Minha jornada como UX Designer

A história de como eu me tornei um UX Designer e as semelhanças com uma jornada Pokémon

Bruno Barreto Rosa
6 min readAug 24, 2018

Introdução

Você deve estar pensando “que título estranho é esse?” ou algo parecido. Calma ai, temos uma jornada para percorrer.

Esse é o primeiro texto que eu publico aqui no Medium e espero não decepcionar todos vocês. Vou contar a história sobre como eu me tornei um UX Designer e sobre como essa transformação tá sendo impressionante para a minha vida. Tenho certeza que muitos jovens tiveram ou estão tendo decepções com os cursos ou profissões que escolheram, muitos podem estar acomodados e não tem expectativa de carreira, e muitos podem não saber o que fazer. Eu estou aqui hoje para contar um pouco da minha trajetória e repassar alguns aprendizados que venho absorvendo.

Pensem nisso como uma história com momentos bons e ruins, erros, acertos e muitos aprendizados. Quero registrar o que estou aprendendo e como tem sido minha vida depois que conheci a “experiência do usuário”.

Meu nome é Bruno, tenho 20 anos, estudo UX Design e Teologia, estou finalizando minha faculdade de design gráfico e trabalho como UX/UI Designer.

Ash Ketchum, um treinador Pokémon que tomou muitas decisões erradas durante sua carreira

A Crise

Tudo começou lá em 2016. Eu estava no segundo ano da minha faculdade de design gráfico e já tinha certeza que eu não queria fazer aquilo pelo resto da minha vida. Admiro os designers gráficos, porque eles têm um amor e determinação por essa área, que eu não encontrei em mim..

Eu era uma rapaz de 18 anos e estava desbravando o universo das universidades. É interessante olhar para trás e ver o quanto eu amadureci de um tempo pra cá.

Lembro-me de quando eu entrei na universidade. Eu não me dedicava e só frequentava porque lá eu tinha algumas amizades. E quanto mais eu passava tempo assistindo aquelas aulas que para mim eram entediantes, mais eu me frustrava com a profissão que eu “tinha escolhido para a vida toda”.

Eu estava bem decepcionado. Lembro que meu pai, pastor, amigos e amigas insistiam para eu não abandonar o curso, porque eles sabiam o quão infeliz eu estava. Eu precisava encontrar alguma profissão que me fizesse sentir realizado e que eu encontraria um propósito.

Eu já trabalhava como designer gráfico numa pequena editora de São Paulo. Eu diagramava jornais, revistas e criava peças gráficas todos os dias, então aquilo já estava me cansando há um tempo. Confesso que eu tenho dificuldade para me motivar quando não vejo propósito em algo. Eu nunca consegui enxergar propósito nas coisas que eu fazia como designer gráfico, talvez esse tenha sido um dos grandes motivos do meu tédio, cansaço e falta de interesse.

Até que uma das minhas professoras da faculdade decidiu convidar dois ex-alunos para palestrarem sobre as carreiras que eles seguiram depois do curso. Um deles era um designer gráfico, que me ajudou bastante num projeto que posteriormente se tornaria uma grande evolução para o meu portfólio, e o outro era um UX Designer.

Os dois palestraram, mas me chamou atenção o rapaz que trabalhava com UX. Eu tinha entendido que UX era o cara que mudava as cores dos botões de um site (porque foi esse o exemplo que ele deu), construía sites e mexia bastante com tecnologia, então decidi procurar mais sobre isso.

UX Designer na minha cabeça

Primeiro Curso

Eu decidi encontrar algum material para estudar sobre UX. Encontrei um curso online para iniciantes chamado Arquitetura da Informação da UX Academy, demorei três meses para completar e conseguir meu certificado.

Ainda assim, eu não sabia o que queria fazer da vida e continuava me frustrando com a faculdade. Decidi trancar o curso antes do último semestre, mas meu pai, um dos homens mais influentes do século 21(pelo menos para mim haha) me proibiu.

