Coagula entrevista: Fabrizzia & Renata

Coagula
5 min readAug 4, 2017

--

Na Coagula, temos entrado cada vez mais no universo da moda e é algo que me interessa bastante desde pequena. Então é de muita importância pra mim conhecer um pouco por trás dessa área e das pessoas que trabalham e vivem nesse meio.
Passei uma tarde com as queridas Fabrizzia e a Renata, depois de comer muito e andar por SP resolvemos fazer algumas fotos.
Durante as nossas conversas tive a ideia de fazer uma entrevista com elas sobre um assunto que ambas tem em comum e que se tornou tema deste post: moda!

Então fiz algumas perguntas e você confere logo abaixo:

Como a moda entrou na sua vida?

Fabrizzia: A moda entrou na minha vida muito cedo, quando tive a influência da minha irmã mais velha — que era modelo em Milão e contava histórias fantásticas de um mundo que muito brevemente me vi apaixonada. Tentei por muito tempo fugir da vida acadêmica da moda porque não acreditava ser pra mim e aos 18 anos abri minha primeira marca. Depois disso não deu mais pra fugir e eu simplesmente admiti que a moda ia sempre caminhar lado a lado com qualquer outra coisa que eu decidisse fazer da minha vida.

Renata: A moda entrou na minha vida nem sei como, na verdade. Quando eu estava no colegial um dia acordei com essa decisão e segui muito certa dela, sabe? Eu sou agnóstica mas às vezes acho que algo sobrenatural me levou por esse caminho (risos) porque chegando na faculdade eu peguei os métodos de criação e tal super rápido. Era quase como se fosse pra eu estar lá.

Qual é a pior e a melhor parte de trabalhar com moda?

F: A pior parte de trabalhar com moda, certamente, é lidar com o pisar de ovos que é necessário ter com os colegas da área por conta do ego inflado que a indústria da moda é tão fortemente reconhecida por ter.

A melhor parte é a liberdade criativa que eu sinto nos projetos em que já trabalhei. Nunca fui mais plena profissionalmente em nenhuma outra área (como no Design e na Comunicação Social) quanto na Moda.

R: A pior parte de trabalhar com moda é a falta de reconhecimento; tanto emocional quanto financeiro. Você investe anos numa faculdade e quando sai dela, os empregos te oferecem um valor absurdo de pequeno mesmo pra efetivados. Isso ainda pra trabalhar em 40 funções que não são a sua e sem a oportunidade e visão de “crescer no emprego/carreira”. Acho que isso desestimula muito.

A melhor parte é concretizar coisas que vem de dentro de mim

A melhor parte, pra mim, acho que é criar imagem de moda. É ver algo do meu cérebro concretizado de alguma forma. Seja num figurino, numa coleção, num desenho ou mesmo no meu trabalho como modelo. A melhor parte é concretizar coisas que vem de dentro de mim (o que pode parecer um pouco egocêntrico mas é na verdade, mais terapêutico).

Quem é a sua maior referencia da moda?

F: Eu não acredito ter uma maior referência na moda e sim várias. Tenho muitas amigas que são extremamente fortes e guerreiras nessa indústria e que me orgulho muito de poder me inspirar nelas.

R: Minha maior referência em moda é primeiro, o Alexander McQueen. Depois vem outras várias menores, tipo o Antwerp Six (Ann Demeulemeester, Dries Van Noten, Margiela e etc), Rodarte, Christian Lacroix e Galliano (apesar dos escândalos todos).

A minha única dica pra quem quer começar a trabalhar com moda é: vai lá e faz!

Se você pudesse dar uma dica para alguém que quer começar a trabalhar com moda, qual seria?

F: A minha única dica pra quem quer começar a trabalhar com moda é: vai lá e faz! Não importa se sua ideia não parece original ou inovadora, você só vai saber quando colocar ela em prática. Foi assim comigo e a surpresa de ter um projeto 100% autoral sendo reconhecido e admirado foi um passo muito importante pra minha construção pessoal e profissional.

R: A dica pra quem quer trabalhar com moda é: não sei. Eu mesma me pergunto sempre que dica eu devo me dar pra continuar na área no Brasil. Hoje eu trabalho mais como modelo do que como estilista e por mais legal que isso seja por um lado, também sinto falta. Acho que a melhor forma de se dar melhor no Brasil é fazer conexões: não adianta muito se esforçar horrores e ser incrível se você não tem pessoas conectadas com você e que podem influir e te ajudar a crescer.
Mas a dica principal seria sair do país, se possível, e ir pra um lugar onde moda é mais valorizada em vários sentidos, porque aqui existe realmente uma falta de valorização.

Acompanhe o crescimento dessas duas mulheres incríveis pelo Instagram: @ohserenna @fabrizziadetoni

Em breve mais entrevistas vão rolar por aqui, se você gostou comente aqui pra gente!

--

--