Há 4 anos
Há quatro anos só não sabia o resultado as eleições quem era maluco. O inominável estava praticamente no segundo turno e só uma virada histórica do Ciro sobre o Haddad poderia nos dar uma chance de nos salvar do pior. E hoje sabemos que essa virada tivesse acontecido não teria adiantado de nada porque a votação no miliciano superou muito o esperado já no primeiro turno.
Mas há quatro anos eu estava tendo uma péssima semana. Uma semana carregada com o peso de saber que estávamos a um passo de passar os próximos quatro anos na barbárie que seria promovida pelo candidato de extrema direita. Essa sensação me assolou por toda a semana e foi ficando mais insuportável a cada dia.
Mas há quatro anos, na última quinta-feira antes das eleições, eu tinha um compromisso profissional. Eu deveria, mais uma vez, esconder esse peso, abrir um sorriso e encarar uma turma de mais de 60 alunos. E eu falhei. Eu até dei a aula, mas meu esgotamento físico e emocional ficou aparente. Quando a aula acabou e os alunos estavam saindo, uma aluna se aproximou e me entregou um chocolate e uma carta.
Há quatro anos uma aluna percebeu que eu não estava com o mesmo brilho de sempre e resolveu que poderia fazer uma grande diferença na minha vida. Então ela decidiu escreveu uma carta e me entregar ao final da aula. Ela escreveu sobre como não deixar que qualquer coisa estrague meu dia e e desejou que eu tivesse um restinho de semana mágico. Mesmo sabendo que ao final do domingo a gente saberia o tamanho do estrago.
Há quatro anos eu recebi uma mensagem que ali, antes mesmo do resultado sair, me encheu de esperança para encarar os próximos quatro anos. E se nem nos meus piores sonhos eu imaginaria ter que passar uma pandemia gerida por uma das pessoas mais incompetentes do Brasil, eu me recusei a deixar que ele estragasse meus dias, minhas semanas, meus meses e meus anos. Claro que nem todos os dias eu consegui, mas eu posso garantir que o saldo ficou bem positivo pra mim.
Tudo isso porque, há quatro anos, eu recebia o primeiro sopro de esperança para passar anos tão difíceis (E foram bem piores do que eu imaginava, tanto pelo péssimo governo quanto pela grande perda familiar que tive). Foram quatro anos que eu não deixei nada roubar de mim.
Hoje, quatro anos depois, eu estou aqui na última uma quinta-feira antes das eleições. E estou cheio de esperança. Aquele peso de quatro anos atrás está bem menor. Estamos prestes a tirar nossa sociedade dessa lama em que ela se enfiou há quatro anos.
Eu sei que domingo só começa o trabalho. Vamos precisar sentar com as pessoas e explicar o que estará sendo feito e os benefícios para a sociedade dessas ações. Precisaremos ensinar para que aprendam quais caminhos evitar e assim poderemos impedir loucuras que ameacem ainda mais quem luta por um país mais justo.
Daqui quatro anos eu espero que a gente esteja lembrando como há quatro anos atrás a gente começava a retirar o país do fundo do poço e que esse resgate valeu a pena!
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