As feiras orgânicas de Florianópolis Reportagem e fotografias: Ana Ritti, Eliza Della Barba e Jaqueline Padilha
S egundo dados da pesquisa divulgada em 2017 pelo Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (ORGANIS), cerca de 15% da população urbana são consumidores de produtos orgânicos. Já na região Sul, o consumo chega a ser maior que o dobro do nacional, 34%. A conscientização sobre os benefícios do consumo de orgânicos tem feito crescer o número de produtores e consumidores desses alimentos. Confira na foto-reportagem os preços e os tipos de alimentos vendidos nas feiras orgânicas de Florianópolis.
A feira de orgânicos do Centro de Florianópolis está acontecendo todas as quartas-feiras e sábados das 7:00 às 13:00, na passagem entre o Ticen e o Camelódromo. Cerca de 6 barracas de agricultores de cidades como Biguaçu e Antônio Carlos participam da feira que já acontece há 4 anos no Centro. Dentre os alimentos orgânicos comercializados pelos feirantes estão as folhas verdes que são vendidas a R$2,00 em todas as barracas. Brócolis e couve-flor são vendidos a preço médio de R$ 3,00 e R$ 4,00, respectivamente. O chuchu e a abóbora custam R$ 5,00 o quilo e o aipim custa em média R$ 4,00. Já o açafrão e o alho são vendidos a R$ 30,00 o quilo. Alguns produtos são vendidos a meio quilo: a cenoura e a batata custam R$ 3,00, o tomate a cebola são R$ 5,00 o saco com 500 gramas. Os feirantes contam que a maior dificuldade é produzir grande variedade de alimentos orgânicos já que a produção deve ser reduzida para maior controle de pragas, pois não utilizam o agrotóxico. O agricultor e feirante Adalicio Vitor da Silva, de 66 anos, explica que é preciso muito cuidado com frutas e verduras, principalmente em estações como o verão, quando é necessário molhar as plantas ao menos 5 vezes ao dia para que não morram. Os doces de banana e melado são vendidos a preço médio de R$ 5,00 e a geléia a R$ 9,00. O açaí congelado é vendido a R$ 23,00 o quilo. As frutas como laranja e bergamota custam R$ 5,00 o quilo. O maracujá e o limão tahiti são vendidos a R$ 7,00 o quilo em média. Já o morango custa R$ 7,00 a caixinha, a banana é vendida a R$3,50 o quilo. Os agricultores contam que a feira tem sido um espaço que possibilita a venda mais barata dos orgânicos e também o lucro direto do produtor. Por tanto, muitos agricultores acabam deixando de comercializar seus produtos nos supermercados. Dona Ivete Oliveira Melo, de 61 anos, diz que mudou sua dieta há 3 meses e hoje prioriza o consumo dos orgânicos. Ela conta que as feiras são uma boa oportunidade para comprar esses alimentos de forma mais barata, mas que ainda há melhorias a serem feitas na venda do orgânico para um consumo maior. “Acho que ainda poderia melhorar, ter preços mais acessíveis e uma variedade maior de alimentos”. A Feira Orgânica do CCA acontece todas as sextas-feiras, das 8h00 às 12h30, no Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFSC no Itacorubi. Com produtos de Biguaçu, Correia Pinto, Florianópolis, Santa Rosa de Lima, entre outros municípios catarinenses, a feira reúne produtores e clientes desde 2014. Os produtos orgânicos costumam ter preço maior em comparação com os convencionais. Isso acontece pelos cuidados dos agricultores com os alimentos, que são produzidos em quantidades menores e sem uso de pesticidas e fertilizantes. Além disso, os custos de produção e transporte tornam o processo mais caro. Para garantir que o produto é de fato orgânico é preciso perguntar ao agricultor ou comerciante sobre o Certificado de Conformidade Orgânica. A dona de casa Marli introduziu os orgânicos em sua alimentação há quatro anos, quando a feira começou no CCA, perto de sua casa. Ela reconhece que o preço é mais “salgado”, mas garante que vale a pena por conta do sabor dos alimentos e da saúde. O preço do quilo de alimentos como a cenoura, a laranja lima, a bergamota e a beterraba custam R$ 5,00. Já o quilo da banana branca é R$ 4,00, do tomate R$ 9,90, da batata inglesa R$ 7,00 e da cebola R$ 8,90. A tabela de preços pode ser conferida na página da feira no facebook (https://www.facebook.com/feiraorganicacca/) A estudante de Agronomia, Patrícia Barcelos, participa das feiras sempre que pode e leva o consumo de orgânicos para os filhos de 10 meses e 4 anos. Ela conta que o consumo desses produtos aumentou depois da experiência que viveu na Disciplina Vivência em Agricultura Familiar, em que estudantes são acolhidos por famílias agricultoras no interior do estado. Além das feiras do CCA e a do Centro, outras feiras de orgânicos acontecem pela cidade. Como a feira da UFSC, na Trindade, as quartas-feiras. Nos bairros Campeche, Coqueiros e Ponta das Canas aos sábados. Para mais informações acesse a página da Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (CEPAGRO): https://cepagroagroecologia.wordpress.com/onde-encontrar-organicos/ .