Resenha: “A Infância de um Líder”, de Brady Corbet (2016)

Ocupando Espaços
2 min readFeb 12, 2017

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O filme “A Infância de um Líder”, vencedor do prêmio de melhor direção do Festival de Veneza (também indicado a melhor filme) trata da história da infância de Prescott (Tom Sweet), filho de um diplomata americano (Liam Cunningham) e uma alemã (Berenice Bejo), que residem no interior da França em meio a negociações de paz da Primeira Guerra Mundial, e em três atos a história demonstra como aquele garotinho apresentou tendências comportamentais que o levaram a se tornar um líder do pós-Guerra no futuro.

O diretor Brady Corbet porém inova na forma de contar essa história em diversos aspectos técnicos, a se destacar no movimento de câmera do diretor de fotografia Lol Crawley em diversas passagens (em especial nas perspectivas de Prescott enquanto criança, sejam um pouco foscas, seja no travelling na altura do pequeno personagem), e principalmente na trilha sonora de Scott Walker, que emprega acordes digno de filmes de terror nessa história de infância de um futuro líder autoritário.

Cada detalhe da história nos três atos compõem um pouco a futura personalidade de Prescott, desde as aulas de francês com sua professora de línguas (Stacy Martin), passando pelo poder de manipulação na utilização da governanta para alcançar seus desejos, ou nas explosões temperamentais quando contrariado pelos pais. Corbet monta o quebra-cabeça da personalidade de um fascista em cada minuto do filme, o que demanda atenção para absorver a mensagem completa da história, que é a construção do persona do futuro líder.

O elenco participa bem deste contexto de construção dos personagens, em especial a francesa Berenice Bejo, como a mãe de Prescott, uma religiosa fervorosa e letrada que tenta impor limites na educação do pequeno Prescott, Robert Pattinson em pequena ponta como o amigo da família Charles, assim como o jovem Tom Sweet na pele do personagem principal, seja com olhares, posturas e rompantes dignos de uma criança perturbada.

Nota do autor da resenha: 8,5/10,0

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