Projeção do Bolha: Brasil deve ganhar seis ouros e 23 medalhas em Paris
Resultado seria o melhor da história do País em total de pódios, mas não em ouros
O Brasil deve ter em Paris a sua melhor campanha da história em Olimpíadas no que se refere ao total de medalhas. Isso é o que indica a projeção do Bolha Olímpica baseada no acompanhamento do ciclo inteiro dos nossos atletas e de seus principais rivais em todas as modalidades.
Como já fez na Rio 2016 (à época, com o nome de 2016 Todo Dia) e em Tóquio 2020, o Bolha analisou as chances de todos os brasileiros classificados para a Olimpíada de Paris e lançou a sua projeção de medalhas que o País ganhará no evento. O estudo projeta 6 ouros, 8 pratas e 9 bronzes, em um total de 23 pódios.
Até hoje, o maior número de medalhas do Brasil numa Olimpíada são as 21 conquistadas três anos atrás no Japão. Já o recorde de ouros (7) foi obtido tanto no Rio quanto em Tóquio e não deverá ser superado em Paris se o estudo estiver correto — a gente torce para estar errado, e o Brasil superar também essa marca 😁
Confira a seguir a lista das 23 medalhas que o Brasil deverá ganhar em Paris, em ordem cronológica da programação do evento. Mais abaixo, a justificativa para cada uma delas, bem como os principais rivais dos brasileiros nessas disputas:
🥇 OUROS PROJETADOS PARA O BRASIL
28/7 — Rayssa Leal, skate street
30/7 — Gabriel Medina, surfe
1/8 — Mayra Aguiar, judô
3/8 — Rebeca Andrade, ginástica artística/salto
6/8 — Beatriz Ferreira, boxe
9/8 — Duda/Ana Patrícia, vôlei de praia
🥈 PRATAS PROJETADAS PARA O BRASIL
30/7 — Equipe feminina, ginástica artística
1/8 — Rebeca Andrade, ginástica artística/individual geral
2/8 — Beatriz Souza, judô
7/8 — Luigi Cini, skate park
9/8 — Isaquias Queiroz, canoagem de velocidade/C1 1000m
9/8 — Alison dos Santos, atletismo/400 metros com barreiras
9/8 — Keno Machado, boxe
11/8 — Vôlei feminino
🥉 BRONZES PROJETADOS PARA O BRASIL
27/7 — Giovanni Vianna, skate street
29/7 — Rafaela Silva, judô
30/7 — Tati Weston-Webb, surfe
1/8 — Martine Grael/Kahena Kunze, vela/49er FX
4/8 — Hugo Calderano, tênis de mesa
5/8 — Rebeca Andrade, ginástica artística/solo
7/8 — Jucielen Romeu, boxe
8/8 — Ana Marcela Cunha, maratona aquática
10/8 — André/George, vôlei de praia
🥇 EXPLICAÇÃO DOS OUROS
1) Por que Rayssa Leal?
A brasileira não parou de colecionar títulos neste ciclo olímpico. Em 2022, foi campeã da Street League (SLS). Ganhou o mundial do mesmo ano — mas disputado em fevereiro de 2023. Já em 2024, faturou o pré-olímpico de Xangai e a etapa de San Diego da SLS.
Principais adversárias: Liz Akama (JAP), Coco Yashizawa (JAP), Funa Nakayama (JAP) e Chloe Covell (AUS).
Quando? 28/7, às 7h (eliminatórias) e às 12h (final) — sempre nos horários de Brasília/DF.
2. Por que Gabriel Medina?
O tricampeão mundial é especialista nas ondas gigantes do Taiti. Medina já venceu as etapas da WSL por lá duas vezes e foi vice em outras quatro, a última delas, ano passado.
Principais adversários: John John Florence (EUA), Jack Robinson (AUS) e Kauli Vast (FRA).
