Preview 8/8: Ana é favorita ao pódio no Rio Sena; canoagem, taekwondo, atletismo e vela tentam surpreender

Bolha Olímpica
7 min readAug 8, 2024

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Atual campeã olímpica tem adversárias difíceis para repetir a conquista de Tóquio na maratona aquática

Brasileira trocou de técnico em 2023 e, depois disso, já venceu etapa da Copa do Mundo (Foto: COB)

Esta quinta-feira, dia 8, tem uma brasileira destacadamente favorita ao pódio na Olimpíada de Paris, mas uma série de outros compatriotas disputando finais e/ou com chances de surpreender. Atual campeã olímpica, Ana Marcela Cunha, na maratona aquática, é a melhor chance de pódio do Brasil. Viviane Jungblut, na mesma prova; Isaquias Queiroz e Jacky Godmann, na semifinal em dupla da canoagem de velocidade; Maria Clara Pacheco e Edival Pontes, no taekwondo; Bruno Lobo, na semi da vela; e Luiz Maurício da Silva, na final do lançamento do dardo, buscam ser surpresas.

Ana Marcela defende, a partir das 2h30 (de Brasília), o ouro conquistado em Tóquio 2020 e segue entre as melhores do mundo na prova de 10 quilômetros feminina. Neste ciclo, ela chegou ao hexacampeonato do Circuito Mundial de Maratona Aquática, vencendo as temporadas de 2021 e 2022, mas trocou de técnico no ano seguinte, afirmando estar em busca de mais saúde mental. Depois disso, já foi bronze no mundial de 2023 e ganhou uma etapa da Copa do Mundo de 2024.

Suas duas maiores rivais em Paris devem ser a holandesa Sharon van Rouwendaal, que ganhou a prova de 10 quilômetros nos Mundiais de 2022 e 2024, e a alemã Leonie Beck, que venceu o Mundial e a Copa do Mundo, no ano passado.

Quem corre por fora e tenta surpreender é a outra brasileira na prova, Viviane Jungblut, que foi segunda na etapa da Itália da Copa do Mundo, em maio passado, atrás só de Ana.

Sem favoritismo, Isaquias confiante no C2

Em Paris 2024, brasileiros ficaram em 3º na primeira eliminatória, e em 1º nas quartas (Foto: Alexandre Loureiro COB)

Isaquias Queiroz e Jacky Godmann disputam a semifinal do C2 500 metros da canoagem a partir das 6h20. Os brasileiros precisaram disputar as quartas-de-final para chegar a essa fase, já que não conseguiram ficar entre os dois primeiros na eliminatória inicial da prova, o que daria vaga direta à semi.

Mesmo tendo remado uma bateria a mais que os favoritos russos, italianos e chineses e os surpreendentes espanhois, os brasileiros têm ótimas chances de ficar entre os quatro primeiros e avançar à segunda final seguida deles no C2. Em Tóquio, numa prova que tinha o dobro da distância atual, eles também repetiram esse script e chegaram em quarto lugar na final.

Apesar de terem competido poucas vezes juntos neste ciclo — o que já havia acontecido antes de Tóquio — , Isaquias está confiante em uma medalha no C2, o que seria decisivo para permitir que ele se iguale a Rebeca Andrade como o maior atleta olímpico da história do Brasil, visto que, se medalhar também no C1 1000 metros nesta sexta, 9 — prova em que é um dos favoritos —, ele chegaria aos mesmos seis pódios olímpicos da ginasta que fez história em Paris, superando os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael.

Maria Clara vem de pódio no Mundial

Em 2023, brasileira foi bronze no Mundial e prata no Pan de Santiago (Foto: COB)

A quinta-feira marca o início da participação brasileira no taekwondo em Paris. Maria Clara Pacheco e Edival Pontes — o Netinho — participam das competições na categoria leve, a partir das 4h58, para tentar a ampliar o histórico de duas medalhas olímpicas já conquistadas pela modalidade.

