Por que o Fluminense constrói mal o seu jogo?

Olhar Tático
2 min readSep 19, 2017

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(Foto: Nelson Perez / Fluminense F.C.)

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Após o bom estadual, o início do Brasileiro fez Abel entender que o material humano disponível — principalmente após a lesão de Sornoza, já recuperado da fratura no tornozelo — não o deixaria executar algumas boas coisas apresentadas pelo Fluminense na primeira parte de 2017.

A parte física do veterano Lucas, a queda brutal no rendimento do equatoriano Orejuela, assim como a necessidade de usar diversos jovens recém promovidos da base, fizeram a ofensividade ficar para trás.

Mesmo que em um primeiro momento não abrisse mão de laterais em amplitude máxima — agora subindo alternadamente em tentativa de encontrar equilíbrio na defesa — , e marcação um pouco mais alta, a proposta tricolor no Campeonato Brasileiro passou a tentar anular adversários.

Marlon Freitas como terceiro zagueiro, contra o Sport, para fazer sobra e superioridade diante da dupla Diego Souza e André; as mudanças no posicionamento saindo do 4–3–3 para duas linhas de 4, a partir do ponto de partida de Gustavo Scarpa, ora por fora, ora por dentro com a missão de negar espaços aos volantes de adversários que construíssem a partir desses jogadores, são exemplos de adaptação às principais armas do oponente.

Mas ainda que procure jogar em transição, a posse de bola é um fenômeno dentro do futebol. Ou seja: em algum momento sua equipe vai estar sob a posse da mesma; e por aí os problemas afloram.

Talvez por focar em trabalhos para organizar e coordenar o ainda falho sistema defensivo, treinamentos focados em mecanismos para circular bola; aproximação ao portador; atração de adversários e recepção de passes, tenham ficado em segundo plano.

Portanto, mesmo que o Olhar Tático esteja no campo da suposição (!!), as sessões de treino desequilibradas devem acarretar na má execução dos comportamentos do time sob a posse da bola.

Pois ainda que o citado mais acima tenha sido trabalhado ao longo da temporada, repetições precisam acontecer para enraizar na mente do atleta e automatizar o processo.

Caso contrário, podemos ver jogadores recebendo de costas, baixo ritmo de circulação de bola, e descompactação em momentos de organização ofensiva como apresenta o Fluminense em seus jogos e analisado no vídeo abaixo:

E se o time é descompacto atacando, a tendência é sofrer quando perde a bola também. O momento da perda da bola até o time estar postado defensivamente é nomeado de Transição Defensiva.

Atacar defendendo, ocupando espaços de forma racional e preparado para defender nas vezes que perder a bola, é conceito primordial dentro de uma equipe equilibrada. Caso contrário, ganhos de segundas bolas, que são cada vez mais importantes para uma equipe que deseja controlar um jogo, se tornam cada vez mais raras, por exemplo, e suscetíveis a sofrer contra-ataques. Como mostra o vídeo:

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Olhar Tático

Interpretar, compreender, analisar e explicar o jogo mais complexo do mundo é a missão para o autor.