O último do ano

deuzolivre entrar em 2019 com isso tudo dentro de mim

DebbieHell
3 min readDec 28, 2018

Baile do Bowie na primeira semana. Quase estourando as vidraça do Cine Joia ao começar o set com I Wanna Be Your Dog. E queria mesmo. Cigarettes After Sex ainda era gostoso naquela época. Quando o sujeito é oculto a dor faz parte do daydream. Onde 12h de Brian Jonestown Massacre intercalado com a mesma música do Stone Roses faziam total sentido. E Chet Baker Sings quando tinha que doer pra passar.

Carnaval Jorge Ben. Sem garfo porque aqueles eram dias de sopa.

Aí começou 2018 pra valer, com aquela loucura para todos os lados.

Quebrar o tornozelo ao som de Some Velvet Morning — Primal Scream. City Slang seguido de Modern Lovers nos sets. Backseat Romeos e Another Girl, Another Planet para não perder o hábito. E Damned toda semana.

O auge da playlist 2 A.M. Thoughts e tudo o que ela acarretava.

Lofi Chillhop Jazz quando não aguentava mais nada na minha cabeça. Lofi raiz paras os dias em que achava que podia derrubar uma lágrima ou outra. True Love Will Find You In The End, eles disseram.

Nobody’s Baby.

A Love Supreme estralando na madrugada enquanto encaixotava o que tinha restado da vida.

Aquela vez em que alguém teve a ideia de meter um Tim Maia ` as 3h da manhã e destruiu minha noite.

Coney Island Baby para tirar a maquiagem borrada. E High all the time to forget I’m missing you.

Fazer aquele caminho maldito da Teodoro carregando um peso que poderia ter sido evitado ao som daquela playlist do foguetinho cheia de BJM e Pink Floyd.

ALÔ POLICIA EU TO USANO UM EXOSSÉ.

(calcinha)

O ano em que parei de ouvir a merda da tua banda. E a sua. A tua também.

E que aprendi a nunca mais clicar em nada.

Neo Psicodelia. All Power Pop to the people. Be Brave — the Strange Boys. Bad Girl — Lee Moses. Funnel of Love. Joleeeeeeeeeeeeeeeeeeeene.

And can you teach me how to dance reeeeeeal sloooow?

Nobody’s girl.

Tu ouvindo as porra das minhas músicas.

Visu BRMC.

You don’t know me, killing moon. O drama de cada linha de I Know It’s Over. Playlist Entregando Os Pontos fazia sentido o tempo todo. Lavar louça ouvindo a Happy Sunny Dates.

Aquela música que você transformou em poema em espanhol e sussurou uma manhã inteira no meu ouvido emaranhado nos meus cabelos.

A jaqueta que dormia toda noite comigo virando cama de gato.

Quarenta e uma bandas de um tributo. Não querendo guerra com ninguém enquanto todo dia gente disposta a testar minha fé sambava no meu caminho.

Lucky Girl — Fazerdaze.

Você aparecendo do nada depois desse tempo todo com uma música baseada na nossa história. O medo dela ser ruim. Ela ser, de fato, muito boa. E ainda mencionar Teenage Kicks.

I wanna feel the midnight heat e nossa carinha linda indo pro inferno.

Van Morrison seguido de I want you to find me a golden girl — rabble.

Você me agarrando do nada, despejando um monte de declaração engasgada enquanto citava o último nome que eu queria ouvir na vida no meio de tudo.

In the city there’s a thousand things I want to say to you. E as duas folhas que deixei em branco no caderno que comprei só pra escrever nossa história. Como eu me iludo (dessa vez eu viajei).

Piscina. Páginas molhadas de cloro e manchadas de protetor solar. Nem se dar mais ao trabalho de combinar os biquínis. Sentir o sol cauterizando cada ferida que você deixou exposta.

Major Lazer, Trojan Records, Oh Carolina, Blue Beat, My Boy Lollipop, Jamaican Ska.

Copacabana Club e Thieves Like Us na playlist de solteira (eu tomo um drink, eu fico tonta), deixar a janela aberta enquanto chove pra lavar por dentro. Não levar nada disso pro ano que chega.

É como diz o Ludovic, né: EU SOBREVIVI, CARALHO.

(mas você me conhece, faço tudo errado — Tame Impala)

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DebbieHell

Redatora, DJ, doida por música. Vinyl & playlist junkie. Ouvindo Antes de Morrer, Música de Menina, Debbie Records, Gimme Danger, NoFUN. Meus textinho :3