Outro dia de pura procrastinação, foi quando eu encontrei um post um tanto peculiar. Era um portfólio de ilustrações de Marija Tiurina intitulado Untranslatable Words. Ela trazia alguns desenhos que transformavam palavras de diversos idiomas em sentimentos.
Uma delas era Luftenmench, é Iídiche, significa literalmente: ‘pessoa aérea’. Mal sabia que existia uma palavra para isso, apesar de sempre ter me sentido assim. Acho que essa poderia ser uma das minhas novas palavras favoritas, ou a que mais me descreveu ao longo do tempo.
Encontrei outra sequência de ilustrações, um portfólio de Anjana Iyer intitulado Found In Translation. Lá estava Fernweh, é uma palavra alemã, descreve a nostalgia de um lugar ao qual nunca se foi.
Á principio pareceu não fazer muito sentido. Depois lembrei daquela fração de tempo em que você sente um déjà vu, quando você percebe que foi só uma ilusão ao mesmo tempo que sente uma intensa… Saudade.
Depois de me perder das minhas pesquisas, lá estava a palavra que me encantou, Hiraeth. Não sei como parti de palavras intraduzíveis a posts sobre termos nômades, aliás.
Hiraeth vem do Galês, significa nostalgia, ou ‘extrema saudade de um lar ao qual você não pode retornar, ou que nunca foi um lar’
Fiquei encarando essa tradução por alguns instantes até perceber que me traduzi. É estranho o quanto isso me soa familiar. Não pensei em um lar físico, mas em tantos outros corpos por aí que tentamos habitar em vão. Pessoas que deixaram de ser nosso refugio. Mesmo assim tentamos inconscientemente voltar, pela saudade, pela nostalgia.
Por que todos sentimos Fernweh, já lamentamos Hiraeth. Todos já fomos, ao menos alguma vez, Luftenmench.