Quando? O surfe masculino está previsto para começar no dia 27, às 14h, e tem a final agendada para dia 30, às 22h34. A janela pode se estender até 5 de agosto, se necessário, em função das condições do mar.
3. Por que Mayra Aguiar?
A gaúcha foi tricampeã mundial da classe meio-pesado (até 78kg) em 2022. Ganhou ainda o Grand Slam de Tóquio, no ano seguinte. Focou toda a sua preparação em chegar ao sonhado ouro em Paris, após três bronzes seguidos nas últimas Olimpíadas. Para isso, adotou a estratégia arriscada de não disputar os mundiais de 2023 e 2024, a fim de evitar lesões.
Principais adversárias: Alice Bellandi (ITA) — contra quem Mayra vai estrear; Ana-Maria Wagner (ALE) e Inbar Lanir (ISR).
Quando? 1/8, às 5h (eliminatórias) e às 11h (finais).
4. Por que Rebeca Andrade no salto?
A brasileira foi bicampeã mundial no aparelho em 2021 e 2023 — a última delas, batendo até a norte-americana Simone Biles, mito da modalidade. Rebeca treinou um salto novo para Paris 2024, com uma tripla pirueta. Isso eleva o grau de dificuldade da apresentação dela, aumentando suas chances de título.
Principal adversária: Simone Biles (EUA).
Quando? 28/7, às 16h10 (eliminatórias), e 3/8, às 11h20 (final).
5. Por que Bia Ferreira?
Bia teve um ciclo olímpico quase perfeito: foi bicampeã mundial em 2023, entrou para o boxe profissional e já tem um cinturão de melhor do mundo. Após a Olimpíada de Tóquio, a baiana só perdeu uma luta: a final do Mundial de 2022, para uma norte-americana que não estará em Paris.
Principal adversária: Kellie Harrington (IRL).
Quando? de 27/7, às 11h18 (1ª rodada), a 6/8, às 18h06 (final).
6. Por que Duda e Ana Patrícia?
As brasileiras são líderes do ranking mundial desde o ano passado, quando venceram cinco etapas Elite 16 — as principais — do Circuito Mundial. Foram campeãs mundiais em 2022 e vice no ano seguinte. Em 2024, mesmo caindo de produção — o que tem assustado os vôlei fãs —, venceram o Elite 16 de Brasília.
Principais adversárias: Hughes/Cheng (EUA) e Nuss/Kloth (EUA).
Quando? de 28/7, às 11h (estreia) a 9/8, às 17h30 (final).
🥈 EXPLICAÇÃO DAS PRATAS
7. Por que a equipe feminina da ginástica artística?
No Mundial da Antuérpia, em 2023, Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Júlia Soares conquistaram uma prata inédita. O quinteto vai estar junto de novo em Paris e só perde em favoritismo para as norte-americanas.
Principais adversárias: EUA, China, Reino Unido, Itália e França.
Quando? 28/7, às 16h10 (eliminatórias), e 30/7, às 13h15 (final).
8. Por que Rebeca Andrade no individual geral?
A brasileira foi campeã mundial dessa competição em 2022, mas em um evento que não teve a participação de Simone Biles, que recuperou o título no ano seguinte. Por isso, se nada de anormal acontecer, a norte-americana deve ser ouro em Paris, e Rebeca tem tudo para repetir a prata de Tóquio.
Principais adversárias: Simone Biles e Sunisa Lee (EUA).
Quando? 28/7, às 16h10 (eliminatórias), e 1/8, às 13h15 (final).
9. Por que Bia Souza?
Quinta do ranking mundial da classe pesado (acima de 78kg), a paulista ganhou duas etapas de grand slam neste ciclo olímpico, além de ter sido vice-campeã mundial em 2022 e bronze no Mundial de 2023.
Principais adversárias: Romane Dicko (FRA) e Akira Sone (JAP).
Quando? 2/8, às 5h (eliminatórias) e às 11h (finais).
