2° Episódio: ISRAEL DE JESUS

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5 min readJan 20, 2017

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QUEM FOI ISRAEL DE JESUS?

Revolucionário ou louco?
Era bom pagodeiro?

(vinheta)…

O ano era 2003, Alex o maior jogador do Brasil, Dimba artilheiro do campeonato brasileiro. Morriam Rachel de Queiroz, Rogério Cardoso e Keiko (a orca de Free Willy), a dominicana Amelia Vega se tornava a primeira mulher desse país a ser eleita Miss Universo. Já no Brasil, mais precisamente na série C, se destacava o ousado esquema Roleta Russa. O mentor? ISRAEL DE JESUS…

Israel de Jesus, com o nome de Israel do Carmo, foi um pagodeiro de não muito sucesso na década de 90. Um trabalho dele abaixo (que homão da porra).

Por algum motivo, Israel se tornou proprietário, técnico e a porra toda da Futura Esportes, uma empresa que buscava investir em clubes de futebol (uma mistura de MSI e Audax):

“ A Futura Esportes firmou compromisso até dezembro de 2005 com a Santista mediante o pagamento das dívidas do clube — algo em torno de R$ 80 mil -, “garimpou” jogadores, promoveu uma pré-temporada de três meses e tenta, aos poucos, “implantar um sistema de jogo que ofereça liberdade para os atletas mostrarem talento”. (ver matéria completa aqui)

Israel assumiu um time que vinha de um ótimo campeonato paulista onde ficou em 4° lugar contando com nomes como o goleiro Maurício (ex-Corinthians), Márcio Santos (campeão do mundo), Souza (que depois jogou no São Paulo), Rico, entre outros. O técnico era Pepe, o mentor de Guardiola.

Já com a Futura o time (do paulistão) foi desfeito e nosso amigão pagodeiro assumiu a equipe para série C com uma tática tida, apenas por ele, como revolucionária: A ROLETA RUSSA (nome de uma ótima música de Racionais). A tática basicamente consistia em: dois laterais que não se movimentavam, permanecendo fixos próximos do meio-campo e, na hora de atacar, os atletas — com numeração variada e sem posicionamento definido — iam em bloco para o ataque, com apenas um deles ficando na zaga, estando terminantemente proibidos os chutões de goleiro e cruzamentos. A idéia era privilegiar os passes curtos e o jogo compacto.

“Não há posição fixa na roleta. Formamos sim o jogador de futebol. Não quero um lateral, mas um atleta que saiba jogar pelo lado. Tendo domínios de várias funções, ele será muito mais valorizado. O brasileiro tem fama de talentoso, mas também de mau profissional e de ter aversão a sistemas táticos. Estou formando jogadores talentosos e, mais do que isso, capacitados para assimilar qualquer determinação em campo”. (mais aqui e aqui).

Sim, a ideia, entre outras coisas, lembra muito o Audax de Fernando Diniz. Com uma diferença básica, o time não era bem treinado. Basicamente era um monte de jogador solto em campo correndo atrás da bola. Uma anti-tática (infelizmente não achei vídeo de jogos, mas, vi alguns pela Rede Vida, o canal da família. Confie em mim). Evidentemente Israel nunca teve sucesso na carreira, com a Portuguesa Santista, na série C, apenas 1 vitória em 4 jogos, 1 gol feito e 7 sofridos.

Professor Israel pensando: que merda é essa…

Mas não acabou… …

Lembrem que Israel era “dono” da Portuguesa Santista até 2005, no entanto, os dirigentes da Lusinha vendo que ele levaria o time para o buraco, tentaram, já em 2004, romper com a Futura Esportes.

Resultado, a Futura montou um time e a direção da Briosa montou outro. Sim, DOIS TIMES para começar o campeonato. No final a direção da Portuguesa ganhou a disputa e Israel (ahhhh) teve que sair.

Acabou aí a história do nosso herói? CLARO QUE NÃO!…

Por algum motivo maluco a Matonense fez exatamente o MESMO PROCESSO que a Briosa… Ou seja, Israel assume o time, faz uma péssima campanha na A-2 (2 empates e 17 derrotas) e… óbvio, foi rebaixado. O que levou a direção a tentar romper o contrato, e, literalmente, a Matonense colocar dois times em campo, inclusive com o professor Israel sendo preso. Porém, diferente da história da Portuguesa, Israel/Futura venceu a disputa.

No entanto, um ano depois (e com mais um fiasco) a parceria foi rompida e Israel saiu da Matonense. Ahhhh… Não antes de tentar criar um Reality Show: “A ideia, mais uma de Israel, tem como objetivo revelar novos talentos, garotos com idade de 13 a 18 anos. Segundo o site do time, “todos participarão de avaliações e testes em várias etapas”. Os dez finalistas ganharão uma bolsa-estágio com direito a uma ajuda de custo mensal nas categorias de base da equipe e jogarão em campeonatos promovidos pela Federação Paulista de Futebol. O grande estímulo para os jovens é a oportunidade de serem indicados para negociações com o exterior”. Que não deu certo também…

Depois disso Israel ainda foi especulado em outros times até que em 2008, parece piada de português mas não é, ele assumiu a Portuguesa… … de Londrina.

Sinceramente, após isso não vi notícias recentes de Israel. Até porque, infelizmente, acabaram com o orkut.

É sério. Volta Orkut!
“O Adversário não vai entender nada”. GÊNIO…

NOTAS:

Recentemente o Grêmio Maringá passou pelo mesmo problema da Briosa e da Matonense, tendo dois times na pré-temporada. Infelizmente, Israel não era o técnico de nenhuma delas…

NOTAS N°2:

Falando em Reality Show quem lembra do JOGA 10 (inclusive, ótima gíria) que passou na Band em 2005. O vencedor, Luan Andrade, rodou por alguns times. Mas, não deu em nada. Mais informações sobre AQUI.

Ps. A Portuguesa Santista faz 100 anos em 2017. Saiba mais sobre a maior conquista do time. A FITA AZUL EM 1959. (Sério, outra grande história).

Mais aqui

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