A um toque da alienação
Nos tempos de fanatismo ideológico, generalização de idéias e um grande empaque político nas redes sociais, nos vemos cada vez mais suscetíveis à pertencer à uma bolha social.
As bolhas sociais são justamente esse ambiente em que nos encontramos no universos digital, ao qual nos vemos ligados ideologicamente sempre pelos nossos semelhantes, basicamente, quando nossa timeline mostra apenas os usuários que desfrutam da mesma ideologia que a nossa.
Através de algoritmos, as grandes companhias digitais conseguem traçar um tipo de perfil compatível com o nosso próprio, para assim você ver mais coisas que lhe agradam e ficar mais tempo no aplicativo.
Porém, apesar de parecerem inofensivas, as bolhas sociais, ou bolhas políticas, podem causar mais danos à nossa sociedade do que se pensa. Vivemos em uma época em que, com o espaço de fala que ganhamos com as redes sociais, temos um alcance de público que só cresce, e expor suas opiniões, sem uma censura de terceiros, pode ser muito perigoso. Ao estarmos conectados com opiniões sinônimas, nossas ideias se fortificam, podendo gerar alienação, generalização e até mesmo o fanatismo.
Vemos na prática a ascensão que os movimentos mais radicais tiveram com o auge das mídias sociais, como o recrutamento do grupo extremista Estado Islâmico (E.I); as divergências políticas na época do impeachment de Dilma, as oposições de pensamento em relação aos movimentos de esquerda e direita.
Tais episódios contribuíram e contribuem para a formação de “rótulos” em nossa sociedade, “se você não é fora temer, então é automaticamente tchau querida”, “se eu sou do movimento x, não posso apoiar o movimento y”. A alienação e a generalização estão fazendo com que a internet se torne um Coliseu globalizado, ao qual, com a falta de racionalidade, abre-se espaço para a violência.