O que eu aprendi sendo desenvolvedor em uma startup brasileira

Matheus Costa
4 min readFeb 14, 2020

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A visão de um jovem não graduado de 17 anos

Antes de eu iniciar minha graduação em Sistemas de Informação na Universidade Federal de Uberlândia, tive a incrível experiência de trabalhar como desenvolvedor em uma startup Uberlandense.

A maioria das pessoas quando ouvem falar de startups, imaginam algo totalemente “Google”, com video-games, doces, e pura diversão. Um ambiente ligeiramente descolado e a desorganização de processos totalmente visível.

Confesso que comigo não foi muito diferente e que eu imaginava algo muito “Vale do silício”, o que me empolgou bastante, ainda mais quando na minha entrevista o contratante disse que os CEO´s, CTO´s, e companhia, estavam fora viajando para Palo Alto para trazer novas “idéias”.

O mais interessante de tudo no início dessa jornada, era que eu fui contratado para desenvolver em uma stack, que eu nunca havia experimentado de forma valiosa antes. Mas mesmo assim optaram por me contratar, fiquei um pouco receoso no início, mas fui. Inclusive essa foi uma das maiores lições que tirei sobre desenvolvimento, da qual compartilharei mais a frente.

Chegando lá, como toda empresa, me apresentaram-a de forma impecável, aonde tive a oportunidade de conhecer muito bem a dinâmica, e como funcionava os times etc. Quebrando justamente o mantra que muitos tem sobre startups não serem empresas sérias, e de desordem, os times eram perfeitamente divididos, e de uma forma bastante organizada. O ambiente é bem divertido e dinâmico realmente, mas isso não tira a responsabilidade e a produtividade de cada um ali presente. Tive uma semana inteira somente de treinamento para ficar habituado a stack que eles utilizavam

Quando eu comecei de fato a desenvolver e fazer a diferença na empresa, foi aonde eu tive mais de “aprender na prática”, pois percebe-se que não importa o quanto nos já sabemos sobre uma linguagem de programação ou tecnologia na teoria, a prática no início sempre te gerará dificuldade, até mesmo se você for um expert naquilo. Isso nos remete ao #fato1.

Fato 1

Você não precisa ser um expert em determinada coisa, você só precisa de humildade e vontade suficiente de aprender e fazer.

As tentativas de acertos e erros, eu fui aprendendo e começando a me habituar ao que eu estava fazendo e é justamente dai que vem nosso #fato2.

Tendo o mínimo de teoria, e quase 100% de prática, eu fui “incrivelmente” aprendendo de uma forma totalmente eficaz. Coisas que eu demorava 3 meses para aprender, estudando com disciplina e com bastante teoria, eu aprendi em menos que 3 semanas na prática.

Confesso que não é de jeito nenhum a forma mais confortável de aprender algo, mas é justamente aí que está o “pulo do gato”, a grande pressão me tirava da minha zona de conforto, e multiplicava a minha produtividade e eficiência.

O grande ás das startups, são a grande adaptabilidade ao mercado, e a rapidez nas mudanças, e justamente no momento em que eu estava habituado ao desenvolvimento, vem algumas mudanças, que novamente te tiram da zona de conforto. Isso por um lado é bom pois você vai se forçar aprender e fazer da melhor forma de um jeito diferente, e por outro lado é ruim pois acaba gerando alguma forma de stress.

Fato 2

Esteja aberto a mudanças.

Outro parte interessante das startups é que você acaba criando de certa forma uma responsabilidade, pois como a empresa é bem flexível, qualquer tarefa que você faça ou deixe de fazer, vai gerar uma grande diferença.

Além disso uma das partes mais bacanas de ser desenvolvedor em uma startup, é e flexibilidade. Você não tem de se preocupar excessivamente com horários e burocracias, isso acaba deixando o ambiente mais “leve” e desencadeando em uma mais alta produtividade.

A forma como você executa suas tarefas são totalmente flexíveis, você pega a tarefa que quiser, e se tiver dificuldade, o seu companheiro provavelmente vai te ajudar isso acaba aplicando conceitos de “fail fast” que é bastante visto nas startups. Isso acaba tirando o medo de “não ser capaz” que ocorre geralmente em empresas tradicionais, basicamente você pode ficar tomando café o dia todo e jogando video-game, se você estiver entregando resultado, está tudo certo, isso nos leva ao terceiro e ultimo fato o #fato3.

Fato 3

Não importa o que você está fazendo, apenas entregue resultados.

Isto é startup, um ambiente totalmente diferente e disruptivo que está mudando o mundo a tempos! :D

Depois de pouco tempo acabou saindo o resultado da minha prova do Enem e acabei sendo aprovado no curso que eu desejava. O que acabou levando infelizmente a minha saída da empresa, pois eu quero me tornar um Mark Zuckerberg… Brincadeira hahaha! Eu tive que sair pois basicamente a minha intensão de conhecer pessoas incríveis e aprender um pouco mais sobre gestão e desenvolvimento de startups estava cumprido! E tive que correr atrás do meu sonho… Aonde acabarei trazendo mais novas experiências por aqui!

Até a próxima!

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Matheus Costa

Algorithms and Data Structures Specialization student at Stanford University