Afinal, o que é um insight?

Bistro
5 min readMay 28, 2019

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Se você trabalha com marketing, conte quantas vezes ao longo de um dia você escuta a palavra insight. As vezes é relacionado a uma idéia, outras a uma observação e muitas vezes usamos a palavra simplesmente para chamar a atenção para algo que queremos, para parecer “maior” ou “mais verdade”. É uma das palavra mais banalizadas da área. Exatamente por isso, o real significado se perdeu. Quem sabe, de verdade, o que é um insight?

Aposto que todos nós, em algum momento, demos um “google” ou nos deparamos com a definição em algum treinamento. Existem várias, mas elas normalmente seguem na seguinte direção: “pensamento provocativo e uma observação real da natureza ou comportamento humano”. Te ajudou a entender o que é um insight? Não muito, né? Porque insight está mais ligado a um sentimento e significaria enquadrar sentimento em palavras. Como você descreveria felicidade? “Estado de uma consciência plenamente satisfeita; contentamento”. Mesmo com uma definição técnica, não significa que você explicou felicidade. O mesmo vale para um insight.

Cada um vai ter seu jeito de definir insight, assim como cada um define felicidade da sua maneira, mas o que um insight então deveria provocar?

Afinal, o que é um insight?

Um insight expande a cabeça, pensamento. Abre um novo caminho de raciocínio, destrava um problema. Ótimo, isso seria a explicação “teórica”. Mas, falamos que insight é um sentimento, então, qual é esse sentimento? Sabe quando você quer achar uma palavra e ela está na ponta da sua língua? Quando você finalmente lembra, você tem uma mistura de felicidade e empolgação com “sim, óbvio, é isso!”. Esse é exatamente o sentimento de um insight.

Depois de muito tempo trabalhando com insight, seu olhar fica mais claro, seu entendimento mais aguçado, sua intuição funciona melhor e esse processo de geração de insight fica mais natural. Mas, é claro, que existem alguns truques.

Como desenvolver insight?

Comece observando. Simples assim. Mas, não confunda observação com insight. Como saber a diferença? Nada melhor que um exemplo. Você percebe que as pessoas alimentam seus cachorros duas vezes por dia no café da manhã e no jantar. Isso é apenas uma observação, não um insight. Elas fazem isso porque elas se sentem culpadas de comer na frente dos seus bichinhos. Esse é o insight.

A dica é: Sempre faça a próxima pergunta, mesmo que pareça que vc não vai chegar a lugar nenhum. A charge do grupo KenMiller retrata bem isso:

Agora você estar se perguntando “como saber se eu deveria continuar perguntando? Se eu estou “atrás” de algo que realmente faz sentido”?

Se você escuta algo e aquilo faz você pensar, faz você parar um pouco, se tem algo que parece provocativo, você poder fazer duas coisas: julgar ou ficar curioso. O melhor que você pode fazer é ficar curioso porque normalmente aí mora um insight.

Ou seja, um dos pontos cruciais de insights é que eles devem partir de um ponto observação, mas sempre com o olhar de empatia. Empatia real, aquela que você se coloca no lugar do outro e sente com ele, criando uma conexão:

Conexão real traz um entendimento das motivações e porquês, e isso naturalmente gera insights.

Agora atenção, porque nem sempre aprofundar nos porquês e motivações é o único (ou correto!) jeito de gerar insights. Outra maneira, por exemplo, é “andar para os lados”. Ampliar sua visão, não falar com o seu consumidor, ver as coisas de outra perspectiva, outro ponto de vista. Até porque, existem vários tipos de insights. Eles podem ser de consumidor, mas também de categoria, embalagem, produto….

Insight — O que lembrar?

Insight é sentimento e, portanto, um pouco intangível. Ele deve partir de observação e seguir do entendimento das motivações e porque ou da “lateralização” de pensamento sempre usando a curiosidade e empatia.

Tentamos elaborar um check-list para te ajudar a identificar um insight bom:

  • Ele traz uma nova perspectiva para o problema?
  • Ele causa uma reação emocional (aquela da palavra na ponta da língua que mistura felicidade, empolgação e “ah, óbvio que é isso!”)?
  • Ela gera curiosidade?
  • Ela parte de um lugar de empatia?
  • Ela gera várias opções e oportunidades de idéias?

Insight — Exemplos.

Insight, como dissemos, é bem particular. Juntamos alguns exemplos e sugerimos percorrer as cinco perguntas acima nos insights a seguir e ver se você concorda com a gente.

Sneakers: “Você não é você quando está com fome”. Provoca a questão que a fome não é só física e ela tem consequências emocionais e psicológicas. Todos sabemos disso e quando a campanha foi lançada todos riram e se identificavam. O insight é tão poderoso que essa mesma idéia virou diversas campanhas, incluindo tv, internet e ponto de venda e hoje em dia é até posicionamento de marca.

Trident: “O legal do chiclete é mascar”. Chiclete é entediante. Mas, o ato de mastigar não. Mastigar um chiclete faz você parecer interessante e mais “descolado”. Esquece sabores, hálito, recomendação de dentista ou até mesmo que chiclete gera confiança. Essa campanha é sobre o benefício mais puro e simples.

McDonalds (Bélgica): “Todo mundo comete erros”. Seguindo a observação de que todos nós um dia começamos sem experiência, essa campanha de recrutamento mostra erros hilários e pega o gancho de que eles levam a sério que os funcionários não precisam ter experiência. Esse é um daqueles exemplos que mostram que o insight não precisa necessariamente vir do consumidor.

Esperamos ter ajudado a gerar “insights” sobre insight e que ao entender o processo — que é o ponto de partida para estratégias — a gente possa minimizar essas situações:

Bistro Estratégia

A Bistro Estratégia é uma boutique de planejamento estratégico focada em usar empatia e uma perspectiva humana para gerar insight e estratégia. Quer saber mais? Clica aqui.

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Strategic planning using empathy and a human perspective to generate insights