As eleições e o funcionalismo

Alexandre Rocha
2 min readAug 16, 2018

--

Novamente estamos à frente de mais uma eleição e, como sempre, voltamos nossas atenções para os cargos majoritários de Presidente e Governador, esquecendo que quem faz as regras e indica o rumo do jogo é o Congresso nacional, por isso a importância da boa escolha de deputados e senadores.

O funcionalismo federal sempre foi relegado nas campanhas dos presidenciáveis. Cada vez está mais difícil arrancar alguma declaração sobre politicas de pessoal, carreiras e serviço público.

Temos 6 principais nomes concorrendo ao cargo máximo: Alckmin, Bolsonaro, Boulos, Ciro, Marina e mais um do PT que não sabemos ainda quem será, e mais dezenas de candidatos novatos e veteranos disputando vagas no Congresso Nacional em cada Estado. Todos representantes de partidos e correntes ideológicas que dizem muito sobre sí. Todos com históricos que mostram claramente quem são e o que poderão fazer. Com boa vontade e o Google não é difícil descobrir quem é quem.

Tivemos um exemplo forte em 2016 do que um Congresso fisiológico e movido a interesses nada republicanos pode fazer: derrubaram uma Presidente acusada de improbidade com o objetivo de limpar o Brasil e levantá-lo, para colocar seu Vice reconhecidamente envolvido em toda sorte de malversação auxiliado pela pior elite de políticos, a grande maioria investigada pelo MPF. Hoje o Brasil nada na lama esperando o fim do trágico mandato com passividade sem igual.

O funcionalismo federal, se quiser realmente recuperar sua estima, não só financeira, como também anímica, não pode resumir a solução de seus problemas à escolha de um Presidente. O voto nos Senadores e Deputados é muito mais importante. São eles que vão barrar ou aprovar as leis que impactarão no seu bolso e nas estruturas do serviço público. O discurso demagógico e oportunista dos que sempre prejudicaram a pauta dos servidores, mas que na véspera da eleição se tornam amigos tem que ser filtrado e, se necessário, denunciado e excluído. Porém há candidatos honestos, novatos ou não, que reconhecem no funcionalismo as mazelas de todos os problemas do Estado. São honestos porque deixam isso claro através de um discurso raso, sem embasamento e que no fundo, busca privilegiar setores privados que os estão financiando, estes devem ser combatidos sem trégua, porque além de irem contra o servidor público também trabalhar para o desmonte do serviço público.

Fazer uma pesquisa e escolher os candidatos certos é um desafio que só cabe ao eleitor interessado e comprometido. Os políticos eleitos e seus resultados são a imagem da sociedade que os elege. Fazer essa imagem ser melhorada só depende do voto consciente e crítico.

--

--

Alexandre Rocha

Quando foi que nos esquecemos que somos seres humanos e não afazeres humanos?