O primeiro livro do clube

Clube do Livro Pequeno CLP
2 min readMay 29, 2018

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Garotas mortas, Selva Almada, Todavia, 126 páginas.

O começo do clube é em grande estilo. Um pequeno grande estilo. Um livro que já conquista pela capa. Um título instigante. Seria um suspense? Melhora por ser uma escritora. Que belo nome de mulher. Selva Almada. Selva! Para finalizar, deliciosas 126 páginas. Todos os pré-requisitos para o clube preenchidos. Vamos lá!

Adorei a definição dada para o livro: um romance de não ficção. Muito além de uma reportagem investigativa. Selva realiza uma investigação sobre o assassinato de três garotas durante os anos 80, em uma Argentina recém retornada à democracia. Ela não chegou a conhecer as meninas. A notícia da morte de cada uma surgiu durante sua juventude, causando um forte impacto sobre ela.

Em certo ponto, o livro me lembrou a serie do Netflix, Mindhunter. Lá, os agentes do FBI procuravam Serialkillers muito antes do termo ser utilizado. Aqui, Selva busca entender o que aconteceu com as garotas, muito antes do termo feminicídio.

É triste, com o passar das páginas tomar conhecimento de tanta violência contra mulheres, que perderam suas vidas de forma tão trágica. E algumas, até hoje, encontram-se desaparecidas. Tudo isso, pelo simples fato de serem mulheres.

Acontece na Argentina, acontece no Brasil, acontece em todo lugar. Em dado momento do livro, a autora até se considera sortuda, por ainda estar viva depois de tantas mortes.

Em uma época onde o feminismo cada vez mais ganha força e o empoderamento da mulher se faz ainda mais presente, este pequeno livro é altamente recomendável. Um trabalho investigativo narrado de uma forma bastante peculiar, envolvente, denunciando um problema gravíssimo que durante muito anos não foi tratado com a devida importância.

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