Oficina incentiva criação de uma rede de jovens comunicadores geraizeiros do Alto Rio Pardo

Projeto Bem Diverso
3 min readMay 29, 2017

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Jovens geraizeiros participantes do 2º módulo da oficina de comunicação popular. Foto: ©Andreza Andrade

“Queremos contar nossa própria história, nossa luta pelo território e as belezas das paisagens e do povo geraizeiro”. Esses foram os propósitos elencados pelos jovens geraizeiros do Alto Rio Pardo para a criação de uma rede de comunicadores, advindos das oficinas de comunicação popular organizadas pelo Projeto Bem Diverso em parceria com CAA-NM (Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas) e Rede Sociotécnica do Alto Rio Pardo.

Foram dois módulos de formação, cujo primeiro, coordenado pelo fotógrafo João Ripper, aconteceu em abril de 2017 e teve como foco a fotografia retratando a identidade geraizeira (saiba mais). Já o segundo módulo, ocorrido nos dias 24 e 25 de maio de 2017, na Escola Família Agrícola Nova Esperança em Taiobeiras (MG), abordou produção textual, práticas de vídeo e conteúdos para mídias sociais. As jornalistas Cibelih Hespanhol do CAA e Andreza Andrade do Projeto Bem Diverso, coordenaram o módulo.

No total foram 25 jovens participantes, oriundos de várias comunidades do Alto Rio Pardo, que apresentaram o resultado do trabalho entre módulos de registrar em foto, vídeo e textos cenas do cotidiano nas comunidades geraizeiras, com entrevistas de moradores mais antigos sobre história e práticas tradicionais. Os jovens também aprenderam sobre diversas produções de textos para vários tipos de mídia, especialmente àquelas que têm a internet como plataforma. Manejaram câmeras e desenvolveram suas primeiras produções audiovisuais. Todas as técnicas aprendidas também são aplicadas ao uso de telefones celulares, que são as ferramentas mais acessíveis atualmente aos jovens comunicadores.

Jovens em prática de produção de vídeo. Foto: ©Andreza Andrade

Nina Ribas, do povoado Olhos D’Água, informou que a partir do conteúdo aprendido nas oficinas, a mesma se sente mais preparada para iniciar práticas de comunicação na sua comunidade. “Tem fatos importantes que acontecem nas nossas comunidades que não são vistos, precisamos divulgá-los utilizando as ferramentas que temos acesso, como as redes sociais. Queremos também divulgar todo conhecimento dos nossos anciãos que são detentores do saber tradicional, para que as pessoas deem mais valor a essas práticas que refletem quem somos”, afirmou.

Como resultado das oficinas, iniciou-se a discussão da criação de uma rede de jovens comunicadores geraizeiros do Alto Rio Pardo. A ideia é que esses jovens possam ser a ponte entre os acontecimentos nas suas comunidades e o mundo. Após as oficinas, os mesmos se encontrarão em espaços virtuais para desenvolverem estratégias para melhor promover a comunicação da sua região. As atividades do Projeto Bem Diverso e da Rede Sociotécnica no Alto Rio Pardo, já se configuram como motivadores para possíveis pautas abordadas pelos jovens comunicadores.

Assista abaixo um vídeo reportagem produzido pelos participantes da oficina, relatando o 2º módulo da oficina de comunicação popular. Em seguida, outro vídeo produzido na oficina, que relata a importância da Escola Família Agrícola Nova Esperança para a educação no campo.

Saiba mais: Projeto Bem Diverso

Fruto da parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)-Unidade Recursos Genéticos e Biotecnologia-Cenargen, e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com recursos do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), o Projeto Bem Diverso tem como objetivo principal a conservação da biodiversidade em paisagens de múltiplos usos por meio de um arcabouço fortalecido de uso e manejo sustentável de Produtos Florestais não madeireiros (PFNMs) e Sistemas Agroflorestais (SAFs). Seu público alvo são agricultores familiares e comunidades tradicionais, grupos cuja sobrevivência e geração de renda dependem da biodiversidade. O projeto atua diretamente em seis Territórios da Cidadania que estão localizados em três biomas brasileiros, sendo estes: Alto Acre e Capixaba (AC), Marajó (PA) no Bioma Amazônia; Alto Rio Pardo (MG), Médio Mearim (MA) no Bioma Cerrado; Sobral (CE) e Sertão do São Francisco (BA) no Bioma Caatinga.

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