Preview 2/9: Atletismo e natação têm chances de ouro, e três esportes podem dar medalhas inéditas
Quinto dia de competições promete render bem mais pódios para o Brasil do que as quatro medalhas conquistadas ontem
O quinto dia de competições dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 promete muito mais medalhas para o Brasil do que os quatro pódios registrados nas 24 horas anteriores. Nesta segunda-feira, 2, haverá brasileiros em nada menos que nove finais do atletismo, sendo que em, pelo menos, duas delas — com Claudiney Batista e e Beth Gomes no lançamento de disco — a projeção é de ouro.
A natação também promete um dia de conquistas, com três brasileiros favoritos ao ouro: os já campeões em Paris Gabriel Araújo e Maria Carolina Santiago, nos 200m e 50m livre, respectivamente, e as gêmeas Débora e Beatriz Carneiro, nos 100m peito.
Além disso, triatlo, tiro com arco e badminton podem ter a primeira medalha paralímpica da história para o Brasil. Veja as análises.
Claudiney Batista, atletismo, lançamento de disco F54
Claudiney Batista é o atual bicampeão mundial e campeão paralímpico do lançamento de disco, classe F56. Além disso, é o dono da melhor marca da temporada na prova, e a segunda no geral entre todos os inscritos.
O mineiro é favorito ao ouro na final que começa às 5h05 (de Brasília).
Beth Gomes, atletismo, arremesso de peso F54 e lançamento de disco F53
Elizabeth Gomes é favorita a subir ao pódio nas duas provas — ambas serão realizadas nesta segunda-feira -, mas em situações distintas. Isso porque, enquanto no lançamento de disco ela competirá na classe funcional dela, a F53, sendo, portanto, favoritaça ao ouro, no arremesso do peso, ela disputa numa categoria acima, a F54, ou seja, contra atletas com menos limitações motoras.
No peso, cuja final é às 6h02, a paulista de Santos foi vice-campeã mundial neste ano, em Kobe, e ouro no Mundial de Paris, em 2023. É a dona da segunda melhor marca da temporada e a sexta no geral entre as inscritas na Paralimpíada de Paris (tudo isso sempre competindo uma classe funcional acima da dela).
Já no disco, cuja final é às 14h04, Beth é a atual recordista e tricampeã mundial e campeã paralímpica e dona da melhor marca da temporada, portanto, favoritaça ao ouro.
Aser Mateus e Rodrigo Parreira, atletismo, salto em distância T36
O Brasil chega com duas chances de pódio à final do salto em distância T36 às 14h15. Rodrigo Parreira e Aser Mateus Almeida têm possibilidade de medalha, inclusive podendo fazer uma dobradinha no pódio. O primeiro foi bronze no último mundial, disputado neste ano, no Japão, e é dono da segunda melhor marca da temporada.
Já Aser tem a segunda melhor marca geral entre os inscritos, e a quarta desta temporada.
Vinícus Rodrigues, atletismo, 100m T63
Vinícius Rodrigues passou à final dos 100 metros rasos T63 com o 6º melhor tempo das eliminatórias. Ele é o dono da melhor marca geral entre os inscritos, mas apenas o 7º melhor tempo de 2024. Bronze no Mundial de 2023 e prata na Paralimpíada de Tóquio, terá de melhorar para repetir o pódio de três anos atrás.
A final do atleta paranaense começa às 14h40.
Alessandro Silva, atletismo, arremesso do peso F11
Alessandro Rodrigo da Silva foi vice-campeão paralímpico do arremesso de peso F11 em Tóquio e tem a terceira melhor marca entre os inscritos na prova. Além disso, repetiu a prata no Mundial de 2023.
O paulista de Santo André disputa a última final do dia do Brasil no atletismo às 15h35.
Outras chances no atletismo
O Brasil também terá outros finalistas nesta segunda: destaque para a participação de Edenilson Floriani no lançamento de dardo F64, às 14h. O catarinense foi bronze no Mundial de 2023.
Também vale ficar de olho na final dos 100 metros F35, com Fábio Bordignon e Henrique Caetano, às 14h08. O primeiro foi bronze no Mundial de 2023, enquanto o compatriota é o dono da 3ª melhor marca da temporada.
Por fim, Alan Fonteles estará de volta a uma final paralímpica às 14h50, na decisão dos 100 metros T64, após passar cinco anos afastado das pistas. O paraense passou à final com o 8º tempo e dificilmente repetirá o título paralímpico de Londres 2012, quando bateu a lenda sul-africana Oscar Pistorius nos 200m.
