Intensidade.
Vem fácil, vai fácil.
Anos atrás, comecei a perceber que amadurecer é descobrir a verdade por trás dos conselhos dos mais velhos, que tanto tentam nos alertar. Dizeres que, aos adolescentes, soam como desafios, já que temos essa mania tola e egocêntrica de pensar que “comigo é diferente, comigo vai dar certo”.
Desde então, tenho me permitido observar as dinâmicas e ciclos que envolvem alguns relacionamentos, meus e de outras pessoas também.
Não quero soar como uma jovem amargurada (talvez eu até seja uma), mas o fato é que, pelas minhas análises, tudo que é exposto demais, tende a acabar logo.
Vínculos fracos são apresentados como se fossem inquebráveis, devido a nossa necessidade por imediatismo. É um mal estar coletivo. Qualquer mínimo apego é alimentado por uma constante busca por aprovação social.
Como consequência, vemos declarações exacerbadas, ensaios fotográficos, tatuagens combinando, mudanças de endereço… Tudo isso numa velocidade incrível, diretamente proporcional à carência e à obsessão pelo mito da vida a dois perfeita.
O que muitos esquecem — inclusive eu mesma me incluo nessa parcela — é que toda evolução demanda tempo. Conhecimento. Experiência. Solidez. É uma escada cujos degraus devem ser percorridos sem pressa, de forma segura.
Dentro do padrão social sobre como relacionamentos são ou devem ser, há também uma expectativa de ascensão. A relação começa casual, evolui para namoro, evolui para noivado e evolui para casamento. Isso é o que se chama de a escada rolante dos relacionamentos.
Para saber mais, leia: O que é um namoro?
O amor existe, de fato. Não duvido disso. Só quero propor uma reflexão: da próxima vez que uma pessoa lhe parecer entregue demais, externalizando todo esse sentimento repentino, cogite a possibilidade de ela não estar fazendo por você, mas sim pela audiência.
Quando estamos carentes, perdidos, acabamos nos agarrando a qualquer promessa (ainda que falsa) de amor, para mostrar ao mundo o quão bem sucedidos somos.
