Meu sonho
Meu sonho,
sempre foi claro, como os montes
sempre foi branco, como as cabras
sempre foi…
Meu sonho,
era um uai, no meio da selva de pedra
era um hermano ao vento, que entrou na vanguarda
era, mas talvez ainda seja
Meu sonho,
foram os passeios no parque
foram as noites de vinhos e violão
foram os sons de Belchior e Modern Jesus
Meu sonho,
ascendeu em Câncer
foi proclamado por profetas, ao Extremo
passou por Adrianas, Bárbaras e Renatas
Meu sonho,
conheceu o silêncio da indiferença
conheceu a introspecção, a dor
mas também os ombros
Meu sonho,
demorou para servir, ouvir
demorou pra ser um pequeno príncipe
mas agora é… ou tenta ser
Meu sonho, se ressignificou
cresceu, para abraçar o mundo
cresceu, para conhecer política e artes
cresceu, e ficou maduro (para quase tudo)
Meu sonho,
pode ser uma menina Maria
pode ser uma aula, almoço de domingo
pode ser tudo! Maldito otimismo
Meu sonho,
costuma decepcionar as pessoas
costuma encantar outras tantas
e não é nada além disso
Meu sonho, (também é nosso)
também é o sapo, que chora no cerrado
também é a lontra, com bom coração
também é o urso! Mas esse deixa pra lá (deve estar com enxaqueca)
Meu sonho volta (ou Mendes)
quanta saudade bate neste poema,
esta saudade que só pode ser uma:
crônica!