Pensando fora da caixa

ariana luz
5 min readApr 25, 2015

Você quer mesmo fazer igual o que todo mundo está fazendo?

Uma coisa que sempre foi um lema na minha vida profissional é o título desse post. Em todos os clientes e agências que trabalhei, optei sempre em criar estratégias criativas para fugir do que todo mundo fazia.

Pensar fora da caixa é uma arte que poucas pessoas conseguem — apesar de não ser muito difícil. Estar informado sobre tudo que acontece no meio digital é bacana para você ter noção do que estão fazendo por aí. Mas ter um insight bacana e ser pioneiro em alguma coisa é muito mais legal. Sabe quando você recebe um job que pode ser feito de "qualquer jeito" mas acaba sendo uma sacada genial? Isso é pensar fora da caixa.

Aquele arroz e feijão do dia-a-dia

Parece que eu sou uma velha reclamona das internets— juro que não! Mas outra crítica que eu tenho sobre as pessoas que trabalham com marketing digital é fazer sempre a mesma coisa nos planejamentos. É aquilo que eu citei nesse post aqui: vai lá e posta algo no Facebook. Tá bom, tá legal, tá bacana.

Quando paramos para fazer um planejamento de conteúdo para um cliente, por exemplo, a ideia principal é você fazer algo diferente. Algo que se diferencie do sobrinho que ele poderia contratar. Muitas vezes eu me coloco no lugar dos clientes e me pergunto:

Por qual motivo eu pagaria alguém para fazer algo que eu mesmo posso fazer?

Muitas empresas não sabem diferenciar um conteúdo incrível e inovador nas redes sociais. Eles querem retorno financeiro, engajamento ou algo que prove para eles que o dinheiro investido (que, na maioria das vezes, não é pouco!) está valendo a pena. E você vai estragar essa oportunidade fazendo aquele basicão?

Quando o chefe chegar com uma ideia genial de clientes, evite procurar marcas concorrentes e fazer o que elas fazem. Um conteúdo basicão pode funcionar para elas, mas você pode se destacar fazendo algo totalmente diferente.

A etapa de buscar inspirações interessantes

Inspirações e ideias surgem sem hora nem lugar. Muitas coisas ficam na sua memória, em algum dia da sua vida, e aparecem sem você menos esperar. Lembrando que quando eu digo inspirações não quer dizer que você vai copiar o que está sendo feito por outras marcas.

Uma situação legal é que há algum tempo eu convivia com amigos nerds, que faziam piadinhas engraçadas sobre elementos químicos, Leis de Newton e coisas que eu achava que nunca iria usar na minha vida. Tempos depois comecei a fazer conteúdo para um cursinho pré vestibular. Adivinhem só o que retornou na minha memória e me ajudou a criar um conteúdo diferente?

Eu gosto do impossível porque lá a concorrência é menor. — Walt Disney

Volto a repetir o título do post: Pense fora da caixa. Acima coloquei uma frase do Walt Disney por ser algo que eu lembro sempre. Pensar no impossível parece difícil, mas é um caminho que ninguém faz justamente por isso.

Ninguém quer ficar horas pensando em uma campanha, em uma ideia genial, em uma sacada brilhante. Muitos querem só fazer seu trabalho durante 8h por dia e ir para casa curtir as horas de folga. Trabalhos assim não são empolgantes e fazem com que as pessoas tenham mais tédio de trabalhar.

Sabe aquele desenho divertido que você viu na infância? Sabe aquele desenho que você continua assistindo mesmo adulto? Isso pode te ajudar. Outra frase que eu acho que ajuda bastante nesse quesito de inspirações e criatividade é a "Um adulto criativo é uma criança que sobreviveu" — o que não deixa de ser verdade.

Mas o cliente não paga por isso. E agora?

Eu, sinceramente, nunca me preocupei com isso. Talvez meus chefes sim, já que eles que recebem pelo trabalho que eu faço. Muitos têm a noção de que se eu estou fazendo algo extra, que não está no contrato, deve parar de ser feito imediatamente.

Já aconteceu de um cliente que eu cuidava ter uma plataforma X, sendo que a estratégia estava péssima e dava alguns problemas. Conversei com meu chefe na época para dar um up, criar uma ação específica para a tal plataforma e a resposta que eu tive foi:

Bacana, sensacional. Mas vamos deixar quieto. Ele não paga por isso.

Sei que vivemos em um mundo capitalista, que o dinheiro move muita coisa — inclusive é dele que meu salário vem. Mas por qual motivo seria ruim fazer algo foda para um cliente, mesmo ele não pagando rios de dinheiro?

Não sei se isso é errado, mas eu nunca penso no quanto dinheiro eu vou conseguir com as atitudes/ações que eu realizo na minha vida. Com alguns freelas, já senti que era necessário fazer algo bacana, que eu não era paga para isso, e mesmo assim resolvi fazer. Deu certo, eles ficaram satisfeitos e eu também. Fiquei satisfeita por saber reconhecer a necessidade do cliente e conseguir me impor à ele. E, claro, trazendo um retorno.

Entrei em uma discussão uma vez com uma menina que postouuma indiretinha sobre "social media que não sabe que tem que postar PNG no Facebook". Comentei que isso não é grave, já que existe social media que nem lê as regras do Facebook e não tem ideia do que está escrito lá. Citei o exemplo de promoções de curta+compartilhe para ganhar algo. Minha infelicidade foi que a menina fazia isso e utilizou como resposta o argumento "Mas é o cliente que pede. Não posso fazer nada."

Minha resposta, antes dela apagar o post para todo o sempre, foi que ela pode, sim, fazer alguma coisa. Imprimir as regras e mostrar para o cliente que é inviável uma ação como essa. É óbvio que ele vai reclamar, mas sabe o que você já deve ter na ponta da língua?

Uma ideia criativa!

E nem preciso dizer que você consegue isso…. pensando fora da caixa!

“Think outside the box, collapse the box
and take a fucking sharp knife to it.” —
Banksy

Tá, e aí? O que eu faço com tudo isso?

Resumindo, quero dizer que para se destacar como um bom profissional — isso em qualquer área que você atue — é preciso pensar diferente dos outros. Se existe uma loja vendendo apenas vestidos vermelhos de bolinhas brancas, por que motivo você venderia a mesma coisa? Existem vestidos de milhares de cores, com milhares de estampas. O segredo, como diria a Apple, é Think Different!

E aí eu te faço uma pergunta:

Sério mesmo que você quer continuar fazendo a mesma coisa, nas mesmas redes e da mesma forma que todo mundo está fazendo?

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