Design Sprint

O método criado pela Google Ventures que ganhou o gosto da galera de produtos e do meu coração ❤

Carine Aguirre
5 min readFeb 7, 2019

Vamos começar pelo porquê de tudo:

Se não estivéssemos preocupados em obter o máximo de eficiência na entrega da melhor solução para os nossos clientes não precisaríamos estar falando sobre isso, é fato!

E é justamente sobre essa relação de eficiência em entregar para o meu cliente/mercado que eu quero falar.

Quando eu utilizo o termo eficiência, não estou me referindo em maximizar meu processo de entrega do produto ou de novas features, me refiro sobre entregar o mais rápido possível o produto certo para o cliente certo.

Product Market Fit: o produto certo para o cliente/mercado certo.

Se o nossos fluxo de trabalho é "perfeito", com lead time de invejar, produto lindo e perfumado, mas que não atende ao que o cliente necessita, sinto informar, mas para tudo pois tem boi na linha!

Precisamos olhar para os problemas que queremos resolver, e essa nem sempre é uma tarefa fácil, ela exige muito esforço intelectual, muitas quebras de paradigma e muito desconforto (pois mergulhar no desconhecido nem sempre é confortável), e ainda assim corremos sério risco de errar!

A questão que deve estar em jogo é: Como vamos validar se o que temos a oferecer para o cliente/mercado é de fato o que ele necessita, exercendo o menor esforço (tempo e dinheiro) possível?

Um ciclo comum de desenvolvimento de produto passa por 4 grandes etapas:

  1. Ideação: etapa onde o "dono" do produto estabelece o que de fato será o produto, quais as "dores" do mercado o produto se propõe a sanar/minimizar, quais as etapas de lançamento, precificação, métricas de sucesso (quando muito) e etc.
  2. Desenvolvimento: etapa onde o time de desenvolvimento faz com que a "mágica aconteça", ou seja, executa o plano!
  3. Lançamento: momento incrível, ou não. Este é o momento VERDADE, etapa onde descobrimos se de fato aquele é o produto certo para aquele cliente/mercado.
  4. Aprendizado: quando há essa etapa, é o momento onde as métricas e quesitos de sucesso do produto são avaliados e são criadas ações de correção no produto e/ou evolução.

Até aí, tudo bem!

O que eu quero te mostrar aqui, é que podemos reduzir esse fluxo pela metade para obter o mesmo resultado, que é o de compreender se a nossa solução/produto atende as expectativas e se é capaz de sanar/minimizar as dores dos usuários/mercado.

Esse fluxo pode ser reduzido para as seguinte etapas:

  1. Ideação
  2. Validação

Incrível, né? Sim, eu sei!

Mas antes de avançar, já te aviso de uma coisa: Não adianta nada reduzir as etapas se você não aprender nada. Essa prática só se mantém sustentável ao longo do tempo e só trará resultados satisfatórios se você e seu time tiverem a capacidade de aprender a cada iteração.

E tem mais uma coisa que eu preciso te dizer: não se apegue à solução criada… a grande sacada que vai te ajudar nesse processo de construção do Product Market Fit, é: comprove que esse produto não é o que o mercado precisa, pois a partir do momento que você não tiver mais argumentos para sustentar essa tese, esse é o momento que você encontrou o produto certo para o cliente/mercado certo.

Essa prática já foi aplicada em milhares de empresas mundão afora. Isso porque ela foi criada e é constantemente aplicada por nada mais, nada menos que a Google Ventures.

Feitas as honras da apresentação, agora vamos ao mais importante: Como rodar essa tal de "Design Sprint"?

Beleza, vamos lá… Primeiro de tudo é a preparação pré Design Sprint.

Preparação

Antes de iniciar a Design Sprint, garanta que os seguintes itens sejam atendidos:

  1. Desafio claro: é importante que o desafio esteja claro. Para isso promova o alinhamento com a área de negócios sobre o objetivo e os entregáveis do Design Sprint, faça entrevistas com clientes, obtenha diretrizes das demais áreas, faça pesquisa de mercado e tudo que possa ajudar para deixar o objetivo o mais claro possível.
  2. Time multidisciplinar: é importante que na Design Sprint tenhamos o máximo de diversidade de perfis, como: pessoas que sejam referência no assunto em específico da Design Sprint, Designers, Pessoas de negócio, Desenvolvedores, Lideres, etc.
  3. Espaço dedicado: o espaço é fator essencial no processo de imersão do desafio para que os ruídos externos e a rotina não sirvam como distração. Ah, e outra dica → Garanta que tenha comidinhas, café, suco e água à vontade, pois isso ajuda a manter o time sempre envolvido e evita dispersões. :)
  4. Atividades programadas: Programe todas as atividades que serão executadas em cada um dos dias, e o time-box de cada uma das atividades. Isso te ajudará a não se perder durante o processo e te ajudará a melhorar a cada rodada de Sprint.

Feita essa preparação, você já estará pronto para rodar sua primeira Design Sprint, que máximo né?!

A seguir está um panorama geral do objetivo de cada um dos dias da Design Sprint:

Dia 1: neste dia vamos alinhar a compreensão sobre o desafio com o time e definir as métricas de sucesso da sprint.

Dia 2: neste dia basicamente cada participante desenhará no mínimo 2 ideias para solução do problema.

Cada participante sairá com algo, similar (ou bem melhor) a isso:

Dia 3: neste dia serão apresentadas as ideias criadas individualmente para o grupo. Serão votas as ideias com o intuito de selecionar as mais votadas.

Dia 4: neste dia serão agrupadas as funcionalidades que receberam mais votos em um única ideia. Será montada a jornada e criado o protótipo.

Dia 5: este é o momento "Learn", neste dia o protótipo deve ser usado pelo "cliente" com o intuito de obter feedback e entender se o propósito do produto é atendido.

Pessoal, tem muito mais a ser compartilhado sobre isso, se quiser saber mais sobre as dinâmicas que são executadas em cada um dos dias, continue acompanhando a sequência de posts, pois escreverei um post exclusivo para cada um dos dias da Design Sprint :)

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Carine Aguirre

I’m a Lean thinker, passionate about building products and helping people and companies to get their best.