A Experiência na Aceleradora de Métodos Ágeis ThoughtWorks

Andrei Rupertti
3 min readApr 5, 2018

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A maior dor dos jovens profissionais de TI é aquilo que gosto de chamar de “paradoxo do primeiro emprego”: se toda vaga pede experiência, como terei minha primeira experiência para conseguir uma vaga? Há uma grande competitividade no mercado, consequentemente profissionais com anos de carreira competem com jovens iniciando as suas, o que leva a uma disputa quase desleal. No entanto, a Aceleradora de Métodos Ágeis, um projeto da ThoughtWorks em conjunto com a PUCRS, nada contra a maré do mercado e contribui para amenizar a dor destes jovens dando a eles o que mais precisam: desenvolvimento profissional.

Demo final do projeto Conhecimento Livre na ThoughtWorks

A Aceleradora trabalha com um time de 12 alunos e diversos mentores para auxiliar no desenvolvimento de uma aplicação durante 4 meses. Dentre o segundo grupo, há mestrandos da PUCRS e profissionais da ThoughtWorks que dividem seu tempo entre suas atividades pessoais e o projeto, porém, outro mentor fica em tempo integral com a turma. O projeto a ser desenvolvido é escolhido pelos próprios alunos durante uma seletiva onde os proponentes fazem suas apresentações. Na minha turma, a décima segunda, foi escolhido o projeto Conhecimento Livre, uma plataforma com conteúdo de programação gratuito e em português visando estudantes desfavorecidos economicamente.

O grande foco da Aceleradora são os métodos ágeis (Scrum + Kanban), logo, tínhamos diversas cerimônias, Demo / Showcase, Sprint, Retro, Daily, etc. Os alunos, que estavam em sua maioria no meio das graduações ou, assim como eu, recém saídos do técnico, tiveram que aprender a trabalhar em grupo já neste fluxo de trabalho e principalmente o porquê do Agile ser tão importante e estar sendo aderido por tantas empresas. Estes alunos fazem parte deste novo grupo de profissionais do mercado que estão sendo moldados pelos métodos ágeis e não precisarão fazer a adaptação a partir de uma metodologia tradicional.

Trabalhar em um projeto de verdade e com uma equipe real te traz muita bagagem, dado que problemas técnicos e divergências de ideias irão acontecer, mas, você precisará apresentar progresso ao fim de cada Sprint (período de tempo onde as atividades devem ser executadas) ou será cobrado por isto. Participar de um grupo multidisciplinar significa que não existe algo como “Sou do back-end”, é preciso fazer aquilo que agregará mais valor ao produto, seja este teste de usuário, desenvolver uma funcionalidade ou até mesmo divulgá-lo. Entretanto, o que realmente diferencia a Aceleradora é o ambiente, todos estão lá para tentar evoluir e por conta do clima descontraído eu ia trabalhar feliz e empolgado, com convicção de que iria aprender algo novo naquele dia e este sentimento é singular.

No meio disto tudo onde entra a ThoughtWorks? Bem, primeiramente com os mentores que ajudam principalmente durante o início do projeto, solucionando dúvidas e apresentando os caminhos para o estudo das tecnologias. Com o amadurecimento da turma, entretanto, estes auxílios vão se tornando menos necessários e eles participam em ocasiões pontuais e, claro, nas revisões do código. Dito isto, o maior papel da TW é disseminar a cultura da empresa: ela é conhecida mundialmente pela luta por justiça social e econômica, assim como seu compromisso com a diversidade, princípios que são passados para os alunos de forma orgânica, seja na seleção dos alunos, oferecendo oportunidades para pessoas desfavorecidas social e economicamente, ou apontando a importância da acessibilidade de um software, por exemplo. Todos os alunos, comigo incluso, sabemos que a ThoughtWorks provavelmente possui falhas como qualquer outra companhia, mas é difícil passar pela Aceleradora sem se “encantar” com a empresa.

Devo a Aceleradora muito do que sei hoje, mas se precisasse resumir nos principais aprendizados diria que: pessoas não são recursos, métodos ágeis não é post-it, JavaScript é bizarro (mas interessante) e quanto mais eu aprendo, menos eu sei. Há muitos lugares que se vendem como “cursos profissionalizantes” ou que você “sairá empregado”, mas a Aceleradora realmente se importa com o desenvolvimentos dos alunos e fico muito feliz de ter participado da turma 12 e mais feliz ainda de ser escolhido para permanecer para a turma 13, que inclusive começará em breve. Estou muito ansioso para o próximo projeto!

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