Gestão de Portfólio Tradicional: um castelo de mentiras — Rodrigo de Toledo e Avelino Gomes — [Resumo palestra Scrum Rio 2018]
Nos dias 26, 27 e 28 de julho 2018 estive no Scrum Gathering Rio e vou compartilhar com vocês alguns insights, reflexões e opiniões de algumas palestras que participei.
Este post foi escrito por Cleiton (Caco) Luis Mafra.
Caso você não tenha visto, no post anterior sobre “Tecnologia e Sociedade: quem salvará quem? — Gabriela Guerra — ThoughtWorks Brasil — [Key Note Scrum Rio 2018]”.
Gestão de Portfólio Tradicional: um castelo de mentiras — Rodrigo de Toledo e Avelino Gomes
O Toledo e o Avelino da K21 logo de cara trouxeram uma história bacana e divertida sobre um castelo e provocaram os participantes e apresentaram algumas mentiras (que falamos por ai como verdades), dividindo a história por andar do castelo e seus habitantes.
1º Andar - Escopo fechado
- Mentira 1.1 — O cliente sabe o que quer! (Rei Jasei)
- Mentira 1.2 — O mundo não vai mudar! (Astrônomo Nadamuda)
- Mentira 1.3 — Somos capazes de especificar! (Mago Analista)
- Mentira 1.4 — Janela de oportunidade! (Princesa Jaquê)
2º Andar — Estimativa de prazo/custo
- Mentira 2.1 — Trabalho criativo é previsível! (Arquiteto Medetudo)
- Mentira 2.2 — Gordurinha (Prometeus)
3º Andar — Estimativa de valor
- Mentira 3.1 — Estimativa de retorno infundada (Valemais)
4º Andar — Acompanhamento
- Mentira 4.1 — Acompanhamento de projetos (Vice-Rei)
A narativa foi exclente e não conseguirei representar em detalhes aqui no post, então caso você tenha a oportunidade, recomendo que assistam a palestra ou confiram os slides para ter uma ideia melhor com a ajuda dos desenhos e ilustrações.
Eles apresentaram os seguintes tópicos para resolver os problemas do castelo de mentiras:
- Transparência e agilidade —Foque em reduzir o ciclo de feedback para aumentar o aprendizado e acertar mais.
- Time fixo, escopo flexível e foco no problema — Ao invés de focar no escopo, focar no problema e defina quanto (tempo e/ou $$) você quer investir na solução do problema. Exemplo, se você quer investir 3 meses na solução de um problema, dependendo do nível de incerteza, você pode fazer mais ou menos iterações, buscando eliminar as incertezas e ao final ter uma solução que já passou por vários ciclos de feedback.
- Menos é mais — Reduza a quantidade de itens que você está perseguindo. Muitos problemas sendo resolvidos ao mesmo tempo é igual a longos tempos de solução para todos, que é igual cliente esperando por solução por mais tempo.
- Horizontes de tempo — Eles trouxeram a analogia para comunicar a direção de futuro, com base no horizonte, veja a imagem abaixo, o que está perto é possível descrever com alto nível de detalhes e certa precisão. No entanto, quando mais longe, você ainda terá uma visão, mas a precisão diminui e você também não pode garantir que aquele será o destino com alto nível certeza. No momento atual é o caminho provável, mas no decorrer você pode descobrir outras oportunidades melhores e mudar de direção. Por isso comunique apenas em alto nível e se possível no nível de objetivos para que possa transmitir e dar segurança da visão de futuro, mas não gaste muito tempo detalhando o que está muito longe para evitar desperdícios.
- Demanda x Capacidade — A demanda sempre será maior que a capacidade de atender, evite cair no mito de estar 100% ocupado, é importante ter uma folga para reagir aos picos.
Meu pitaco/comentário (Caco), inclusive a Mary e o Tom Poppendieck recomendam em seu livro "Implementando o desenvolvimento Lean de Software" que você 20% de folga. Estudos realizados por eles mostram que equipes com alocação acima de 80% tem um aumento significativo no tempo do ciclo de entrega (leadtime). Outra relação que podemos fazer é com o nosso computador, quando o processador fica com utilização perto de 100% tudo começa a travar e demorar mais para responder, ou seja, nós nunca deixamos nosso processador com utilização de 100%, pois tudo trava.
Reflexão: Mas porque queremos fazer isso (alocar 100% da capacidade) com as equipes de trabalho? Você não pode escapar das leis da matemática e da teoria das filas.
- Value Stream — Foco no ciclo por completo, otimizações locais são importantes, mas nunca perca a visão do fluxo como um todo, do conceito ao dinheiro.
- Entenda o momento de cada produto — Eles trouxeram o conceito da Mckinsey sobre oshorizontes de cada produto para ajudar a definir os investimentos e também a expectativa de resultado/retorno financeiro sob cada aspecto. Basicamente evite o “One size fits All” e trate as coisas diferentes de uma maneira diferente. Você não vai fazer a gestão de um produto que está nascendo da mesma que um produto que já está maduro e tem milhares de clientes.
- Faça o caminho do dinheiro — Ao invés de distribuir o orçamento pelos projetos, você sobre um nível, olha de forma mais estratégica e aloca o orçamento primeiro por por cada horizonte e depois aloca nos produtos ou verticais de negócio.
Download dos Slides
Recentemente foi liberado pela InfoQ a gravação da palestra e você pode assistir aqui:
Fique ligado!
Nos próximos dias, vou publicar o resumo da palestra “Priorização ágil, como a Dafiti está se reinventando — Roosevelt Nascimento e Raphael Montenegro”
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