Local foi cercado e recebeu placas informativas

Antigo Cemitério da Lagoa é revitalizado por meio de parceria entre poderes público e privado

Bruna Souza
2 min readJul 3, 2017

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Desativado em 1929, o Antigo Cemitério da Lagoa atendia moradores de Barra Velha, das praias vizinhas e a população ribeirinha da foz do Rio Itapocu. Para remontar a história do cemitério e realizar a revitalização do local, foi firmado um termo de ajustamento de conduta entre a Fundação do Meio Ambiente (Fundema) e a empresa Irineu Imóveis que possibilitou o cercamento do antigo cemitério de acordo com o plano de revitalização.

Na quarta-feira, 28, o prefeito Valter Zimmermann, o presidente da Fundema, Leandro Haupt, o presidente da Câmara de Vereadores, Alex Sandro dos Santos, o secretário de Obras, Valdemar Paiva e o chefe de gabinete, Dalete Vieira filho estiveram no Cemitério da Lagoa acompanhando o trabalho de recuperação do local.

Além da cerca, entulhos do espaço foram recolhidos e placas informativas foram colocadas no final das duas ruas que dão acesso ao Cemitério da Lagoa, no Bairro Quinta dos Açorianos. A revitalização é uma iniciativa da Prefeitura de Barra Velha, Fundema, Ministério Público de Santa Catarina e Irineu Imóveis com a colaboração dos professores Angelita Borba de Souza, José Carlos Fagundes e Juliano Bernardes.

História do Cemitério da Lagoa

O Cemitério da Lagoa, como ficou conhecido, serviu de última morada para moradores da região, deixando de ser utilizado em 1929, quando o Cemitério Central foi inaugurado. O local só podia ser acessado pela Lagoa com o uso de pequenas embarcações. Existem relatos de que moradores desta freguesia utilizavam duas canoas movidas a remo, dispostas lado a lado, com o caixão atravessado sobre elas. As canoas eram conduzidas ao longo da lagoa por pescadores também responsáveis pela abertura dos túmulos e enterro dos falecidos.
Mais tarde, as canoas teriam sido substituídas por uma canoa maior com capacidade de transportar o caixão. A “defunteira” como foi batizada, ficava ancorada às margens da lagoa à disposição da comunidade. Apesar de os documentos existentes registrarem os primeiros enterros no cemitério em 1800, acredita-se que este já era utilizado a mais tempo, desde quando a freguesia de Barra Velha, que fazia parte do Distrito de Parati (atual Araquari), passou por uma epidemia de diarreia hemorrágica espalhando o medo pela região.

Como a forma de contagio não era conhecida, as comunidades realizavam o enterro de forma rápida para evitar que as pessoas respirassem o ar contaminado pela degradação do corpo do morto. Desta forma, acredita-se que as pessoas da então freguesia de Barra Velha optaram por enterrar seus mortos neste local por ficar distante de suas casas e próximo a Barra do Sul e Araquari, que também realizavam enterros no Cemitério da Lagoa.

Acadêmicos: Aline Dall’Igna, Bruna Souza, Geraldo Genovez e Pâmela Fogaça.

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