years” Reid Hoffman

Então, 4 anos depois ou mais que isso, um squad é formado: laboratório de inovação, time de desenvolvimento com foco no produto (programa), time de produto (incluindo os colaboradores donos da ideia vencedora), entre outros. Todos trabalhando em um prazo incrivelmente curto para lançar o “Big Game BBB beta”.

Big Game BBB beta — Screens

Nosso time já tinha percorrido algumas etapas do funil de inovação (afinal, falhamos algumas vezes desde 2017, lembram?) e isso nos deu vantagem competitiva para atender ao timing necessário e desenvolver essa experiência para o BBB22.

Com a versão beta da solução, damos início ao processo de aprendizagem. Junto aos early adopters, poderemos crescer nossas visões nas questões de produto, tecnologia e hipóteses de negócio. Construindo a experiência junto com os usuários e ganhando tração na produtização.

Big Game BBB beta — logo

A mágica da maturidade + oportunidade aconteceu!

Como o próprio time do Lab se define: “acreditamos na nossa capacidade de ousar, de construir visões de futuro e de transformar problemas em oportunidades.”

Inovação é muito mais sobre pesquisa, criatividade, processo, adaptabilidade e timing do que jargões e frameworks bonitos de se ver. Não que eu seja contra a metodologias e frameworks, só não concordo com a rigidez e com a pouca análise adaptativa para o cenário de inovação, e até para cenários diversos. Mas isso é polêmica para uma outra história…

Faz 1 ano que já não atuo como Product Manager no Lab, tenho me dedicado a coordenar a gestão da inovação com visão de portfólio, focando mais em KPIs de inovação, processos ágeis, planejamento estratégico, pessoas e cultura. No entanto, me senti motivada a vir contar essa história para vocês, pois é gratificante ver o amadurecimento de toda a organização no sentido de adotar a cultura de inovação como motriz para uma transformação real e significativa.

Tenho orgulho desse squad, dos meus colegas do Lab e por fazer parte dessa história!

Não é sobre apenas falar de flores, mas reconhecer que existe beleza no processo da florada!

Obrigada por "ouvirem" a minha história até aqui.

Aos meus colegas do Lab que se dedicaram a esse projeto: Carlos Papani (Pesquisador), Giulio Bottari (Pesquisador), Lucas Reis (Pesquisador), Igor Bichara (Pesquisador), Arthur Chau (Pesquisador), Pablo Lisboa (DevOps), Fernando Fernandes (Design/UX), Beatriz Stumbo (Estag UX), Luiz Vitulo (Designer/UX), Renata Barboza (Product Owner), Thiago Frensch (Coord. Desenvolvimento), e todos os outros que contribuíram de alguma forma, parabéns!

(1) Open House P&D: um evento semestral do Lab onde demonstramos nossas linhas de pesquisa, com soluções em diversos estágios de maturidade.

(2) Importante: esse é um relato pessoal, de experiências profissionais próprias e visões particulares, não tem nenhum vínculo com a comunicação oficial da empresa.

(3) As frases citadas são do podcast https://mastersofscale.com hosted by Reid Hoffman, co-founder do LinkedIn e do Livro "Where Good Ideas Come From" do Steven Johnson, mas tem um post aqui no Medium bem legal sobre: https://medium.com/key-lessons-from-books/the-key-lessons-from-where-good-ideas-come-from-by-steven-johnson-1798e11becdb

(4) Esse é meu primeiro post por aqui, estou aprendendo. Conto com o apoio de vocês para sermos melhores juntos! Obrigada! ✨

--

--

Areta do Bem

Carioca. Caprica. Antifa. Inovação. Produto. Tecnologia. Verão. Praia. Café. Brigadeiro. Tá todo mundo no seu próprio caos. E está tudo bem.