Dia olímpico tem última medalha do judô ameaçada e disputa de bronze no tênis
Brasileiros com chance de medalha hoje (de 30 para 31/7)*
TIRO COM ARCO
21h30 Marcus D’Almeida x Mauro Nespoli/ITA — individual (oitavas-de-final)
2h45 Marcus D’Almeida — individual (quartas-de-final)**
3h45 Marcus D’Almeida — individual (semifinal)**
4h30 Marcus D’Almeida — individual (disputa do bronze ou final)**
JUDÔ
1h (***) Equipes mistas (quartas-de-final, repescagem e semifinal)
5h Equipes mistas (confronto pelo bronze e finais)**
TÊNIS
3h Laura Pigossi/Luísa Stefani x Kudermetova/Vesnina-RUS — duplas femininas (disputa do bronze)
*Veja outras participações do Brasil hoje ao fim deste post.
** Caso se classifiquem.
***Horário aproximado, pois depende da duração das lutas anteriores.
O oitavo dia de competições nos Jogos Olímpicos de Tóquio, que vai da noite desta sexta-feira, 30, à manhã de sábado, 31 (de Brasília), reserva possibilidade de medalhas para o Brasil em três modalidades, porém com diferentes níveis de chances. Na competição por equipes mistas do judô, o time brasileiro chegou ao Japão como um dos candidatos ao pódio, porém vê esse cotação cair após a lesão de Maria Suelen Altheman nas disputas do peso pesado. No tênis, Laura Pigossi e Luísa Stefani jogam contra o favoritismo das russas Kudermetova/Vesnina para chegar ao bronze. Já no tiro com arco, Marcus Vinícius D’Almeida já fez história ao chegar às oitavas-de-final e precisa de mais três vitórias para passar de azarão a medalhista.
Começando pelo judô, a equipe mista do Brasil tem a seu favor o histórico de ter subido ao pódio em três dos quatro mundiais do ciclo olímpico (prata em 2017 e bronze em 2019 e 2021). A competição funciona como uma espécie de “Copa Davis” do judô, no qual os times são formados por seis judocas cada, que competem nas categorias leve, médio e pesado, tanto no masculino quanto no feminino. Cada um deles enfrenta os rivais da mesma categoria, totalizando 6 lutas individuais. Vence o duelo quem ganha 4 lutas primeiro. Em caso de empate em 3x3, é sorteado um confronto de desempate entre as seis categorias.
A boa cotação da equipe mista brasileira para medalhar na primeira edição dessa competição em Olimpíadas caiu um pouco, porém, por conta da lesão ligamentar de Maria Suelen nessa sexta-feira, 30, durante as quartas-de-final da categoria acima de 78kg, o que provocou o seu afastamento definitivo do evento. Ela será substituída por Mayra Aguiar, medalhista de bronze anteontem em Tóquio na meio-pesado (até 78kg) e que terá de ir para o sacrifício contra adversárias que podem passar facilmente dos 100kg. Certamente, será uma prova de superação para a gaúcha tri-medalhista brasileira.
A equipe brasileira já tinha uma improvisação certa na disputa por equipes. Por não ter nenhuma judoca classificada na categoria leve feminino (até 57kg) — a vaga seria da campeã olímpica Rafaela Silva, suspensa por doping no ano passado — , já era certo que a meio-leve Larissa Pimenta (categoria até 53kg) teria que lutar contra rivais quatro quilos mais pesadas que ela. O time brasileiro será completado por Eduardo Barbosa (leve, até 73kg), Maria Portela (médio, até 70kg), Rafael Macêdo (médio, até 90kg) e Rafael Silva (pesado, acima de 90kg).
Por ser cabeça-de-chave, o Brasil já entra direto nas quartas-de-final e espera o vencedor do duelo entre Holanda e Uzbequistão — cujos judocas da equipe mista ganharam um bronze, cada, na disputa individual — . Mesmo com as improvisações de Mayra e Larrisa, o time brasileiro tem totais condições de passar e ter provavelmente um duro desafio contra a França na semifinal. O time francês deve ter na sua escalação vencedores de uma medalha de prata e duas de bronze na disputa individual em Tóquio, incluindo o octacampeão mundial Teddy Riner, que surpreendentemente terminou em 3º lugar entre os pesados. Os franceses acumulam três vice-campeonatos seguidos nos últimos três mundiais por equipe.
Se passar pela França, o Brasil deve ter um adversário quase imbatível pela frente: nada menos que o Japão, atual tetracampeão mundial por equipes e que ganhou o ouro olímpico individual em 3 das 6 categorias que compõem a disputa. Caso perca nas semifinais, os brasileiros devem disputar o bronze contra a Rússia (2 bronzes nos últimos 4 mundiais e 2 bronzes individuais em Tóquio no decorrer da semana) ou a Coreia do Sul (de igual retrospecto em mundiais — um deles competindo como equipe coreana unificada — e um bronze conquistado em Tóquio). Mesmo que perca o duelo de estreia, o Brasil ainda teria chance de chegar ao bronze por meio da repescagem.
Laura e Luísa buscam bronze histórico
Laura Pigossi e Luísa Stefani chegaram à competição de duplas femininas como franco atiradoras. Só foram inscritas na Olimpíada na última hora do prazo e graças a desistências de duplas mais bem ranqueadas que elas. Três vitórias depois, já igualaram o melhor resultado do tênis brasileiro olímpico — o quarto lugar de Fernando Meligeni em Atlanta/1996.
