Um pouquinho de como foi minha experiência na Ohio University

Vai ser difícil resumir em palavras o que foram os 15 dias que passei em um estado pouco turístico dos Estados Unidos. Muitos de vocês talvez nunca tenham ouvido falar ou não façam ideia de onde fica Ohio, assim como eu não sabia (exceto que era o estado do time de basquete Cleveland Cavaliers). Mas esse lugar aparentemente desconhecido, hoje, é a minha casa longe de casa. ❤️

Escrever sobre o que eu defino como a melhor experiência da vida significa reviver todas as memórias construídas durante meus dias em Ohio. E talvez seja por isso que eu esteja fazendo isso. Afinal, é preciso canalizar toda a saudade em algum lugar.

Por isso, vir aqui foi a forma que encontrei de compartilhar um pouquinho de como foi fazer o Marketing Executive Program da Ohio University em parceria com a LAIOB junto de mais ou menos 115 brasileiros (divididos entre os alunos de Marketing e Corporate Finances).

Mais detalhes sobre o processo e a bolsa que me permitiu realizar tudo isso, é só clicar aqui :)

Eu estaria mentindo se dissesse que nunca quis viver o dia a dia de uma universidade americana. Provavelmente isso tem uma grande influência dos filmes e séries que eu assisti com aquelas tramas clichês que todo mundo conhece.

Mesmo que pareça pouco tempo, as duas semanas que passei na Ohio University foram muito, muito, MUITO intensas. Eu me joguei de cabeça e aproveitei cada segundinho, porque sim, eu queria viver ao máximo essa experiência!

E o melhor disso tudo foi ter brasileiros pra compartilhar. A gente bem conhece a vibe brasileira, né? Por isso, já dá pra saber que levar um pouquinho da nossa energia para os EUA deu um resultado maravilhoso!

A cidade

Athens, Ohio

Literalmente um lugarzinho no meio do nada. Mas um lugarzinho cheio de personalidade. ❤️

Uma das vezes que usei o ônibus, ele deu uma volta gigantesca (porque peguei do lado errado, rs) e deu pra conhecer os cantinhos mais inóspitos da cidade. Foi um city tour não planejado que me deu a oportunidade de me encantar ainda mais pelo charme interiorano da cidade.

Basicamente, Athens gira em torno da Ohio University. A população de estudantes deve ser maior que a de nativos, mas a boa notícia para nós, brasileiros, é que tem Walmart, CVS, Dollar Tree e até Marshall’s! Isso sem contar as redes de fast food, como Wendy’s (❤️), McDonalds, Applebees, Chipotle, que sem sombra de dúvidas, foi a coisa que mais comi por lá. Já dá pra fazer umas comprinhas boas (e ganhar uns bons quilos)!

Mas o que mais me encantou em Athens foi a energia de lá! Eu gostei de ver os detalhes, o modo como a cidade foi construída, de observar o comportamento das pessoas, principalmente porque é tudo muito diferente do Brasil. E, claro, o clima friozinho, as companhias, minha primeira vez vendo neve… Tudo isso contribuiu pro charme singular e o significado de Athens para mim. Mas eu garanto que tem alguma coisa mágica nesse lugar! Como eles mesmos se definem: “There’s something in this place that sticks with you”.

E embora seja uma cidade pequena em número de habitantes, é grande em extensão. Inclusive isso foi uma coisa que notei nas cidades de Ohio: o número de casas, construções e pessoas por metro quadrado é muito pequeno. Em Athens existiam 5 ou 6 linhas de ônibus a $1, mas em Columbus definitivamente uma corrida de táxi custava quase a mesma coisa que o aluguel de um carro por um dia.

A universidade

GO BOBCATS!

Para começar, a Ohio University é enorme e linda! Sou suspeita pra falar, mas acho impossível não concordar com isso. Literalmente é uma cidade dentro de uma cidade. Prova disso é que a rua mais famosa da cidade é dentro do campus. Na Court Street tem comércio, bares, fraternidades, serviços e até igreja de várias religiões e por ser onde tudo acontece em Athens, é um dos meus lugares preferidos.

A universidade é a mais antiga do estado de Ohio e foi construída em 1804. Talvez pelos mais de dois séculos, a O.U carrega muita história nas suas paisagens. Mesmo antigos por fora, os prédios são inquestionavelmente super bem cuidados e preparados para receber os alunos e visitantes por dentro.

O campus é dividido em partes e pra ser sincera eu acho que não visitei todas elas, mas foi ótimo ter dedicado uma tarde inteira pra passear sem rumo na companhia dos inúmeros esquilos que moram na região e, claro, descobrir os cantinhos da O.U.