Um treinador Pokémon treina seus monstrinhos do jeito certo, porque lá na frente ele vai precisar de todos eles para enfrentar outros desafios. Tava na hora de eu treinar as minhas habilidades como designer e traçar um objetivo

O tempo foi passando e eu fui percebendo que tava na hora de entrar de cabeça na vida adulta. Eu uso a metáfora de que a vida é que nem um jogo de Pokémon. Chega uma hora que se a gente não treina todos os nossos Pokémon da equipe, a gente não tem força pra superar os desafios e os líderes de ginásio. Até então eu não havia treinado minhas habilidades do jeito correto, porque eu não tinha ideia de onde eu queria chegar.

Acho que enquanto a gente não encontra valor na profissão que escolhemos, a gente não se dedica de corpo e alma e por isso alguma hora ficamos estagnados. E eu já estava estagnado há um tempinho. Mas graças aos exemplos de vida que meu pai tinha me dado, eu tinha certeza que não queria me tornar um profissional frustrado. Mas eu tinha que começar de algum lugar…

Não dá pra enfrentar a elite sem um portfólio

Portfólio…

Essa palavra assusta muitas pessoas. Me assustou durante um tempo, mas aprendi a enxergá-lo mais como um desafio e posteriormente como um amigo.

Eu tinha muita coisa no meu portfólio, mas conforme fui expandindo o meu repertório visual fui percebendo que minhas técnicas como designer eram horríveis. Eu estava tão acostumado com um tipo de arte que já não fazia mais nada de interessante. Então decidi focar no meu portfólio e alterá-lo completamente.

A empresa onde eu trabalhava vendia anúncios em jornais para várias empresas da região. Conseguimos fazer com que uma escola da região anunciasse no nosso jornal, mas meu chefe aproveitou a oportunidade para vender os meus conhecimentos como designer para o diretor.

Eu tinha que montar uma identidade visual para a escola e teria que apresentar tudo isso ao fim do mês.

Estudei algumas coisas, sentei na cadeira do meu quarto e planejei aquela identidade visual durante algumas horas. Quando terminei o processo, eu estava feliz com o meu esforço e com o que eu tinha criado. Aquela seria a primeira identidade visual no meu portfólio e o primeiro projeto que eu ia deixar no meu novo portfólio.

No dia da apresentação eu me arrumei, organizei as folhas de papel e apresentei o projeto para o diretor.

Recebi um esporro assim que o apresentei.

Confesso que não fiz do jeito certo. Não procurei entender a escola, o diretor, a missão, visão e valores da empresa e todos os aspectos importantes que influenciam numa identidade visual. Eu peguei um símbolo de um Moltres (sim, um Pokémon, porque o símbolo da escola era uma fênix), coloquei o símbolo dentro de um círculo e escrevi o nome do colégio (Tenho até vergonha de falar sobre esse projeto).

O diretor falou muita coisa que me desanimou, me animou, abriu meus olhos e me fez amadurecer um pouco mais. Percebi que eu estava começando do jeito errado. Refleti bastante sobre o que eu tinha criado e repensei sobre o que eu queria no meu portfólio. A jornada estava apenas começando e eu estava começando a abrir os meus olhos sobre o tipo de profissional que eu queria ser.

O diretor comentando sobre o meu projeto no dia da apresentação (Sério, foi quase isso)

O que estou aprendendo:

  • Não seja acomodado: Quando eu estava incomodado com a minha profissão e com o meu curso, eu busquei mudar e aprender coisas novas, e isso contribuiu para o meu amadurecimento.
  • Resiliência: A gente precisa aprender a usar as nossas derrotas a favor de nós mesmos. Ainda estou aprendendo muito sobre resiliência, mas isso me ajudou a não desistir de muitas coisas.
  • Tenha algum alicerce: Eu sempre tive alicerces e tenho certeza que todo mundo tem algo que o ajuda a continuar. Eu tenho meus pais, alguns poucos amigos e, principalmente, Deus. Valorizem os seus alicerces, e sempre ouçam os conselhos que eles tem pra te dar.

Por enquanto é isso, queridos. A jornada continua.

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Gente, corrigi bem rapidinho o texto, por isso peço para que me ajudem com os erros de português, valeu? ❤

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Bruno Barreto Rosa

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