Meu pornô, ninguém sai!
Quando tocamos no assunto da prostituição e, principalmente, do pornô, muitos homens recusam que tais práticas são prejudiciais às mulheres… os argumentos são inúmeros, mas inconsistentes.
Sabe-se, hoje, que o consumo da pornografia cresce cada vez mais e, entre as categorias mais procuradas, estão os vídeos “hardcore”, ou seja, de conteúdo mais pesado e “anal”. Como explicitado no texto em que colocaremos no fim desta postagem, as mulheres que trabalham com pornô têm que se submeter à inúmeras situações perigosas para poder ganhar um dinheiro que pouco dá para se sustentar, para a maioria das atrizes do ramo.
Ah, mas diz-se que essas mulheres estão lá porque querem, então por isso merecem as consequências. Esse tipo de argumento está errado em dois pontos: o primeiro é porque ele é punitivo com base numa moral que é variável e vários que falam isso não seguem a moral que pregam; segundo é que, a partir da verificação em pesquisas e documentários, as mulheres que seguem por esse ramo (ou da prostituição) o fazem por não enxergarem outras opções, por precisar de dinheiro fácil e rápido, e, claro, porque o capitalismo coloca o corpo da mulher à venda, como se fôssemos mercadorias e, com essa moral burguesa bem apreendida, colocamos nosso corpo à venda.
Seguindo essa categoria mais procurada, a do “anal”, vemos que as mulheres que trabalham com o pornô têm que fazer mais e mais posições perigosas para conseguir um dinheiro extra. Com isso surgiu o “rosebud” (botão rosa), que é caracterizado por um prolapso retal, é uma condição onde o reto desce e fica para fora do ânus. Imagine só se isso é algo saudável, salubre, bom para a atriz? Claro que não! Mas cada vez tem mais acessos, inúmeros homens se excitam com a exposição de sofrimento dessas mulheres em frente à câmera. Assim como o rosebud, vídeos com mulheres vomitando ao fazer sexo oral forçado, vídeos de mulheres adultas fingindo ser crianças, entre outras, têm visto seu público crescer. É extremamente problemático.
Se queremos falar da preocupação com a posição da mulher na nossa sociedade, devemos falar da pornografia e da venda do corpo feminino. A lógica de mercadoria chega até o nosso corpo e nos faz vendê-lo. Não somos mercadorias, nossa saúde importa! Dessa forma, entendemos que deixar de ver pornô não acabará com essa indústria do dia para a noite, mas é uma forma de se importar sobre o que acontece com as mulheres, toda a exploração por trás disso, toda a visão problemática que isso traz. Abolir o pornô é entender que as mulheres não são mercadorias.
Um botão de rosa que cheira à merda (VICE):
https://www.vice.com/pt_br/article/pge3jm/rosebud-porno-prolapso-anal?utm_campaign=sharebutton
As mulheres que só dizem sim: a prostituição como forma de exploração e manutenção do patriarcado (MEDIUM):
https://medium.com/@coletivoauroramaria/as-mulheres-que-s%C3%B3-dizem-sim-a-prostitui%C3%A7%C3%A3o-como-forma-de-explora%C3%A7%C3%A3o-e-manuten%C3%A7%C3%A3o-do-patriarcado-c723b6521a30