10. Por que Luigi Cini?
Luigi Cini foi vice-campeão mundial e venceu o Pro Tour da Argentina, em 2023. Tem nível parecido com os dos demais brasileiros na prova: Augusto Akio, vice mundial de 2022 (disputado no início do ano seguinte); e Pedro Barros, prata olímpico em Tóquio e bronze no Mundial de 22.
Principais adversários: Keegan Palmer (AUS), Gavin Bottger (EUA), Augusto Akio (BRA) e Pedro Barros (BRA).
Quando? 7/8, às 7h30 (eliminatórias) e às 12h30 (final).
11. Por que Isaquias no C1 1000m?
Isaquias teve um ciclo olímpico de altos e baixos: foi vice-campeão mundial em 2022, mas tirou o ano seguinte para se dedicar ao nascimento do filho e acabou ficando em 7º na edição daquele ano. Em 2024, voltou com tudo e ganhou uma etapa da Copa do Mundo.
Principais adversários: Cătălin Chirilă (ROM) e Martin Fuksa (RTH).
Quando? de 7/8, às 6h40 (eliminatórias), a 9/8, às 8h40 (final).
12. Por que Piu?
Piu foi bronze na Olimpíada de Tóquio e campeão mundial em 2022. É dono da terceira melhor marca dos 400 com barreiras em todos os tempos, e a segunda melhor marca da prova neste ano.
Principais adversários: Rai Benjamin (EUA) e Karsten Warholm (NOR).
Quando? de 5/8, às 5h05 (eliminatórias), a 9/8, às 16h45 (final).
13. Por que Keno Machado?
Keno Machado foi eliminado nas quartas da classe até 86 quilos na Olimpíada de Tóquio. Subiu de peso e, em novembro de 2021, sagrou-se vice-campeão mundial entre os cruzadores, peso não olímpico. Em sua classe atual, a dos pesados (até 92kg), o baiano parou nas quartas do Mundial de 2023.
Principais adversários: Julio Cesar La Cruz (CUB), Aziz Abbes (ITA) e Lazizbek Mullojonov (UZB).
Quando? de 28/7, às 6h48 (1ª rodada), a 9/8, às 17h34 (final).
14. Por que o vôlei feminino?
José Roberto Guimarães parece ter achado o time ideal. A seleção feminina de vôlei fez uma primeira fase com 100% de aproveitamento na Liga das Nações deste ano e nem o 4º lugar, com as derrotas para o Japão e a Polônia na fase final, reduzem a avaliação de que a equipe brigará pelo título em Paris.
Principais adversárias: Itália, Sérvia, Turquia e EUA.
Quando? de 29/7, às 8h (estreia), a 11/8, às 8h (final).
🥉 EXPLICAÇÃO DOS BRONZES
15. Por que Giovanni Vianna?
Giovanni tem a melhor fase entre os brasileiros do skate street, pois vem do título na final da SLS no ano passado, em São Paulo, e do vice da etapa de San Diego, neste ano.
Principais adversários: Yuto Horigome (JAP), Gustavo Ribeiro (POR), Nyjah Huston (EUA), Aurélien Giraud (FRA), Kelvin Hoefler e Felipe Gustavo (BRA).
Quando? 27/7, às 7h (eliminatórias) e às 12h (final).
16. Por que Rafa?
Campeã olímpica da categoria leve (até 57kg) em 2016, Rafaela Silva volta aos Jogos após ter ficado fora de Tóquio por doping. A brasileira foi bicampeã mundial em 2022, ganhou uma etapa de grand slam no ano passado, e chega como 4ª do ranking mundial.
Principais adversárias: Christa Deguchi (CAN) e Sarah Cysique (FRA).
Quando? 29/7, às 5h (eliminatórias) e às 11h (finais).
