Entre as drogas do amor a paixão é a heroína.
Vício
Hábito ou costume persistente de consumir algo, levando a dependência.
Sensação de bem estar, intenso prazer e euforia é assim que definem o efeito da heroína. Ela entra pelas suas veias, entorpece os seus sentidos e te leva à outra dimensão.
Te parece familiar né? Isso é estar apaixonado.
No início é como nadar em água profunda e encontrar uma água viva brilhando ao seu redor, curiosidade e medo se espalha pelo seu sistema. A vontade incontrolável de tocar e testar se queima mesmo.
E queima, mas você ama.
Mãos suando, borboletas no estômago, respiração ofegante, pernas bambas e uma necessidade urgente de estar nos braços da outra pessoa. Poder fechar os olhos encostada a testa dela e sentir que o mundo parou por isso, o silêncio que reina e nada mais importa.
Ficar vidrada em cada gesto, em como mexe os cabelos ou como o sorriso deixa seus olhos ainda menores. O cheiro, o toque, a saudade mesmo que ainda não tenha ido embora. As promessas que mesmo sem garantia de um futuro tem absoluta intenção de serem cumpridas. O abraço que transforma até os piores dias em horas suportáveis. Os sussurros à meia luz como se um timbre de voz mais alto pudesse furar a redoma de vidro que cerca os apaixonados, a gargalhada que escapa sem perceber acompanhada de um brilho nos olhos que nem todas as luzes acesas de uma cidade seriam capazes de igualar.
A euforia, o riso, a sensação de poder fazer qualquer coisa. É perigoso e excitante, você quer mais.
Entre o ópio e a paixão, as diferenças são minúsculas.
O efeito é o mesmo e a abstinência é avassaladora. Rasgando tudo, desestabilizando seu sistema nervoso e ela é tudo que você consegue pensar, sonhar, desejar. A vida por pouco ou por muito tempo perde o sentido. Os sons, os gostos, os cheiros nada fazem sentido sem ela. Ela é tudo que você quer e não ter é quase como morrer. Até o próximo beijo, até a próxima dose.
Meu amigo, o amor é uma droga.
E entre as drogas do amor a paixão é a heroína.
Eu sou uma viciada.
