Caos.

Clara Dantas
2 min readFeb 24, 2019

Vivemos num jardim de infância, cheio de regras. Normas instituídas há tanto tempo que foram seguidas pelos nossos pais, avós, bisavós…

Temos horário pra tudo. Até o nosso “descanso” é cronometrado.

Estudamos para trabalhar, trabalhamos para quitar nossas contas. Pagamos para existir. Viver nada mais é do que seguir obrigações cotidianas. Raros são os momentos em que experimentamos um fio de felicidade genuína.

O comportamento das pessoas é tão ensaiado que o “Oi, tudo bem?” é a frase automática de iniciação de interação social. Qualquer coisa que fuja do convencional é facilmente notada e, na maioria das vezes, repudiada.

Faça um teste. Apareça com um olho roxo no trabalho, na escola ou simplesmente pela vizinhança. As pessoas olharão fixamente e as mais atrevidas questionarão: “O que foi isso?!”

Mesmo que não seja algo da conta delas.

Joker, um dos meus vilões preferidos. Imagem meramente ilustrativa.

Adultos e crianças se engalfinham por razões banais. Suas vidas medíocres giram em volta, basicamente, de seu ego e daquilo que o está ferindo. Tudo o que não for relacionado a isso é irrelevante.

Obviamente, a razão tem serventia. Graças a ela firmamos e honramos compromissos, não nos atrasamos, estudamos e aprendemos. Mas nem todo mundo faz uso dela. Muitos indivíduos se colocam como vítimas das circunstâncias, como se a vida fosse uma sucessão de acontecimentos aleatórios e eles não tivessem qualquer poder de interferência.

Em meio a tanto controle, o caos surge como forma de liberdade. Faça o que lhe der vontade, entregue-se aos seus desejos e sonhos. Quando tudo em sua vida fizer sentido, você será visto como louco.

Mais que isso: estimule sua percepção. Tudo ao seu redor é extremamente repetitivo e previsível. Passe a observar e a fazer pequenas profecias. Pode ser divertido.

Mas cuidado: evite armar situações só pra ver o circo pegar fogo. Brincar de Deus tem o seu preço.

--

--