Mas elas têm chance de ir além: disputam, a partir das 3h deste sábado, 31, a medalha de bronze contra as russas Veronika Kudermetova e Elena Vesnina, após perderem as semifinais contra as suíças Bencic e Golubic por 2 sets a 0 (7/5 - 6/3). Luísa é a atual 23ª do ranking de duplas da WTA e vem obtendo alguns resultados importantes desde o ano passado, como ter chegado às quartas-de-final do US Open 2020 e ganho os vice-campeonatos dos torneios de Abu Dhabi, Adelaide e Miami em 2021. Já Laura não tinha resultados expressivos nas duplas antes da Olimpíada, ocupando o 188º lugar do mundo atualmente.
As russas, por sua vez, têm um histórico muito mais robusto e chegaram a Tóquio vindas do vice-campeonato de duplas em Wimbledon, duas semanas antes. Vesnina já foi número 1 do mundo no ranking de duplas da WTA em 2018, acumulando 18 títulos nesse tipo de competição na carreira (entre eles, o ouro de duplas na Rio 2016 com Ekaterina Makarova, e os títulos de Roland Garros em 2013, US Open em 2014 e Wimblendon em 2017). Além disso, já foi a 13ª colocada no ranking de simples. Kudermetova é atualmente a número 16 do mundo nas duplas e a 32 no individual, tendo vencido os torneios de duplas de Istambul e de simples de Charleston neste ano.
Para desbancá-las, Laura e Luísa têm a própria campanha em Tóquio como combustível. As brasileiras já deixaram duas duplas cabeças-de-chave pelo caminho: as canadenses Dabrowski/Fichman (nº 7) na 1ª rodada, e as norte-americanas Mattek-Sonds e Pegula (nº 4) nas quartas-de-final.
Marcus Vinícius quer seguir surpreendendo
Chegar às oitavas-de-final do tiro com arco em Tóquio já garantiu a Marcus Vinícius o melhor resultado olímpico da história da modalidade para o Brasil — ao lado do de Ane Marcelle na Rio 2016 -. Apesar de ser um azarão na disputa, como analisamos no preview olímpico do último dia 23, o brasileiro já eliminou, nas duas primeiras rodadas, dois arqueiros que fizeram melhor pontuação que ele na prova de ranqueamento oito dias atrás (Marcus foi o 40º colocado e eliminou, na sequência, Patrick Huston/GBR, 25º, e Sjef van den Berg/HOL, nº 8).
Nas oitavas-de-final, o brasileiro vice-campeão mundial júnior de 2014 encara o italiano Mauro Nespoli, atual 7º do ranking mundial, campeão europeu em 2019 e ouro de duplas masculinas em Londres 2012. Se conseguir quebrar o favoritismo do rival, poderá pegar nas quartas o alemão Florian Unruch — que eliminou o sul-coreano Je Deok Kim, 1º colocado na prova de ranqueamento — ou o canadense Crispin Dueñas — campeão dos Jogos Pan-americanos de Lima 2019 com vitória sobre Marcus Vinícius na final, por 6 sets a 4 -. Duelos difíceis, mas que, caso consiga avançar, passaria às semifinais para enfrentar provavelmente o sul-coreano Woojin Kim, um dos favoritos ao ouro (clique no link acima para saber mais sobre ele).
Outras participações de brasileiros hoje (de 30 para 31/7)
VÔLEI DE PRAIA
21h Ana Patricia/Rebecca x Claes/Sponcil (EUA) — feminino (3ª rodada)
5h ou 8h Ana Patricia/Rebecca — feminino (repescagem)*
* Se necessário.
RUGBY DE 7
21h Brasil x Japão — feminino (disputa do 11º lugar)
ATLETISMO
21h30 Chayenne da Silva — 400m com barreiras feminino (eliminatórias)
21h30 Fernanda Martins — lançamento do disco feminino (eliminatórias)
21h40 Thiago Braz e Augusto Dutra — salto com vara masculino (eliminatórias)
22h14 Thiago André — 800m masculino (eliminatórias)
22h55 Izabela da Silva e Andressa de Moraes — lançamento do disco feminino (eliminatórias)
23h09 Ketiley Batista — 100m com barreira feminino (eliminatórias)
7h10 Samory Fraga e Alexsandro Melo — Salto em distância masculino (eliminatórias)
7h45 Paulo André, Felipe Bardi e Rodrigo Nascimento — 100m rasos masculino (eliminatórias)
HIPISMO CCE
22h04 Marcelo Tosi, Rafael Losano e Carlos Paro — individual e por equipes — adestramento (dia 2)
NATAÇÃO
23h11 Bruno Fratus — 50m livre (eliminatórias)
VELA
0h05 Gabriel Borges/Marco Grael — 49er masculina (10ª a 12ª regatas)
0h05 Jorge Zarif — Finn masculina (7ª e 8ª regatas)
0h05 Martine Grael e Kahena Kunze — 49er FX feminina (10ª a 12ª regatas)
0h05 Samuel Albrecht e Gabriela Nicolino — Nacra 17 mista (7ª a 9ª regatas)
2h33 Patrícia Freitas — RS:X feminino (medal race)
HANDEBOL
4h15 Brasil x Suécia — feminino (4ª rodada)
VÔLEI
4h25 Brasil x Servia — feminino (4ª rodada)
BOXE
6h18 Wanderson de Oliveira — até 52kg masculino (oitavas-de-final)
FUTEBOL
7h Brasil x Egito — masculino (quartas-de-final)