Zima Blue é o melhor episódio de Love Death & Robots e eu vou te provar
(Antes que inicie a leitura assista ao episódio, este texto contém spoilers)
Love Death & Robots é uma série animada com um total de 18 episódios que tem por objetivo divulgar alguns estúdios independentes, dessa forma cada episódio possui uma história diferente com características de animações diferentes. Os episódios são muito bem construídos motivados pela oportunidade única que os estúdios têm de apresentar seus trabalhos.
O episódio que conta com apenas 10 minutos baseado na obra de Alastair Reynolds, não é o melhor apenas pelo quesito qualidade da animação, deixarei este ponto de lado, até mesmo porque seria injusto dizer qual episódio lidera o quesito com tantas características distintas entre eles. Este começa quando uma jornalista (Claire Markham) é convidada para entrevistar o artista plástico Zima Blue, que está prestes a apresentar sua obra de arte final, o que é muito incomum já que ele nunca fala sobre suas obras ou concede entrevistas, isto o torna um artista bastante misterioso e sua origem incerta. Contudo Claire (narradora) nos informa que Zima é um homem que sofreu inúmeras transformações artificias de seu corpo.
As obras de Zima Blue
Inicialmente suas obras retratavam pessoas, tema este que logo o desinteressou, passando assim a pintar o cosmos em seus painéis. Com o tempo surgiram formas azuis ao centro dos desenhos, até que um dia todo o mural se tornou azul. Porém Zima não parou por aí e cada vez pintava um mural maior, até chegar em seus murais espaciais (sim murais maiores que planetas). Durante a narrativa buscamos entender o significado daquilo e a questionar as motivações do artista em dedicar tanto a um simples retângulo azul, aquilo que ele chama de “a busca pela verdade”.(gerando um questionamento artístico sobre elas)
A obra final
Finalmente Zima Blue revela sua obra final. Ele não é humano, e sim um androide construído a partir de uma robô limpa-piscinas que teve suas partes modificadas e aprimoradas para se parecer mais humano.
As formas azuis eram a única lembrança do tempo em que limpava os azulejos da piscina da casa de quem o criou, do tempo em que ele era feliz. Dessa forma Zima encontra a verdade ao construir a mesma piscina em que trabalhava se desconstruindo até voltar a ser um robô limpa-piscinas.
Com essa revelação ele nos mostra o nível humano que atingiu. A partir desta busca por um objetivo, por uma razão de vida que Zima abstrai sua capacidade humana. Isso por si só nos mostra como uma história tão simples pode nos explicar o que é ser humano.
Além disso o final de Zima Blue, critica a angústia das pessoas do mundo contemporâneo em se tornarem as melhores naquilo que fazem, a busca pelo reconhecimento e sucesso e nunca estarem felizes com aquilo que têm, e com isso não perceberem que para a maioria aquilo que realmente buscam está mais próximo do que imaginam e isso com certeza torna Zima Blue o melhor episódio de Love, Death & Robots.