Saudades tropicais
Houve a despedida, muito doída
à meia-noite, em meio ao açoite
que foi amar, para além-mar
O timoneiro, era você (faceiro)
que nem o Paulinho, sem caminho
total acaso, observando o ocaso
Veio o livro, com muito crivo
O Equador, daquele escritor
que nos apresentou João, e a solidão
Havia Porto, e meu pensamento torto
que vieram das confissões, e ilusões
dos vinhos tropicais, que eram nossos ideais
Voltei, e aconteceram mais coisas do que sei
entendi a dor, do bondoso menino servidor
da mãe conheci a fúria, sobre a criança espúria
Houve um hiato, tão de gaiato
mas o que seria a amizade, se não fosse a liberdade
de deixar ir, sem esperar porvir
O destino conduz, nos encontramos na luz
não houve casamento, houve o redescobrimento
dos nossos universos, que escrevem esses versos
Da Campinas rosa, escrevo a prosa
não bebo água, nem da chuva que enxágua
as lágrimas, de nossas máximas
Veio o abacaxi, como o guache
da arte, que nossas vidas fazem parte
das histórias de sexo, e das sem nexo
Vivemos a enxaqueca, as dores na cabeça
e os dilemas paulistanos, atrás dos panos
das noites em clara, dos dias em Guanabara
Cativamo-nos como o príncipe, e o artífice
que desenha os destinos, e os desbaratinos
tratados com cafuné, saudades pra dedé