Os 10 discos mais importantes para o rap nacional
Desde os anos 1980 vem sendo produzido rap no Brasil. Tendo o eixo Rio-SP como principal fonte, o estilo hoje é situação, toca nas rádios e está nas listas de preferidos da maioria dos jovens, mas o caminho até aqui passou por algumas pequenas revoluções e grandes percalços. Abaixo listamos dez discos essenciais para se entender o rap no Brasil e sua evolução dos anos 1980 até aqui.
Hip-Hop Cultura de Rua (1988)
A primeira coletânea de rap do Brasil. O disco continha músicas de Thaíde & Dj Hum Código 13, MC Jack, e O Credo. Os produtores do disco foram Nasi e André Jung, ambos da banda de rock Ira!.
Gabriel O Pensador — Gabriel O Pensador (1993)
O rap no mainstream brasileiro. Rapper branco, carioca, clásse média também tinha espaço. Deste álbum sairam alguns clássicos da carreira d’O Pensador, como “Lôraburra” e “Hoje eu tô feliz (matei o presidente)”.
Thaíde & Dj Hum — Preste Atenção (1996)
Apesar de serem alguns dos precursores do rap no Brasil, o grande sucesso comercial e artístico da dupla é este album de 1996, culpa do single “Sr. Tempo Bom”, que paga tributo justamente a todo o movimento black brasileiro desde os anos 1970.
Racionais Mc’s — Sobrevivendo No Inferno (1997)
A maior obra de rap já lançada no Brasil. O Racionais levou o rap periférico para outro patamar, colocando o discurso de Mano Brown, Ice Blue e Edi Rock nas rádios, MTV e na casa de mais de 1 milhão e meio de brasileiros — número absurdo para um álbum lançado de forma independente, isso sem contar as cópias piratas que invadiram os camelôs de todo o Brasil. A partir deste disco os Racionais se tornaram o maior nome do estilo no país até hoje.
Pavilhão 9 — Cadeia Nacional (1997)
A união do rap com rock não era novidade, nasceu na década anterior com a junção de Aerosmith e Run DMC, mas no Brasil a grande referência foi o Pavilhão 9. Mascarados, sem revelar a identidade real por medo de maiores represárias, o grupo aqui pisou fundo adicionando uma banda de peso para acompanhar suas bases. Para completar, neste álbum ainda lançaram um single, “Mandando Bronca”, junto com os irmãos Cavalera, na época, vocalista e baterista do Sepultura, maior banda de rock/metal do país.
Facção Central — Versos Sangrentos (1999)
“Versos Sangrentos” é o auge do gangsta rap brasileiro. Com letras barra-pesada, o Facção Central foi acusado e censurado por apologia ao crime, tendo o video-clipe “Isso aqui é uma Guerra” retirado da programação da MTV Brasil.
MV Bill — Traficando Informação (1999)
O disco de estréia do MV Bill, além de ganhar o prêmio de disco do ano no Prêmio Hutúz — produzido pelo pessoal da Central Única das Favelas, abriu as portas da mídia para uma porção de ações importantes que o rapper fez para atrair atenção para as comunidades carentes, entre eles o livro “Cabeça de Porco” e o documentário “Falcão — Meninos do Tráfico”.
Sabotage — Rap é Compromisso (2000)
O primeiro e único disco do rapper Sabotage em vida é um marco no estilo. Vendeu mais de 1 milhão e meio de cópias e contou com participação de diversos nomes importantes não apenas pro rap, mas pro pop nacional, como Negra Li, Black Alien, Rappin’ Hood, RZO e Chorão, ex-vocalista do Charlie Brown Jr. O disco foi produzido por Daniel Ganjaman, que vai aparecer novamente em nossa lista já já.
Quinto Andar — Piratão (2005)
O Quinto Andar foi um coletivo carioca que se dissolveu logo após o lançamento deste que é seu único álbum. Lançado pela revista Outracoisa do músico Lobão, o cd foi vendido em todas as bancas de jornal do país. Com uma sonoridade nova, o Quinto Andar mudou o discurso do rap — com letras abordando assuntos diferentes do convencional no estilo, bem como mudou o som, com novas incursões eletrônicas no som. Com a separação do grupo, seus integrantes tiveram carreiras solo bem festejadas, caso de Shawlin, Kamau, DeLeve e Marechal.
Criolo — Nó na Orelha (2011)
Também produzido por Daniel Ganjaman — responsável pelo supracitado cd do Sabotage, “Nó na Orelha” é o segundo disco do paulistano Criolo, ex-Criolo Doido. O disco é um dos principais pilares do novo rap de SP, que mistura em sua sonoridade elementos do afrobeat, reggae, samba e MPB, além de um discurso poético mais abrangente. O single “Não existe amor em SP” extrapolou o estilo e caiu na boca de artistas díspares como Caetano Veloso e a banda emo-core Gloria, ambos que fizeram versões da faixa de trabalho de “Nó Na Orelha”.
E aí, acha que já entendeu o suficiente sobre a cena de rap aqui no Brasil? Então teste seus conhecimentos aqui no nosso quiz!
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