Beatriz e Débora Carneiro, natação, 100m peito SB14
As gêmeas Débora e Beatriz Carneiro são algumas das sensações da natação paralímpica brasileira, sobretudo nos 100m peito SB14. Nessa prova, elas fizeram, respectivamente, uma dobradinha no Mundial de Manchester, em 2023, e são donas dos dois melhores tempos de balizamento em Paris.
Débora, a atual campeã mundial, já havia sido bronze na mesma prova na edição do evento disputada um ano antes, na Madeira, em Portugal. Sua irmã, por sua vez, tinha conquistado o bronze paralímpico em Tóquio, em 2021. Hoje, elas nadam as eliminatórias às 5h41, e a possível final às 13h19.
Maria Carolina Santiago, natação, 50m livre S13
Carol já ganhou um ouro em Paris, nos 100m costas S12, e tenta agora a segunda medalha dourada nos 50m livre S13. Isso mesmo: a pernambucana vai competir uma classe funcional acima da dela e, mesmo assim, tem chances de subir ao lugar mais alto do pódio.
Isso porque Carol tem o melhor tempo entre as atletas inscritas na prova, da qual foi campeã paralímpica em Tóquio. Lucilene Sousa é a outra brasileira na prova e também compete numa classe funcional acima da dela, sem grandes expectativas de pódio.
A eliminatória é às 5h55 e a final, caso elas avancem, às 13h47.
Gabriel Araújo, natação, 200m livre S2
Hoje deve ter mais um show de Gabrielzinho em Paris. O mineiro que já ganhou dois ouros paralímpicos em 2024 e vem amassando os recordes mundiais cai na água para os 200m livre da classe S2 como favoritaço a mais um título, pois é o dono do melhor tempo de entrada na prova, da qual é o atual bicampeão mundial e campeão paralímpico.
A eliminatória é às 6h26, e a final, às 14h41.
Outras chances na natação
O Brasil também tem chances de pódio nesta segunda-feira em, pelo menos, mais duas provas: nos 100m peito SB14 masculino, João Pedro Brutos tem o quarto melhor tempo de entrada entre os inscritos, e foi bronze no Mundial de 2022.
No revezamento 4x100m medley misto 34 pontos, o País também tem o quarto melhor tempo de balizamento na prova, atrás só de Holanda, Itália e Espanha. O time brasileiro deverá ser representado por Mariana Ribeiro, Ruan Souza, Gabriel Souza e Cecília Araújo.
Tiro com arco, composto, duplas mistas
O tiro com arco é disputado em Paralimpíadas desde 1960, mas o Brasil nunca conseguiu uma medalha na modalidade. Jane Karla e Reinaldo Charão foram vice-campeões mundiais de duplas mistas — estilo composto em 2023 e tentam ser os pioneiros paralímpicos hoje na mesma competição.
A dupla terminou a prova de ranqueamento em um bom 5º lugar entre 13 países. Nesta segunda, às 10h40, eles disputam as oitavas contra os costarriquenhos Riveros/Arias, que ranquearam em 12º. Caso avancem, disputam as quartas e as semifinais no mesmo dia, assim como uma possível final, às 14h25.
Vítor Tavares, badminton
O badminton estreou no programa paralímpico apenas em Tóquio 2020, quando Vítor Tavares chegou perto de ser o primeiro medalhista brasileiro da modalidade, perdendo a disputa do bronze.
Agora, em Paris, ele tem nova chance hoje, às 16h10, quando disputa o 3º lugar da classe SH6 contra Man Kai Chu, de Hong Kong.
Triatlo feminino e masculino
O triatlo estreou nas Paralimpíadas uma edição antes, na Rio 2016, mas igualmente nunca ganhou medalhas para o Brasil. Hoje, as chances ficam por conta de Jéssica Ferreira, na classe PTWC, às 3h20; Letícia Freitas, na PTVI, às 7h05; e Ronan Cordeiro, na PTS5, às 7h20.
Jéssica foi prata no Mundial de 2021 e bronze na edição de 2022; Letícia tem como melhor resultado internacional um bronze na etapa de Portugal da Copa do Mundo, em 2022; e Ronan, um bronze no Mundial de 2021.
Agenda do Brasil, segunda, 2/9
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