Uma carta à lamúria
Anexo da PARTE 2 do livro “A melhor próxima coisa agora”, minha estratégia de travessia da maior crise existencial em que já me vi mergulhada no capitalismo. Acompanhe o processo aqui.
Querida lamúria*,
Eu e Criatividade estamos prestes a sair em uma viagem de carro juntas. Entendo que você se juntará a nós — porque é o que você sempre faz. Reconheço que você acredita ter um trabalho importante a fazer em minha vida e que você o leva muito a sério. Aparentemente, o seu trabalho é induzir um sofrimento desalentador sempre que estou prestes a fazer algo interessante, e devo dizer que você é simplesmente magnífica em seu trabalho. Então, de toda forma, continue trabalhando se você sente que deve. Mas eu também estarei fazendo o meu trabalho nessa viagem — que é trabalhar duro e me manter focada. E Criatividade continuará fazendo o trabalho dela — qual seja, seguir estimulando e inspirando.
Há espaço de sobra no carro para todas nós, então, sinta-se em casa. Entenda uma coisa, porém: Criatividade e eu somos as únicas que estarão tomando qualquer decisão ao longo do caminho. É permitido a você ter um assento, é permitido a você ter voz, mas não é permitido a você ter voto. Não é permitido a você tocar os mapas da viagem, não é permitido a você sugerir desvios, não é permitido a você regular a temperatura. Mana, não é permitido a você nem mesmo encostar no rádio. Mas, acima de tudo, minha querida velha conhecida, você está absolutamente proibida de dirigir.
*Paráfrase de “Uma carta ao medo”, de Elizabeth Gilbert, em “Grande magia”, com tradução aproveitada do blog brasileiro “Little crazy”
Às segundas, compartilho algo do andamento do livro, receba no seu e-mail