No futebol masculino, Espanha tem a melhor convocação e Brasil aposta em Daniel Alves e Richarlison
Em 2016, a Seleção Brasileira ganhou o então inédito ouro olímpico no futebol masculino. O adversário da final naquela ocasião foi a Alemanha, derrotada pelos brasileiros nos pênaltis em um Maracanã lotado. Cinco anos depois, a busca pelo bicampeonato começa exatamente contra os alemães, nesta quinta-feira, 22, às 8h30 (de Brasília), na única competição envolvendo brasileiros na véspera da Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Diferentemente de 2016 — quando o Brasil contava com estrelas mundiais como o atacante Neymar e o zagueiro Marquinhos e jovens promissores como os atacantes Gabriel Jesus e Gabigol -, neste ano, o técnico André Jardine sofreu para fechar a lista dos 22 convocados. Vários clubes se negaram a liberar os atletas escolhidos — as Olimpíadas não são consideradas datas Fifa, por isso não há obrigatoriedade de liberação –, e o comandante da seleção olímpica teve de adaptar a lista até fechar o escrete que iniciará a caminhada olímpica no Estádio de Yokohama.
Em 2021, os dois principais nomes do grupo brasileiro são o lateral-direito multicampeão Daniel Alves, que, aos 38 anos, disputará sua primeira Olimpíada — e, para muitos torcedores, ainda é a melhor opção para a posição na seleção principal de Tite — e o atacante Richarlison, 24, do Everton, que foi titular do grupo vice-campeão da Copa América duas semanas atrás. O volante Douglas Luiz, do Aston Villa, foi outro que serviu a Tite no torneio sul-americano e juntou-se ao grupo olímpico no Japão.
Além da convocação adaptada, o rendimento oscilante nos poucos amistosos realizados antes da Olimpíada também preocupa. Em junho, o Brasil perdeu da fraca seleção de Cabo Verde por 2x1 e, semana passada, goleou, de forma “enganosa”, os Emirados Árabes por 5x2 — chegou a estar perdendo por 2x1 até a metade do 2º tempo. Em ambas as ocasiões, ficou clara a falta de entrosamento do time.
Além de Richarlison, o Brasil conta com valores individuais bastante promissores no setor ofensivo, casos do meia Claudinho (RB Bragantino), do meia-atacante Reinier (Borussia Dortmund) e dos atacantes Antony (Ajax), Martinelli (Arsenal) e Matheus Cunha (Hertha Berlim). No gol, Santos (Atlético/PR), com passagens pela seleção principal, promete dar segurança à defesa.
Alemanha não assusta, mas duelo precoce com Espanha preocupa
Os alemães, adversários da estreia brasileira, devem ser respeitados pela tradição, mas não contam com nenhum jogador que disputou a última Eurocopa pela seleção principal. O meia Arnold (Wolfsburg), o meia-atacante Amiri (Bayer Leverkusen) e o atacante Kruse (Union Berlin) são os principais nomes da Alemanha olímpica — que pode ser inspirada pelo título europeu sub-21 neste ano.
O grupo brasileiro é completado por Arábia Saudita — candidata a saco de pancadas — e a Costa do Marfim, que requer algum cuidado pela tradição do africanos de complicarem para o Brasil em Olimpíadas — vide as eliminações para Nigéria e Camarões em 1996 e 2000, respectivamente. O meia Kessie, do Milan, é um destaque marfinês.
A seleção que apresentou a convocação mais forte para Tóquio foi a Espanha, que integra o grupo C com Argentina, Egito e Austrália. Os espanhóis convocaram seis jogadores semifinalistas da Eurocopa, o que os torna até mais favoritos que o Brasil. São eles, o goleiro pegador de pênaltis Unai Simon (Athletic Bilbao); os zagueiros Eric Garcia (Barcelona) e Pau Torres (Villareal); o meia Pedri (Barcelona), destaque da Euro aos 18 anos; e os atacantes Dani Olmo (RB Leipzig) e Oyarzabal (Real Sociedad). Além deles, o meia-atacante Asensio, do Real Madrid, comandam a Fúria olímpica.
Já a Argentina não convocou grandes estrelas para Tóquio, tendo como principais nomes os meias Thiago Almada (Vélez) e Barco (Atlanta United). Porém, são favoritos a passar de chave junto com a Espanha e um deles pode pegar o Brasil nas quartas-de-final.
A França, que faz parte do grupo A, com México, Japão e África do Sul, fez uma convocação sem as estrelas do time que disputou a Euro e deverá ter como lideranças técnicas os atacantes Gignac, 35, e Thauvin, 28, ambos do Tigre-MEX e com passagens pela seleção principal do país.
Em resumo: a Espanha parece estar um pouco à frente de Brasil e França na briga pelo ouro, ao passo que Argentina e Alemanha apostam mais na juventude de seus elencos e no peso de suas camisas.