A paulista de 21 anos foi a grande revelação do taekwondo neste ciclo, ao ganhar o bronze no último mundial, em Baku, no Azerbaijão, em 2023. A favorita da classe dela, até 57 quilos, é a chinesa Luo Zangshi, campeã mundial de 2022 e das últimas duas edições do Finals. A taipeense Lua Chia-ling, que vem de dois vices mundiais, também é forte.

Já o paraibano foi vice do Grand Prix de Paris, ano passado e prata no Mundial de 2022, mas competindo uma categoria de peso acima da atual (a 68kg). Dos quatro brasileiros que nesta Olímpiada, é o único que esteve em Tóquio, caindo logo na estreia. Os favoritos são o uzbeque Ulugbek Rashitov, último campeão olímpico, e o britânico Bradley Sindem, atual campeão mundial.

Luiz Maurício em grande fase no dardo

Brasileiro quebrou o recorde sul-americano nas eliminatórias do dardo em Paris (Foto: Miriam Jesk COB)

Luiz Maurício da Silva fez a melhor marca de sua vida nas eliminatórias do lançamento do dardo em Paris 2024: 85,91 metros, quebrando o recorde sul-americano. O mineiro já havia lançado 85m57 no Troféu Brasil de Atletismo, em junho passado, provando estar em grande fase. Ele disputa a final da prova nesta quinta, às 15h25.

Os três primeiros da prova lançaram acima de 87 metros, com liderança do indiano Neeraj Chopra (89,34 metros), que fez a melhor marca do ano entre os 12 finalistas desta Olimpíada. Além disso, cinco deles têm melhores marcas pessoais acima de 90 metros.

O nível alto da prova mostra que é difícil para Luiz Maurício chegar ao pódio na prova — provavelmente, ele teria de quebrar o recorde sul-americano de novo -, mas não custa nada torcer e sonhar.

Bruno Lôbo na semi do kite

A Fórmula Kite é uma prova nova no programa da vela olímpica e pode ser a responsável por evitar que o esporte que dá medalhas ao Brasil em todas as Olimpíadas desde Atlanta 1996 passe em branco em Paris. Isso graças a Bruno Lôbo, que se classificou para a semifinal da disputa como o sétimo entre 20 competidores. O início das disputas está previsto para 8h03. As finais, a partir de 10h40.

Por conta da falta de ventos em Marselha, onde ocorrem as provas de vela nesta Olimpíada, Bruno se classificou à final disputando só sete das 12 regatas previstas — as demais foram canceladas. O maranhense compete na semifinal contra outros três velejadores em uma melhor de seis baterias, e apenas o campeão do grupo avança à final.

O problema é que, por terem tido uma melhor classificação na fase inicial, o italiano Riccardo Pianosi já entra na disputa com duas vitórias, e o francês Alex Mazella, com uma. Ou seja: o maranhense terá de ser perfeito para superar os rivais e chegar à final, contra outros três velejadores, e seguir sonhando com medalha.

Vôlei e vôlei de praia podem garantir prata

A ponteira Gabi é um dos destaques da seleção feminina de vôlei (Foto: Luiza Moraes COB)

O vôlei de quadra e o vôlei de praia femininos disputam semifinais nesta quinta e são favoritos para garantir, pelo menos, a prata olímpica em Paris.

Às 11h, Brasil x Estados Unidos disputam um clássico do vôlei mundial, mas não há como negar que a campanha e o momento das brasileiras é melhor. As comandadas de José Roberto Guimarães estão invictas na Olimpíada, não tendo perdido um set sequer nos quatro jogos disputados. Na Liga das Nações deste ano, já haviam passado invictas pelos 12 jogos da primeira fase, ainda que tenham perdido a semifinal para o Japão e a disputa do bronze para a Polônia — ambos superados por 3 x 0 em Paris.

