Ame seu ego.

Breves considerações de uma egoísta convicta.

Clara Dantas
2 min readJan 17, 2018

As pessoas costumam falar de ego como se fosse uma coisa ruim. A verdade é que, se você está lendo isso, é por causa dele. Você nem teria clicado aqui se não achasse que este texto fosse lhe beneficiar, de alguma forma. Então, deixe um pouco de lado as frases de efeito que seu coleguinha good vibes compartilha sobre “esvaziar o ego e alimentar a alma” e continue a leitura.

Nós sobrevivemos graças ao ego.

De acordo com Freud, o ego é o componente da personalidade humana responsável por lidar com a realidade, garantindo a expressão dos nossos impulsos de forma aceitável na vida em sociedade. Ele opera com base no “Princípio da Realidade” — que basicamente pesa os custos e benefícios de uma ação antes de decidir entre desistir ou ceder a esses impulsos — no consciente, no pré-consciente e no inconsciente (estou citando o material desse vídeo aqui, assista caso queira uma explicação mais detalhada, pois não sou da área da Psicologia).

Estourar meu ego? Não. Prefiro aprender a tirar algum proveito dele.

Ego e orgulho são coisas diferentes.

Não me entenda mal. Não estou falando que você deve ser petulante, arrogante, esnobe… Nada disso. Quero dizer que, aprendendo a lidar com suas preferências e necessidades — isto é, aquilo que rege seu ego — , você vai viver de forma mais plena e satisfatória.

Viver é sobre aceitar os seus demônios. Assimilar que eles existem e que, por incrível que pareça, lhe serão úteis em algum momento. Passeie com o seu monstro interior. Adestre-o. Deixe-o forte o suficiente para que ele possa lhe proteger. De quebra, os outros lhe acharão mais interessante.

O mar da performance social é tão profundo que todo aquele que se arrisca a ir além de sua superficialidade, logo consegue destaque. Alguns banhistas se afogam quando tentam mergulhar em seu oceano particular de autenticidade. Não seja um deles.

Portanto, ame seu ego. No fim das contas, é cada um por si.

--

--