17. Por que Tati Weston-Webb?
Havaiana naturalizada brasileira, Tati já foi semifinalista duas vezes na etapa do Taiti da WSL, a última delas neste ano. Dois meses atrás, ela surfou um tubo perfeito no mar onde vai ser disputada a Olimpíada, o que lhe rendeu uma nota dez dos juízes.
Principais adversárias: Vahiné Fierro (FRA), Caroline Marks (EUA) e Brisa Henessy (CRC).
Quando? O surfe feminino está previsto para começar no dia 27, às 18h48, e tem a final agendada para dia 30, às 23h15. A janela pode se estender até 5 de agosto, se necessário, em função das condições do mar.
18. Por que Martine e Kahena?
Dos quatro mundiais de vela realizados neste ciclo, as atuais bicampeãs olímpicas da classe 49er FX só subiram ao pódio em 2021, quando ganharam um bronze. Depois disso, ficaram, na ordem, no 7º, 12º e 4º lugares. Um alento foi o vice-campeonato no evento-teste da vela, disputado na mesma regata olímpica de Marselha.
Principais adversárias: Odile van Aanholt e Annette Duetz (HOL), e Vilma Bobeck e Rebecca Netzler (SUE)
Quando? de 28/7, às 10h35 (1ª regata), a 1/8, às 10h43 (medal race).
19. Por que Hugo Calderano?
O carioca ganhou seus sete primeiros títulos no circuito WTT neste ciclo, com destaque para os Stars Contenders de Doha (2021) e de Lljubljana (2024). Foi vice-campeão do WTT Champions de Incheon em 2024, mesmo ano em que venceu dois chineses do top 4 mundial: Liang Jingkun e Fan Zhendong. Chegou a ser, em 2022, 3º do mundo (hoje, é o 6º).
Principais adversários: Fan Zhendong e Wang Chuqin (CHN), Lin Yun-ju (TPE), Félix Lebrun (FRA), Dan Qiu (ALE) e Tomokazu Harimoto (JAP).
Quando? de 28/7, às 16h (estreia), a 4/8, às 9h30 (final).
20. Por que Rebeca no solo?
O favoritismo na final do solo da ginástica artística é, de novo, de Simone Biles, atual campeã mundial do aparelho. Neste ciclo, Rebeca subiu ao pódio nele duas vezes: foi bronze e prata nos mundiais de 2022 e 2023, respectivamente.
Principais adversárias: Simone Biles, Jade Carey e Jordan Chiles (EUA).
Quando? 28/7, às 16h10 (eliminatórias), e 5/8, às 9h23 (final).
21. Por que Jucielen Romeu?
A paulista bateu na trave entre as pesos pena (até 57kg) nos mundiais deste ciclo, mas pegou um bom chaveamento para o torneio olímpico em Paris e tem tudo para, finalmente, subir ao pódio em uma grande competição internacional.
Principais adversárias: Irma Testa (ITA) e Lin Yu-ting (TPE)
Quando? de 30/7, às 8h08 (1ª rodada), a 10/8, às 16h30 (final). Definição dos bronzes em 7/8, às 16h30.
22. Por que Ana Marcela?
A baiana chegou ao hexacampeonato do Circuito Mundial de Maratona Aquática, vencendo as temporadas de 2021 e 2022. Trocou de técnico em 2023, afirmando estar em busca de mais saúde mental. Depois disso, já foi bronze no Mundial de 2023 e ganhou uma etapa da Copa do Mundo em 2024.
Principais adversárias: Sharon van Rouwendaal (HOL) e Leonie Beck (ALE).
Quando? 8/8, às 2h30.
23. Por que André e George?
André e George ganharam a medalha de bronze no Mundial de 2022 e atualmente estão em 3º lugar no ranking internacional. Subiram ao pódio em quatro etapas de Elite 16 em 2024, tendo conquistado duas pratas e dois bronzes.
Principais adversários: Åhman/Hellvig (SUE) e Mol/Sørum (NOR).
Quando? de 27/7, às 14h (estreia), a 10/8, às 17h30 (final).