As primeiras horas de DAMN.

Lírica Bereta
3 min readApr 14, 2017

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O meu infarto em forma de texto.

presta atenção na parede

Foi anunciado que o novo álbum de Kendrick Lamar sairia oficialmente na sexta-feira santa. Tranquilo. Nada melhor que dar o perdido em todos os familiares no almoção da família cristã brasileira pra ouvir k dot, né?

Só que na véspera do grande dia, um abençoado aparece no facebook e fala “DAMN VAZOU E ESSE É O LINK”. Aí fudeu, meu querido. Parei tudo que tava fazendo pra escutar a nova bíblia narrada. E vou te dizer que o bagulho é louquíssimo.

Nada me dá tanto prazer na vida quanto escutar uma parada que tava esperando por tanto tempo e tentar descobrir as maravilhas escondidas entre as entrelinhas.

Pra quem escuta o álbum inteiro, é percebido que Kendrick morre logo na Intro (que já é um belo tapa na cara), e reforça a frase na última faixa (Duckworth). Porém o que mais chama a atenção são as especulações de um novo álbum de lançamento marcado pra domingo. Como se ele morresse na sexta da paixão e ressuscitasse três dias depois like fucking JESUS.

O que levou o início da loucura foi esse tweet aqui do sounwave:

E logo depois ele saca esse:

Ok. Matrix. Red Pill e Blue Pill. Ficamos muito confusos. Até entrarmos no Spotify e dar de cara com isso aqui:

kenny de boas com uma parede azul

A capa de Damn tem a parede vermelha. Parece loucura? Parece.
Até ler esses versos em DNA:
“This how it is when you’re in the Matrix
Dodgin’ bullets, reapin’ what you sow”

E em The Heart Part IV:
“My next album, the whole industry on the ice pack with TOC”
TOC: The Other Color, a outra cor, vermelho e azul.

Quer dizer que the new kung fu kenny lança damn como red pill, a blue pill é nation, making DAMNNATION.

KENDRICK LEVA TUDO QUE EU TENHO MAS LANÇA ESSA PORRA PELO AMOR DE DEUS.

Existem muitas referências religiosas e cristãs ao longo de Damn, que com carinho dá pra justificar esse christian marketing de kenny. Por exemplo, em DNA que ele diz que nasceu de concepção imaculada, em YAH diz que é israelita, as faixas de nome de pecados capitais, além da repetição incessante de “Ain’t Nobody Prayin’ For Me” em várias faixas. Reza a lenda que “Ain’t Nobody Prayin’ For Me” é o novo “I Remember You Was Conflicted”.

E eu nem vou entrar nos méritos de cada música, porque ainda não existem estruturas emocionais (nem palavras) suficientes para descrever essa imensa voadora na caixa dos peitos que Damn representa.

A grande moral da história é a seguinte: talvez um capítulo muito importante da história do rap esteja acontecendo aos nossos olhos e estamos vivendo isso com a maior ansiedade e tesão possíveis, sabendo que Kendrick não vai desapontar. E se tudo for concretizado, eu tatuo KL no meu cóccix.

Até domingo. Be humble.

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