como a desciclopédia nos retrata

#Bibliotequices
8 min readOct 9, 2018

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Não vou negar, eu adoro a Desciclopédia. Já escrevi alguns artigos por lá, encontro informações mais pertinentes que na Wikipédia às vezes (Sim, acontece!) e uma das curiosidades que se materializou em uma pesquisa aqui e agora foi de saber como essa Enciclopédia Livre de Conteúdo enxergava a gente aqui das quebrada de Ranganathan.

Nesse post loooooongo vou apenas copiar e colar alguns trechos da Desciclopédia com as opiniões expressas de quem escreve os artigos — lembrando que são pessoas como eu ou você, logo se pararmos para pensar um tiquinho, essa é a opinião da vox populi.

A lista de lá na Wikipédia está aqui [x] e contém 42 (OMFG a resposta!) cursos autorizados pelo MEC em 22 estados de nosso Brasilzão. Detalhe que nem todas as Universidades citadas no artigo da Wikipedia são tratadas na Desciclopédia. Hmmmmmm… Teoria da conspiração…?

Debaixo do link mais tosqueira, um bocado de humor sem noção, uma pitada de desrespeito com as diversidades culturais, de gênero, sarcasmo elevado, erros gramaticais não-propositais e comentários críticos/reflexivos de minha parte.

Então!

Como nos percebem?!

Esse é o artigo principal sobre BIBLIOTECONOMIA na Desciclopédia (Uma paródia super ativa da Wikipédia) — http://desciclopedia.org/wiki/Biblioteconomia

UFRJ — Biblioteconomia (profissão esposa)

Taí um curso que todo mundo sabe que existe, mas ninguém sabe pra que serve. Nem os próprios estudantes de Biblioteconomia. Tá na lista dos cursos caçadores de marido rico.

[Comentário meu: o que seria “marido rico”? Fun fact: O anexo da Biblio fica no Botafogo, não na Ilha do Fundão, isso me dá esperanças.]

UFSC — Biblioteconomia

Apesar de permanecer no mesmo prédio, existe uma grande diferença entre as estudantes de pedagogia e as de biblioteconomia. Enquanto as pedagogas são extremamente gostosas, as bibliotecárias são… digamos, extremamente barangas! Porém, ambas ficam molhadinhas só em chegar perto de um aluno do CTC.

[Comentário meu: pessoas do CTC não sabem fazer piada tosca, as pedagogas realmente são lindas, não somos barangas, continuo a ter ojeriza do povo do CTC]

UFAM“É a arte da pessoa ficar muito tempo na biblioteca” — Alguém sobre Biblioteconomia.

Na UFAM todo mundo sabe que existe, mas ninguém sabe pra que serve. Nem os próprios estudantes de Biblioteconomia. Está na lista dos cursos “Candidata(o)s ao Golpe do Baú”. Tem gente que diz que é um curso pra ficar em biblioteca, mas o pessoal de biblioteconomia não gosta dessa definição, é biblioteca E ARQUIVO. Normalmente são senhoras que já tem 13 netos e 5 bisnetos que entram nesse curso. o futuro é a morte mesmo né!?

[comentário meu: Essa falácia do “não saber o que está fazendo” é em quase todas as descrições da Biblio nos artigos. Viu como a separação entre Biblioteca e Arquivo foi marcada ali?!]

UFC — Biblioteconomia

Biblioteconomia — Ciência da informação (os estudantes desse curso tem vergonha de biblioteconomia pelo fato de ninguém saber pronunciar a palavra BIBLIONJKSNSJNKJNK então inventaram o termo Ciência da informação), o curso consiste em deixar bebados estudantes quatro anos em salas de aula , aprendendo a colocar o dedinho na frente da boca e fazer psiu. O curso mais fértil em mulheres do campus, e em gays e lésbicas pessoas sociáves, como homem é uma coisa rara nessa área da UFC a meninas começaram a se divertir umas com as outras mesmo,tudo porquê os caras das engenharias tem medo dos gays preguiça de ir até o bloco da Biblio ver as meninas.

[comentário meu: boa razão para o Ciência da Informação xD ]

UnB — Biblioteca: Os alunos ainda não descobriram para que servem os livros estocados no prédio. O Curso de Biblioteconomia dedica toda sua atenção a pesquisa da real função da biblioteca, embora ainda não tenha atingido sucesso.