Já as norte-americanas perderam um jogo para a China e tiveram uma vitória por 3 x 2 contra a Sérvia, no grupo mais difícil da 1ª fase de Paris. Na Liga das Nações, foram eliminadas nas quartas-de-final, ao perderem por 3 x 0 para a Itália.

No vôlei de praia, às 16h, Duda/Ana Patrícia disputam a semifinal contra as australianas Clancy/Mariafe, que eliminaram a outra dupla brasileira, Carol/Bárbara, nas oitavas. Líderes do ranking mundial desde o ano passado, as brasileiras chegaram a preocupar os vôlei fãs nos meses antes da Olimpíada, por “só” terem ganho uma das sete etapas do Elite 16 disputadas em 2024 — em comparação às cinco etapas vencidas no ano anterior.

O rendimento de Duda e Ana em Paris demonstra que a preocupação era desnecessária. A dupla ganhou todos os cinco jogos disputados até aqui, sem perder um set sequer. São favoritas destacadas ao ouro, sobretudo após as eliminações das norte-americanas Nuss/Kloth e Hughes/Cheng nas oitavas e nas quartas, respectivamente, com as quais, haviam se alternado no título dos principais torneios do circuito mundial neste ciclo.

Agenda do Brasil — 8/8, quinta

2h30 Maratona aquática feminina — Ana Marcela Cunha e Viviane Jungblut
4h58 Taekwondo fem., peso leve, eliminat. — Maria Clara Pacheco
5h Ginástica rítmica, individual geral, bola — Bárbara Domingos
5h25 Atletismo, arremesso do peso fem., eliminat. — Ana Caroline Silva e Livia Avancini
5h30 Canoagem de velocidade, C1 200m feminino, eliminatórias — Valdenice Conceição
6h20 Canoagem de velocidade, C2 500m, semifinal — Isaquias Queiroz / Jacky Godmann
6h43 Vela, 470 mista, medal race — Henrique Haddad/Isabel Swan (sem chances de medalha)
6h44 Atletismo, revezamento 4x100m masc., 1ª rodada
6h48 Taekwondo masc., peso leve, eliminat. — Edival Pontes (Netinho)
6h56 Luta livre fem., até 57kg, eliminatórias — Giulia Penalber
7h18 Vela, Nacra 17, medal race — João Siemsen/Marina Arndt (sem chances de medalha)
7
h30 Ginástica rítmica, individual geral, arco — Bárbara Domingos
7h40 Canoagem de velocidade, C1 200m feminino, quartas (caso Valdenice não avance direto à semi)
8h03 Vela, Fórmula Kite, semifinais — Bruno Lôbo
8h30 Canoagem de velocidade, C2 500m, final (caso Isaquias e Jacky avancem)
9h30 Pentatlo moderno fem., ranqueamento — Isabela Abreu
10h Ginástica rítmica, individual geral, fita — Bárbara Domingos
10h40 Vela, Fórmula Kite, final (caso Bruno se classifique)
11h Vôlei fem., semifinal: Brasil x Estados Unidos
11h11 Taekwondo masc., peso leve, semifinal (caso Netinho avance)
11h24 Taekwondo fem., peso leve, semifinal (caso Maria Clara avance)
11h30 Ginástica rítmica, individual geral, maças — Bárbara Domingos
13h15 Luta livre fem., até 57kg, semifinal (caso Giulia classifique)
14h30 Taekwondo masc., peso leve, repescagem e finais (caso Netinho avance)
14h40 Taekwondo fem., peso leve, repescagem e finais (caso Maria Clara avance)
15h25 Atletismo, lançamento do dardo masc., final — Luiz Maurício da Silva
16h Vôlei de praia fem., semifinal: Duda/Ana Patrícia-BRA x Clancy/Mariafe-AUS

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Blog especializado em projeções e informações sobre o desempenho dos atletas brasileiros no ciclo olímpico e paralímpico de Paris 2024. Editor: Ícaro Joathan