Estou no terceiro dia do Startup Weekend. Umas das melhores coisas que já aconteceram na minha vida. Estou destruído.
Você chega em um evento como o Startup Weekend cheio de espectativas e ideias, você acha que sua ideia é ótima. Você sabe que vai ajudar muita gente. Você acha que todos vão gostar e que você e seu time serão ricos.
Assim cheguei eu no evento, cheio de pequenas certezas que achava que me beneficiariam. “Eu sou um dev”. “Eu sei fazer um protótipo”.“Eu sei fazer um mvp”. “Eu sei quando uma ideia é promissora”. E assim comecei eu e meu amigo(outro dev) a formular nossa ideia milionária.
Não vou destrinchar isso aqui, pois não é o foco do ponto em que quero chegar, mas a ideia tinha haver com moedas digitais, empresas e organizações assistenciais. Na sexta feira conversamos com outras pessoas que nos ajudaram de fora do evento. Alinhamos a idea, olhamos o “problema” e como iríamos resolvê-lo e no sábado pela manhã, sem falar com nenhum mentor antes, fomos “validar”, conversamos com donos de empresas, organizações assistenciais e tivemos um bom feedback de resultados em um formulário que disparamos.
Show! Estavamos prontos para prototipar e fazer o MVP, “a parte mais fácil”. Foi quando nesse momento, neste exato momento, eles chegaram: os mentores. Parecia até uma cena de filme. Não foi um, foram 3. Sentaram atrás de nós. Eu vi eles em câmera lenta. O primeiro que começou foi Eduardo Rocha: “e aí galera? Como é que ta?”, “eu não vi vocês de manhã”. Meu amigo tomou a frente: “estavamos validando a ideia”. “Sem consultar nenhum mentor?”, eles respondeu direto. Começamos a explicar nossa ideia. Nosso próposito, o “problema”, como gostaríamos de ganhar dinheiro e como isso beneficiaria as pessoas.
Eu fui destruído. Para cada argumento que nós levantávamos eles faziam perguntas que desconstruiam tudo o que tinhamos pensado. Em poucos minutos nossa ideia parecia não fazer mais sentido. A conta não fechava, tudo o que formulamos e pensamos perdeu valor. Já estava próximo das 17:00 horas e não tínhamos mais ideia, mais nada. Não adiantava pivotar pois não havía caminho para pivotar com os personagens da nossa ideia. Estava acabado.
O Eduardo Rocha, a Glaucia Peres e o Éfrem Filho, nos finalizaram de forma direta, sincera e rápida. Nos mostraram que aquilo não era bom nem viável, nem escalável. A nossa ideia não era nada. A minha ficha caiu e eu pude ver: eles tinham razão.
Sabe o que eu tenho pra dizer para essas 3 pessoas? Muito obrigado. Foi uma das melhores experiências da minha vida. Eu nunca tinha sido posto à prova como eu fui naquela tarde, nunca ninguém “jogou na minha cara” motivos pelos quais eu poderia estar errado, nunca ninguém me contradisse em uma ideia que parecia ser tão boa. Eles me mostraram que eu não estava no caminho e porque eu não estava no caminho. Não mediram palavras pra isso. Me mostraram que o que eu pensava só existia na minha cabeça. Se eles não tivessem feito isso, talvez eu continuaria dentro de um sonho que só eu estava vivendo. Eu nunca achei que diria isso, mas ser “destruído” por essas pessoas foi a melhor experiência que eu poderia ter neste Startup Weekend(dentre tantas outras). Foi o maior aprendizado que eu vivenciei.
Agora sei para onde ir. O que tenho que fazer e como fazer, sei qual caminho tomar, com mais cuidado e com o foco certo. Os passos a seguir estão mais claros agora. Todos nós deveríamos passar por essa experiência pelo menos uma vez na vida. E aí? já foi destruído esse fim de semana? Não? Que pena.