UFG — FACOMB

Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia (semi-playboys e proto-intelectuais). Abriga quatro cursos: Jornalismo (jornal), Publicidade e Propaganda (PP), Relações Públicas (RP) e Biblioteconomia, que brigam entre si por cadeiras e salas de aula, que são insuficientes para todos. Além disso, costumam brigar pelo título de descolados, sempre conferido ao curso com o gay mais caricato. Acreditava-se que o curso predominante na FALOKACOMB era o de Jornalismo, mas pesquisas recentes(de 1943) indicam que o grupo de indies, patricinhas, pseudo-lésbicas e filhotes de cruz credo fizeram com que a qualidade do curso caísse de 0 pra -2. […]

Nunca foi visto o pessoal de Biblioteconomia frequentando os corredores facombianos, mas acreditam-se que sejam só garotas feias que estudam 4 anos pra trabalhar atrás de um balcão de biblioteca.

UNIRIO — [Sobre alunos] Os grupos sociais na UNIRIO são variados, tem de tudo: pseudo-indies, hippies de boutique, pacientes psiquiátricos, artistas veados, viados da biblioteconomia, playbas metidos a skatistas, velhas museólogas, biomédicos neuróticos,otakus nerd etc. Em comum, todos tentaram passar pra UFMG, UFF, UERJ ou UFRJ, mas ninguém conseguiu. Então vai a UNIRIO mesmo!!

[…]

O CCH, Centro de Ciências Humanas e Sociais (cadê o “S” na sigla?), é o prédio mais bonitinho do campus Urca. Logo na entrada tinha um laguinho que estava sempre com a água verde mesmo que fosse limpo todos os dias e onde (havia quem dissesse) eram criadas carpas e badejos, que esporadicamente viravam almoço na cantina, no sistema pesque-pague. O laguinho era recheado de figuras alienígenas como museólogos, bibliotecários e arquivistas. […]

É fácil reconhecer os alunos de cada curso no CCH. As alunas da Biblioteconomia (caso você algum dia as encontre) andam sempre assustadas e fogem quando você pergunta as horas, com medo de assédio sexual. Os da Arquivologia vagam soturnos pelos corredores, como fantasmas,pois são vulneráveis ao Sol. Os alunos da Museologia ou são mulheres ou são viados (ou alguma coisa entre os dois), e estão sempre fumando do lado de fora da sala prestes a dar um soco em quem pergunta se museologia tem algo a ver com música.

[Sobre percepção do curso] Vão dominar as mais modernas técnicas mundiais de “colocação de livro na estante” e de “solicitação de silêncio: método Shhhh!”. (Biblioteconomia)

UFF — IACS

É o Instituto de Artes e Comunicação Social (IACS), que se localiza próximo ao campus da Economia e onde concentra os cursos de Jornalismo, Cinema, Publicidade, Estudos de Mídia, Produção Cultural, Arquivologia e Biblioteconomia. Lá encontram-se convidativos mictórios na entrada e privadas suspensas ao ar livre que os alunos insistem em chamar de “arte” para justificar o nome do instituto.

É também o lugar onde está a maior concentração de tênis All-Star e óculos de armação grossa colorida por metro quadrado. Todos os homens de lá são viad…, digo, emos covers dos Los Hermanos causando uma ilusão de ótica, tamanha a concentração de listras e xadrez espalhadas pelo campus. O local é também conhecido por avistarem facilmente tatuagens de caveiras mexicanas e harekrishnas lunáticos que se alimentam da radiação solar.

FURG — Biblioteconomia:

Biblio…oquê? Pra que tu faz isso? — Estudante de engenharia indignado com a amiga que faz esse curso.

Realmente precisa de um curso de 4 anos para aprender a empilhar livros? — Minha vó, indignada ao descobrir que eu optei por esse bacharelado.

Não é só empilhar livros, tem que tentar organizá-los também, né filha? — Minha mãe tentando dar mais importância ao curso e se redimir perante a minha vó.

O Bibliotecário, que em grego clássico significa “Aquele que faz shhhhhhhh”, é o profissional que te manda ficar quieto na Biblioteca. É o curso favorito entre as donas de casa gordas que, em busca de um hobbie, resolvem fazer um curso universitário e a sua nota no ENEM só é suficiente para Biblioteconomia ou Arquivologia. Aliás, só perde no quesito “insignificância” para os seus co-irmãos de instituto. Dentre as disciplinas técnicas do curso estão “Fila do desemprego I”, “Espanação de livros” “Tráfico de códices raros” e “Organização alfa-numérica de livros”. É o curso que apresenta a maior taxa de desistência entre os calouros, pois todo mundo chega achando que vai conseguir um estágio na biblioteca e vê que o pessoal da arquivologia que tem treta com o reitor já tomou conta do pedaço. Só se salva porque sempre tem uma que outra pseudo-nerd gostosinha e que gosta de beber nas festas que vai de penetra é convidada. Em suma, diz-se um bacharelado que na real não serve pra nada que busca formar profissionais aptos à gestão de bibliotecas. Te faz aprender o alfabeto, da frente pra trás e de trás pra frente, pra você não errar quando tiver que classificar os livros por nome. Os alunos servem como mão-de-obra escrava barata para a FURG.

