Porque tantos novos produtos fracassam?
E como evitar.
É muito difícil assumir os erros e aceitar fracassos, mesmo sabendo da importância deles no processo de inovação e crescimento.
Samuel West, pesquisador de inovação, notou que as empresas promovem apenas seus sucessos e decidiu fazer a curadoria do Museu do Fracasso (Museum of Faluire Innovation), na Suécia, para mostrar que o erro faz parte.
“É chato. Falhar é mais interessante e oferece a nós mais a aprender. Quero
que as pessoas entendam que falhar é essencial para a inovação e o sucesso. De todos os projetos de inovação, 80% a 90% falham e nós precisamos começar a aprender com isso.” (Samuel West, 2017)
West coletou aproximadamente 60 itens para o museu e continua crescendo o acervo.
Lá podemos encontrar o perfume Legendary Harley-Devidson, lançado em 1994 pela Harley que tinha aroma que lembrava o motor da moto e por isso não teve muita adesão.
Há também a lasanha congelada que a Colgate lançou na década de 80, junto a uma linha de alimentos chamada Colgate Kitchen Entrées. O público teve dificuldade para associar uma marca de higiene pessoal a produtos alimentícios.
O Apple Newton, Bic for Her, Google Glass, Nokia N-gage, Lego Fiber Optics e Sony Betamax são outros produtos.
“Algumas empresas fracassaram por associar a boa reputação de seus nomes
de marca a algo totalmente sem sentido”. (Kotler, Armstrong, 2007)
É preciso arriscar!
As empresas acima comentadas nos ensinam que o erro pela inovação tem perdão. Todas fracassaram em algum produto mas acertaram muito em outros, com base nas suas próprias falhas. E em sua maioria, essas empresas miravam a conquista de novo segmento para a marca as falhas apontaram quais os caminhos seguir, e quais não seguir.
As empresas precisam desenvolver um fluxo constante de novos produtos e serviços já que os consumidores, a tecnologia e a concorrência vivem em mudança e movimento. Todo produto tem um ciclo de vida e esta reciclagem mantêm o negócio vivo.
Como lançar um produto novo de forma mais assertiva?
Segundo Kotler e Armstrong, há várias razões para os produtos fracassarem e que algumas podem ser as seguintes: embora a ideia seja boa, talvez a empresa superestime o tamanho do mercado; o produto pode ter sido posicionado errado; às vezes os custos de desenvolvimento do produto são mais altos que o previsto ou os concorrentes reagem com mais vigor do que o esperado.
“Em geral, para criar novos produtos de sucesso, uma empresa deve conhecer seus consumidores, mercados e concorrentes e desenvolver produtos que entreguem valor superior aos clientes. Elas devem conduzir um forte planejamento do produto e estabelecer um sistemático processo de desenvolvimento de novos produtos para descobrir e elaborar novos produtos”. (Kotler, Armstrong, 2007)
Para que não evitemos a criação de algo sem sentido, estes autores exemplificam o processo na obra Princípios de marketing. Na visão deles, os primeiros passos são a geração de ideias (brainstorm, brainstorm e brainstorm), e a seleção das ideias aproveitáveis.
Para gerar ideias é interessante incluir fontes internas, como colaboradores, equipe de produção e vendas, e fontes externas, como clientes, fornecedores e distribuidores. Com as ideias em mãos e com a ajuda de algumas perguntas, fica mais fácil ver as melhores possibilidades de negócio: é realmente útil? é bom pra empresa? temos recursos? é fácil produzir? está em conformidade com os valores e objetivos estratégicos da empresa?.
Feito isso, vem o desenvolvimento e teste de conceito, desenvolvimento de estratégia de marketing, análise do negócio, desenvolvimento do produto, análise de marketing e comercialização.
É preciso sempre ter cautela
Se blindar para não depositar os investimentos em negócios não lucrativos ou negócios que, embora lucrativos, tragam uma reputação ruim a marca. Os novos produtos devem estar de acordo com os valores da empresa, e para isso é importante tê-los em mente durante todo o processo.