Você se considera inteligente?

artistetica
4 min readJul 20, 2022

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A teoria das inteligências múltiplas foi desenvolvida por um grupo de psicólogos da Universidade de Harvard na década de 1980 e liderada por Howard Gardner. Ela sustenta que indivíduos podem exercem aptidões diversas ao longo de suas vidas e cada uma delas pode dizer respeito a uma forma de inteligência diferente, não limitando assim o conhecimento a uma única área.

Diante de todas experiências que temos ao interagirmos com nossa realidade, desde crianças até a idade adulta, podemos desenvolver mais determinada forma de inteligência ou outra. Esse estudo serviu para quebrar o paradigma de que ser inteligente significa dominar a escrita ou o cálculo, abrindo margem a novas formas de conhecimento e também a novas abordagens no ensino para as crianças que apresentavam mais dificuldades em certa área, porém facilidade noutras.

Conheçamos um pouco de cada forma de inteligência:

INTRAPESSOAL: Basicamente diz respeito ao autoconhecimento. Saber reconhecer suas qualidade enquanto indivíduo, o que precisa mudar, manter ou melhorar. Tendo essa inteligência e a exercitando constantemente, nos tornamos mais tolerantes e melhores para os outros e principalmente para nós mesmos. A inteligência intrapessoal é essencial para quem luta contra a depressão ou outros distúrbios psicológicos, pois ao estar nesse quadro o indivíduo tem uma imagem muito distorcida de si devido a uma severa baixa autoestima. A terapia é um recurso feito através de profissionais que visam uma melhor inteligência intrapessoal a indivíduos que necessitam de ajuda psicológica.

ESPACIAL: Essa forma de inteligência está interligada a facilidade de reconhecer formas e objetos e saber como situá-los no espaço. Ter a capacidade de entender como uma coisa pode vir a ser mesmo que ainda tal mudança não tenha ocorrido de fato. Ao imaginarmos uma reforma em determinado imóvel, ou a construção de um mesmo, temos um exemplo de uma forma de inteligência espacial.

NATURALISTA: Uma das formas de inteligência mais primitiva. Saber como cultivar um solo para torná-lo fértil, dominar técnicas de plantio ou botânica. Saber preparar alimentos. Essa inteligência é incorporada por pessoas que tem uma conexão mais próxima com a natureza e com a terra.

MUSICAL: É certo que a música, se estudada, pode formar um músico. Porém muitos músicos foram autodidatas, ou seja, aprenderam a tocar sozinhos, como alguém nada mais nada menos do que Jimi Hendrix. A inteligência musical está ligada a ter facilidade em tocar instrumentos e criar composições seguindo um instinto que parece ser inato. Colocando seus sentimentos nas notas e criando algo a ser transmitido através de sonoridades. Basicamente, alude aqueles que têm facilidade de tocar. Tirar músicas de ouvido ou compor com facilidade.

LÓGICO-MATEMÁTICA: Facilidade em resolver cálculos que solucionam problemas do mundo ou que facilitam a vida das pessoas. Conhecimento de informática, engenharia, economia dentre diversas outras áreas.

EXISTENCIAL: Questionar sobre a vida, sobre o que se faz dela. Sobre nossas ações, sobre o impacto da morte. Uma forma de inteligencia mais presente nas áreas das humanidades, como a filosofia por exemplo.

INTERPESSOAL: A famosa “empatia”. Se colocar no lugar do outro. Entender os sentimentos dos outros e não se ver enquanto centro do universo. Saber que nossas escolhas podem afetar os outros. Saber que o que vemos pode ser diferente daquilo que o outro vê; cada um tem sua noção de mundo e nenhuma se sobrepõe a outra. Nisso consiste a inteligência interpessoal: em entender melhor as pessoas. Junta da intrapessoal ela torna a convivência das pessoas melhor e o mundo um lugar com mais tolerância e respeito.

CORPORAL-GINÁSTICA: Saber como utilizar bem o seu corpo. Muito evidente em atletas. Ao assistirmos um jogo de futebol, por exemplo, vemos um jogador fazendo um lançamento de um lado do campo para outro a outro jogador. Se tentamos fazer, ainda que pareça fácil, fracassamos de modo pífio. Uma ginasta treina muito e sabe como deve prosseguir para fazer os saltos que deseja e nisso se resume a inteligência corporal: ter um domínio mais centrado sobre seu próprio corpo.

LINGUÍSTICA: Saber encontrar as palavras certas para se expressar, falar com clareza e criar conteúdo: livros, poemas e outros enredos. A inteligência linguística também está diretamente interligada a intra e interpessoal e nos auxilia na autoexpressão e melhor compreensão de situações e contextos.

Pois então é isso. Que fique claro sempre que ser inteligente não significa saber fazer uma única coisa ou ser bom em uma única coisa; existem diversas formas de se interagir com o conhecimento. É claro que nos identificamos mais com uma ou outra, só que sabemos que o ideal é que devemos nos aprimorar na medida do possível em tudo que possuímos capacidade de realizar.

Pra quem sentir vontade de conhecer melhor essa teoria e esse estudo, só da uma pesquisada no livro “Inteligências Múltiplas: A Teoria na Prática” de Howard Gardner. Lá vocês podem conhecer muito melhor de algo que fora exposto brevemente por aqui.

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