[5 mitos sobre analytics] 4 — É para a diretoria

J!Quant
2 min readOct 6, 2016

Analytics para quem?

É engraçado pensar em todas as ferramentas supostamente feitas para que executivos naveguem pelos dados da companhia para construir relatórios e painéis de acompanhamento. É difícil, no entanto, imaginar que um executivo tenha esse tempo disponível.

Vejo que a maioria das vezes em que se fala de Analytics, entende-se como uma ferramenta de consolidação de informações para o alto escalão das companhias. Afinal de contas, o que seria melhor do que os executivos tomarem decisões baseados em dados?

A empresa inteira tomar decisões baseadas em dados. E os executivos se preocuparem com a estratégia e com as exceções.

Se não colhemos ainda os melhores frutos do uso corporativo da análise de dados, é porque tentamos focar seu uso pelos executivos, e não pela pessoas que trabalham diretamente na operação.

Entenda:

  • em um banco, eu prefiro que os analistas de crédito e as atendentes tenham as ferramentas analíticas adequadas para decidir liberar ou não um empréstimo, do que algum diretor possuir um dashboard em tempo real das perdas com default.
  • em um restaurante, prefiro que a hostess e os atendentes monitorem o desempenho do giro do salão, as características estatísticas da fila de espera, e assim reduzam as desistências, do que só dar um dashboard para o gerente ou proprietário.

A riqueza das companhias está na operação.

A companhia AI-first

Não é muito produtivo se prender a chavões e termos da moda, mas acho que é importante esclarecê-los. Há um tempo falava-se de transformar e trazer as companhias para o mundo digital. Depois falou-se em transformá-la em uma companhia baseada em dados. Hoje também fala-se em ser AI-First, ou seja, ser baseado em inteligência artificial.

Ora, ter uma companhia que pensa primeiro na inteligência artificial, significa pensar diretamente na operação, e em como ela pode ser melhorada com o uso da tecnologia. Não olharmos pelo ângulo correto, não é algo tão distante.

Se os paradigmas anteriores diziam que TODA a companhia deveria ser digital, que TODOS os dados eram preciosos e precisavam estar dentro de uma ferramenta de BI para que as decisões fossem tomadas com maior qualidade, o que temos hoje é a oportunidade de uma visão mais objetiva, mais sóbria: vamos aplicar a tecnologia (inteligência artificial) para ajudar a resolver os maiores problemas.

É uma grande mudança de pensamento.

Ao invés do projeto de 5 anos para “limpar o banco de dados”, ou para implantar uma grande ferramenta, vamos fazer o projeto de 90 dias que nos resultará em um aumento da margem operacional?

Mudar este pensamento também muda o alvo da tecnologia: vamos priorizar a operação e seus resultados.

Espero que tenham gostado, e até a próxima!

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