Para completar, selecionei algumas coisas que me chamaram a atenção. Vamos a elas:

• Esportes: os atletas são altamente valorizados em uma universidade americana. É verdade aquela impressão que a gente tem nos filmes de que o quaterback do time de futebol americano ou o cestinha do time de basquete são idolatrados. A galera valoriza muito não só os esportes em geral, mas também colocam toda a energia nos dias de jogos e no suporte às equipes. Além disso, os estádios, quadras, a academia, piscinas e pista de gelo são indispensáveis nas instalações. E se engana quem pensa que é pouca coisa. É muita coisa! Uma das coisas que mais me surpreendeu foram os esforços nas instalações atléticas e no quanto elas sempre estavam cheias.
• Espírito Bobcat: toda universidade nos EUA tem um mascote. O da O.U é o bobcat (também conhecido como lince aqui no BR). E o que mais achei surreal é que existe uma empolgação generalizada em ser um bobcat, em torcer por um bobcat, em se reunir com outros bobcats. Antes de ir eu fiquei sem entender, mas uma vez lá, você se sente completamente envolvido naquela energia. Tem um espírito de torcida, um orgulho em fazer parte inexplicável. E até a universidade como instituição abraça isso, não é uma coisa só dos alunos ou das atléticas (como é aqui). Inclusive, esse orgulho que eles sentem em ser parte da universidade é “alimentado” com as lojinhas do campus que vendem blusas, cadernos, canecas e as mais diversas souvenires que estampam justamente esse espírito de fazer parte da Ohio University.

• Refeitórios: os alunos tem a opção de comprar um cartão que inclui o almoço diário nos refeitórios da própria universidade. Antes de entrar, tem um funcionário na porta passando o cartão e contabilizando a sua “entrada do dia” e muitos dos estudantes até levam vasilhas para garantir a marmita de mais tarde. Até aí não tem nada de mais, né? Mas a comida que é servida ali é MUITO diversa! Tem restrições alimentares? Prefere manter a dieta? É vegetariano? Vegano? Gosta é da junk food? Independente de qual seja sua preferência, vão ter pratos apetitosos para você! Tem até uma sessão de sobremesa com sorvete, cookies, tortas e só de falar minha boca enche de água.
• Infraestrutura: é realmente bem completo a gama de equipamentos e experiências que a faculdade oferece. Desde as propagandas de jogos, eventos e shows pelo campus, até a limpeza e abastecimento dos ambientes, tudo é extremamente bem organizado e não deixa a desejar. A biblioteca tem tantos andares que me perdi lá dentro. Os dormitórios tem áreas comuns com TV, computadores e sala de estudo. E falando em estudo, a sala de aula tinha todos os dispositivos necessários (e até desnecessários) com uma dispensa caso algum material acabasse. A estrutura é boa mesmo! E já que nos EUA fazer faculdade é tão caro, eu senti que pelo menos o dinheiro dos alunos que estudam lá é (muito) bem investido.

• Atividades extracurriculares: acho que como a casa de muitos estudantes passa a ser o próprio campus, eles acabam tendo que criar vínculos ali, seja entrando pra um grupo, seja começando a trabalhar. Além das aulas, não faltam atividades para tods os tipos de público. Por exemplo, tem grupos de estudos (como se fosse uma monitoria), shows de talentos periódicos, mas se o negócio é ganhar uma graninha extra, tem a possibilidade de descolar um emprego tanto nos serviços oferecidos pela própria universidade (servente do refeitório, guia de visitas, apoio às atividades esportivas), quanto nos barzinhos agitados espalhados pelo campus. Além disso, a banda da universidade é levada muito a sério e os estereótipos de cheerleaders realmente existe. E eu não poderia esquecer do Sistema Grego, isto é, a possibilidade de entrar para uma fraternidade onde a irmandade reina e as festas também. Resumindo: não faltam possibilidades!

A galera e os rolês

Não é sobre tempo. É sobre intensidade.

Eu confesso que não poderia pedir por parceiros mais animados do que todo mundo que eu conheci no programa! Acho que a gente deu tão certo justamente por ter essa sinergia de curtir ao máximo! Eu pelo menos estava bem consciente que aquilo ali não iria se repetir e que eu precisava fazer valer a pena cada segundo.

A conexão que criamos é difícil de entender e eu mesma não entendia antes de passar por isso. Ficava questionando essas amizades de intercâmbio que se desenvolvem tão rápido. Como você pode gostar tanto de alguém que mal conhece? Mas é exatamente isso o que acontece. Tudo é sentido em potência máxima e é sim possível se apegar, amar, odiar e amar outra vez.

O melhor de estar em um lugar completamente novo é o desejo incontrolável de viver! Todo dia era o dia perfeito para sair, visitar um bar novo, beber uma cerveja (ou uns bons drinks), dançar até não poder mais, conhecer gente nova e, principalmente, inserir as melhores músicas brasileiras na playlist americana. Destaque para o Stephen’s, de longe nosso bar preferido, local em que nos despedíamos ao som de “Eu não vou embora”.

Até os dias em que não visitávamos a tão amada Court Street e íamos pulando de bar em bar com toda a empolgação que é peculiar do brasileiro, a gente tratava de se reunir em algum quarto, transformar a sala de conferências em um karaokê ou beber vinho no lobby do hotel. A palavra de ordem era diversão. Pelo menos até as 8h da manhã do dia seguinte.

Junto de toda essa bagagem cultural, essa mistura de sotaques e histórias pra contar fica a certeza de que fizemos amigos em cada canto do Brasil e vivemos dias inesquecíveis em Athens!

Se eu recomendo? MUITO! Vale cada centavo e todo mundo que foi concorda comigo. O único problema é que não volta mais.

• Qualquer dúvida, fico à disposição nos comentários e também no meu Instagram (@abeatrizhf). Lá tem um destaque dedicado aos melhores momentos na O.U. 💚
• Algumas fotos são da página oficial no Instagram da Ohio University (@ohio.university) e as outras são minhas.
• Vou fazer outro texto sobre a didática e conteúdos do curso, mas em outro post. Assim que estiver pronto, atualizo o link aqui :)