20 pessoas indígenas para conhecer & acompanhar

Anahata
6 min readFeb 7, 2019

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Para lembrar e celebrar o dia 20 de janeiro, dia da consciência indígena no Brasil, reuni 20 nomes de diferentes áreas de conhecimentos, artes e militância. Uma iniciativa que eu chamei de #20DiasDeConsciênciaIndígena.

O Dia da Consciência Indígena relembra a última batalha da Confederação dos Tamoyos, uma luta e aliança de povos indígenas contra a invasão portuguesa, com um de seus líderes mais conhecidos sendo Aymberê, da etnia Tupinambá. O combate de 48 horas contra os invasores se findou em 20 de janeiro de 1567, com a morte dos líderes da Confederação.

Essa data foi proposta pelo GT Indígena do Tribunal Popular em São Paulo, a partir de 2011, estimulada por Sassá Tupinambá e difundida por Benedito Prézia em sua coluna do jornal Porantim (jornal impresso do CIMI). Ao longo dos anos, a efeméride foi adotada no calendário de lutas dos movimentos indígenas.

Nesse dia, reforçamos que a história da invasão não encontrou aqui pacifismo e entreguismo, como a “história oficial” gosta de destacar. Os povos indígenas são de resistência.

01 — Joênia Wapichana

É a primeira mulher indígena a ser advogada no Brasil, e a ser eleita deputada federal (2018). Também em 2018, ganhou o principal prêmio de Direitos Humanos da ONU, o mesmo que Mandela e Malala já receberam anteriormente. // Instagram

02 — Aílton Krenak

Escritor, Ailton fez um discurso histórico durante a Assembleia Nacional Constituinte, em 1987, defendendo a Emenda Constitucional tratando de indígenas. Durante sua fala, Aílton passa tinta de jenipapo em todo o seu rosto, gesto que simboliza luto para os Krenak. Triste perceber como o discurso de Ailton ainda é tão atual. Assista aqui.

03 — Eliane Potiguara

Escritora, possui 7 livros publicados. Seu livro mais famoso é “Metade Cara, Metade Máscara”. Participou da elaboração da Declaração Universal dos Povos Indígenas/ONU, e foi nomeada Embaixadora Universal da Paz. // Instagram e Twitter

04 — Davi Kopenawa

Escritor, xamã, grande voz em defesa da terra indígena Yanomami entre RR e Venezuela. A Terra Indígena Yanomami, mesmo homologada, é alvo de garimpeiros, e Davi constantemente recebe ameaças de morte.

Escreveu o livro “A queda do céu — Palavras de um xamã Yanomami”.

05 — Daiara Tukano

Professora e artista plástica, seu depoimento pedindo socorro aos Guarani Kaiwoa em 2015 viralizou. É correspondente da @RadioYande, a primeira rádio indígena do país.

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06 — Katu Mirim

Rapper e youtuber, Katu lançou a campanha “Índio Não É Fantasia” em 2018, que viralizou. Ela acaba de lançar a música “Retomada”, com Marina Peralta e AfroJess.

// Instagram, Youtube musical e Vlog Katu

07 — Denilson Baniwa

Designer e artista plástico, fundou a @RadioYande com outros dois parentes Tupinambás. Sua arte estampa a capa do livro “Literatura Indígena Brasileira Contemporânea”.

// Instagram e Twitter

08 — Márcia Wayna Kambeba

Geógrafa, escritora, fotógrafa e poeta, é a primeira de seu povo a ser mestra em Geografia Cultural (UFAM). Escreveu o livro de poemas Ay Kakyri Tama (“Eu moro na cidade”)

// Instagram

09 — Djuena Tikuna

Cantora, jornalista e produtora cultural, se tornou a primeira mulher indígena a protagonizar um show no Teatro Amazonas (na ocasião do lançamento de seu álbum).

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10 — Célia Xakriabá

Professora, defende a produção acadêmica indígena. Foi a primeira indígena a trabalhar em uma secretaria de estado de educação (MG). Também foi a primeira de seu povo a entrar em um programa de pós-graduação (UnB).

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11 — Avelin Buniacá Kambiwá

Socióloga, professora, especialista em gênero, raça e ensinos religiosos. É assessora parlamentar do Gabinetona, um mandato coletivo do PSOL-MG.

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12 — Olívio Jekupé

Escritor de literatura infantil Guarani, tem livros publicados desde 80. Cursou Filosofia na USP e apesar de não concluir, diz que o curso o incentivou a escrever.

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13 — Sueli Maxakali

Fotógrafa, faz still e é assistente de direção nos filmes feitos em conjunto com o seu marido, Israel Maxakali.

Já produziu cerca de 20 filmes desde 2007.

14 — Ana Terra e Watatakalu Yawalapiti

Notórias vozes da aldeia Tatuari, construiram a Casa das Mulheres junto a outras xinguanas, um sonho que encontrou resistência por parte de homens.

// Instagram Watatakalu e Instagram Ana Terra

15 — Mavi Morais

Baseada em Salvador, a artista visual muitas vezes usa fotos autorais para criar narrativas indígenas em suas colagens. Ela expõe seu trabalho no seu Instagram.

// Instagram e Twitter

16 — Casé Angatu Xukuru Tupinambá

Doutor (FAU/USP) e professor de história (UESC), do seu mestrado (PUC-SP) nasceu o livro “Nem tudo era italiano”, falando sobre populações periféricas de São Paulo.

// Facebook

16 — Kaká Werá

Escritor, educador, empreendedor social e fundador do Instituto Arapoty, já trabalhou na secretaria de cultura de SP, sob o comando de Marilena Chauí. Em 2018 foi candidato a deputado federal (Rede)

// Instagram

17 — Souto MC

Rapper e compositora de samba, em 2018 ganhou o prêmio Sabotage de Melhor MC. Em 2019 foi indicada como Artista Revelação e Melhor Videoclipe (“Selena”) pela @Genius_Brasil

// Instagram e Twitter

18 — Edivan Fulni-ô

Cantor, compositor, integrante do grupo musical “Coisa de Índio”, o estudante de agronomia na UEFS, foi finalista do 14º Festival Metropolitano de Música Vozes da Terra

// Instagram e Facebook

19 — Shirley Djukurnã Krenak

Guardiã dos saberes Krenak, povo que já foi considerado extinto, Shirley usa sua voz para mostrar como o desastre de 2015 afetou o Rio Doce, sagrado para eles

// Instagram

20 — Eduarda Arfer Jurum Juntá Tuxá

Artista, fotógrafa e escritora, Eduarda também é acadêmica de letras na UFBA e possui o blog “Aldeia Literária”

// Instagram

*Esse texto foi editado em abril de 2021.

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