Biografia: John Frusciante

Carmen Liquor
3 min readAug 7, 2017

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John Anthony Frusciante é mais conhecido como o ex-guitarrista do Red Hot Chili Peppers — mas ele é muito mais que isso. Filho de pai maestro e mãe cantora lírica, a música já estava em seu sangue. Na adolescência chegou a treinar guitarra por cerca de 12 horas todos os dias. Suas influências da época? Jimi Hendrix, Johnny Marr e Hilel Slovak — o primeiro guitarrista do Red Hot Chili Peppers. Nasceu no Queens — NY e ainda na adolescência, mudou-se para a Califórnia.

Ainda na adolescência passou em um teste para tocar na banda do Frank Zappa — que acabou recusando ao saber que drogas não eram aceitas em sua turnê. Em 1988, Hilel Slovak morre tragicamente de overdose. O baterista Jack Irons (hoje no Pearl Jam) tocava com os Chili Peppers nessa época e, abalado pela morte do colega, acabou deixando a banda. Os Chili Peppers não desistiram da música mesmo com as adversidades. Chad Smith entrou como baterista e John Frusciante — com apenas 18 anos — como guitarrista.

John acabou se tornando guitarrista de uma banda que já era muito fã e as coisas correram bem até que um desentendimento, entre outros motivos, por John ter levado sua namorada Toni Osvald para a turnê (o combinado era a turnê não ter namoradas ou esposas). Momentos antes de um show no Japão, em 1992, John jogou a toalha e saiu da banda. Após isso as coisas ficaram ruins para o ainda jovem Frusciante.

Os anos seguintes foram de pura decadência. O músico, antes brilhante, havia se entregado ao vício da heroína e mal tocava violão. Gravou seus dois primeiros álbuns nessa época: Niandra LaDes and Usually Just a T-Shirt (1994) e Smile From The Streets You Hold (1997) — sendo o último praticamente inaudível. Mais tarde, o próprio John assumiu que só lançou os discos para sustentar o seu vício, chegando a tirar o segundo álbum de circulação.

Quando tudo parecia perdido, Flea, o baixista dos Chili Peppers resolveu visitar o antigo amigo. Seu estado era ainda mais deplorável do que ele imaginava: a casa cheirava insuportavelmente mal, estava muito suja e bagunçada. John estava cadavérico, sem a maior parte dos dentes na boca e com vários abcessos nos braços, em decorrência do uso abusivo de drogas injetáveis. O amigo Flea levou Frusciante para o médico, onde este ficou durante meses em recuperação.

O talentoso Frusciante renascia das cinzas. Ficou saudável novamente e então, recebeu o convite do frontman Anthony Kiedis para voltar a banda em uma visita. John aceitou. Durante o período em que ele esteve longe dos Chili Peppers, a banda continuou com Dave Navarro em seu lugar (guitarrista do Jane’s Addiction) — chegando a gravar um álbum — One Hot Minute — de 1994.

Sua volta esplendorosa foi no aclamado Californication — de 1999. Após isso vieram os também reconhecidos By The Way (2002) e Stadium Arcadium (2006). Em 2009, outra surpresa para os fãs da banda: John Frusciante anuncia novamente sua saída da banda, dessa vez sem desavenças, alegando necessidade de se dedicar apenas a sua carreira solo. Mesmo nesse segundo na banda, John gravou muitos álbuns solos: To Record Only Water For Ten Days (2001), The Will To Death , Inside The Emptiness, Curtains, Shadows Collide With People (todos de 2004) e The Empyrean (de 2009). Fora colaborações com aquele que viria a ser o seu substituto: Josh Klinghoffer. Após o brilhante The Empyrean, Frusciante parece ter deixado o rock de lado e agora está trabalhando com música eletrônica, sendo seus últimos álbuns — PBX Funicular Intaglio Zone (2012), Enclosure (2014) e Foregrow (2016).

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Carmen Liquor

Top shelf. Basicamente sobre música. Resenhas de singles, EPs e álbuns. Biografias de bandas, cantoras e cantores. Um pouco de gossip pois ninguém é de ferro.