UFRGS — Biblioteconomia

Os estudantes de biblioteconomia se dividem em dois grupos: os que dizem que entraram no curso sem saber que era uma merda, e os que já sabiam que era uma merda antes de terem entrado. O curso de biblioteconomia é o mais antigo da FABICO, foi inaugurado em 1947, atualmente pode ser chamado de ciência da informação que é uma ciência de uma complexidade tão complexa que muitos alunos enlouquecem antes mesmo do segundo semestre. A grande quantidade de anciãos no curso é algo realmente assustador. Meta pra eles é acabar o curso antes da morte por velhice. Quanto aos jovens da biblio, a grande maioria, só quer saber de namorar nos corredores, fumar uns becks no pátio e beber no bar da rua de trás da faculdade ou na Cidade Baixa. Alguns também sonham em salvar o mundo da falta de informação, mas, no entanto, não conseguem nem mostrar para seus outros coleguinhas fabicanos do que realmente se trata a biblioteconomia. As professoras deste curso são verdadeiras dinossauros démodé e não raro pode-se encontrá-las fedendo a cachaça todos os dias após às 18h.

[comentário meu: Cthulhu sendo chamado aqui nesse verbete… Eita lelê…]

UDESC — A FAED se encontra dominada por uma grande leva de Professoras Gaúchas que dominam as grades de horários de todos os cursos: Pedagogia, História, Geografia e Bibliowhatever!

[comentário meu: INCRIVELMENTE A UDESC NÃO TEM ARTIGO NA DESCICLOPÉDIA!! Cês tão esperando autorização assinada em 3 vias é?!]

USP — Não tem verbete para a Biblioteconomia e apenas se dirige uma vez a “bibliotecários”, mas só isso.

PUC-CAMPINAS — Não tem verbete sobre Biblioteconomia, apenas um comentário sobre o curso dividir o laboratório de informática com os alunos do Direito.

UNESP — Biblioteconomia

São-paulinos, Cara de secundaristas, mentalidade de secundaristas, atidudes de secundaristas, usam materiais escolares de secundaristas…até o 4º Ano quando dos homens [homens? anhãm sei…] que freqüentam o curso, 50% se tornam maconheiros e cachaceiros (verdade cachaceiros). A outra metade é de viados e emos que fingem não saber disso, contudo nos últimos anos a maioria já entra no curso sem não fingir mais, são assumidos e se pegam geral (isso mesmo, acreditem…). O Curso de Biblioteconomia dedica toda sua atenção a pesquisa da real função da biblioteca do campus, embora ainda não tenha atingido sucesso.

Biblioteconomia

Um curso que reune todos os alunos que não sabiam o que prestar na hora da inscrição do vestibular e morriam de medo de fazer mais um ano de cursinho.

O bom de fazer esse estudo comparativo da zoeiragem é que dá para se perceber como somos percebidos pela sociedade — como graduandos, como profissionais — assim como é a importância da biblioteca no universo acadêmico.

Mesmo com a tonelada de informação inútil e deveras preconceituosa, há um fundinho ideológico sócio-histórico para certas frases. É importante se ater a esses detalhes, pois desde que entrei no curso venho me deparado com essa faceta negativista dos profissionais da Informação (a gente, bibliotecários) quanto a nossa formação e atuação.

Isso reflete totalmente em como fazemos nosso trabalho, desde ser valorizado por nossas habilidades únicas, até a percepção do usuário que é a base para nossa atuação. Ficam aí as considerações, na minha impressão humilde tem muito rancor enraizado ali hehehehehehehehehe…

Definitivamente é preciso fazer mais artigos lolz para a Biblioteconomia na Desciclopédia, 14 de 42 não é o bastante,. meu povo!!

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Morgado, B., escrivinhando/divagando sobre as #Bibliotequices da vida de biblioteconomista/biblioteconômica. Facebook: https://www.facebook.com/bibliotequices/